Publicado em: 04/11/2025 às 11:15hs
O custo da cesta básica voltou a subir em setembro em quase todas as capitais monitoradas pela Neogrid & FGV IBRE, revertendo a tendência de estabilidade registrada em meses anteriores. O levantamento, que considera os preços médios de 18 itens essenciais de consumo doméstico em oito capitais, apontou alta expressiva em várias regiões, com destaque para Manaus, Curitiba e Belo Horizonte.
Em setembro, Manaus teve a maior elevação do custo da cesta básica entre as capitais analisadas, com um salto de 16,26% — passando de R$ 726,76 para R$ 844,93. No acumulado dos últimos seis meses, o aumento chega a 15,29%, reflexo da pressão inflacionária sobre produtos essenciais.
Apesar da forte alta em Manaus, o Rio de Janeiro continua com a cesta mais cara do país. Após três meses de queda, os preços voltaram a subir 5,04% em setembro, passando de R$ 945,92 para R$ 993,64. No acumulado semestral, a alta é de 2,08%, o que acende um alerta para os consumidores fluminenses diante da proximidade do fim do ano e do aumento da demanda sazonal.
A capital Curitiba apresentou alta de 8,74% em setembro, ultrapassando pela primeira vez em 15 meses o valor de R$ 800 na cesta básica. Já Belo Horizonte teve um avanço mais moderado, de 3,98%, alcançando R$ 705,02. Ambas as capitais mostraram retomada dos preços após períodos de estabilidade.
Em Fortaleza, a cesta subiu 2,07%, enquanto São Paulo registrou aumento de 1,11%, interrompendo uma sequência de quatro meses de queda. Já Salvador e Brasília seguiram na contramão: a primeira teve redução de 1,21%, e a capital federal registrou leve recuo de 0,43% no mês.
Entre os 18 produtos que compõem a cesta, fubá e margarina foram os principais responsáveis pela alta em setembro. Em algumas capitais, as variações chegaram a dois dígitos. Produtos derivados de grãos, como milho e trigo, e alimentos processados também contribuíram para o aumento.
Principais variações por capital:
A elevação de preços está ligada a uma combinação de fatores. A produção reduzida de milho e derivados, impactada por problemas climáticos em regiões como Goiás e Mato Grosso, afetou os custos do fubá e da farinha de milho.
Já os aumentos nas carnes bovinas resultam de uma demanda externa aquecida e de custos mais altos de produção e transporte.
Os derivados do leite, como a manteiga, também subiram devido ao encarecimento da energia elétrica, embalagens e insumos.
Apesar da pressão em vários produtos, alguns itens registraram redução de preços, aliviando o impacto sobre o consumidor. O arroz, o feijão, os legumes e os ovos apresentaram quedas expressivas em diversas capitais.
Principais reduções semestrais:
A cesta ampliada, que inclui 33 itens — entre alimentos, produtos de higiene e limpeza —, também apresentou alta em setembro. Manaus novamente liderou o ranking, com aumento de 18,00%, seguida por Curitiba (+11,32%), Rio de Janeiro (+5,96%) e Belo Horizonte (+4,27%).
No acumulado semestral, a tendência de alta se manteve em quase todas as capitais, com exceção de São Paulo, que registrou queda de 4,97%.
Variação semestral da cesta ampliada:
Entre os itens que mais encareceram estão:
O aumento desses produtos reflete o impacto dos custos de ingredientes, embalagens e transporte, que seguem pressionando os preços de alimentos industrializados e itens de higiene.
Cinco produtos da cesta ampliada apresentaram estabilidade ou queda nos preços. As verduras registraram recuos em capitais como Curitiba (-2,70%), Salvador (-1,26%) e São Paulo (-1,50%).
O azeite de oliva também teve redução em Salvador (-2,79%), enquanto leite em pó, iogurte e água mineral permaneceram praticamente estáveis.
Fonte: Portal do Agronegócio
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