Publicado em: 19/05/2025 às 14:00hs
Segundo Vanir Zanatta, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC), o estado catarinense se diferencia no cenário nacional e internacional por características marcantes como a índole pacífica, a valorização da família, o respeito à diversidade e a capacidade de inovar. Esses atributos estão alinhados com os princípios do cooperativismo, modelo econômico e social introduzido pelos imigrantes pioneiros e que se consolidou ao longo do tempo.
O cooperativismo vai além de uma simples forma de organização empresarial. Em Santa Catarina, ele representa um modelo de desenvolvimento inclusivo, democrático e sustentável, presente em diversos setores produtivos, como agricultura, crédito, saúde, consumo, infraestrutura e transporte. Essa abrangência demonstra a importância das cooperativas para a economia e a sociedade catarinense.
Atualmente, mais de 4,7 milhões de catarinenses participam do movimento cooperativista, que movimenta cerca de R$ 91,2 bilhões por ano. Segundo dados da OCESC, as 235 cooperativas filiadas são responsáveis por uma força econômica que potencializa a produção e a competitividade de pequenos e médios empreendedores, fortalecendo toda a cadeia produtiva do estado.
Em 2024, o setor cooperativista em Santa Catarina cresceu 7% em receita, superando o crescimento do PIB nacional, que foi de 3,4%. O número de cooperados aumentou 9,8%, com mais de 419 mil novos associados, o que representa 58% da população do estado integrada ao sistema cooperativo.
Entre os ramos cooperativistas, as cooperativas de crédito são as mais expressivas, reunindo 3,6 milhões de cooperados. Em seguida, destacam-se as cooperativas de infraestrutura (464 mil associados), consumo (430 mil), agropecuária (84 mil), saúde (15 mil) e transporte (2,9 mil).
O ramo agropecuário é o mais robusto dentro do cooperativismo, respondendo por 62,5% dos empregos diretos e 63,2% da receita operacional bruta do setor. As exportações catarinenses das cooperativas alcançaram R$ 11,63 bilhões em 2024, um crescimento de 17% em relação ao ano anterior, impulsionadas principalmente pela venda de cereais in natura (54,13%) e proteínas animais (43,13%). Para 2025, a previsão é de um aumento de 12% nas exportações, podendo chegar a R$ 13 bilhões.
Apesar do crescimento e da contribuição para o desenvolvimento, as cooperativas enfrentam uma carga tributária elevada. Em 2024, recolheram R$ 4 bilhões em tributos sobre a receita bruta, um aumento de 32,6% em relação ao ano anterior.
As cooperativas respondem por cerca de 30% do PIB de Santa Catarina e representam 70% das exportações do estado. Essa presença forte é resultado do papel fundamental que desempenham nas cadeias produtivas de grãos, leite, suínos e aves, pilares da economia regional.
O setor cooperativista planeja investimentos significativos para os próximos anos: R$ 2,03 bilhões em 2025, R$ 2,18 bilhões em 2026 e R$ 2,26 bilhões em 2027. Esses recursos serão aplicados na expansão das estruturas e no aumento da capacidade produtiva, reforçando o compromisso com o desenvolvimento sustentável e equilibrado de Santa Catarina.
O cooperativismo em Santa Catarina é muito mais que um modelo de negócio. Ele representa a essência de um povo que alia solidariedade, eficiência e visão de futuro para construir um desenvolvimento coletivo sólido e duradouro.
Fonte: Portal do Agronegócio
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