Análise de Mercado

Confiança do consumidor brasileiro atinge maior nível em um ano, aponta FGV

Índice reflete melhora nas expectativas das famílias, apesar de desafios com endividamento e inadimplência


Publicado em: 23/12/2025 às 10:10hs

Confiança do consumidor brasileiro atinge maior nível em um ano, aponta FGV

A confiança do consumidor no Brasil encerrou 2025 em alta, alcançando o melhor patamar em um ano. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (22) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 0,4 ponto em dezembro, chegando a 90,2 pontos, o maior nível desde dezembro de 2024, quando o indicador marcava 91,3 pontos.

Expectativas mais otimistas impulsionam resultado

O avanço foi o quarto consecutivo do ICC e teve como principal fator o aumento de 1,4 ponto no Índice de Expectativas (IE), que atingiu 95,2 pontos — também o maior valor desde dezembro do ano anterior (97,6 pontos).

De acordo com a FGV, o otimismo dos consumidores em relação ao futuro tem sustentado a recuperação do indicador ao longo dos últimos meses.

Percepção sobre a situação atual ainda é desfavorável

Apesar da melhora nas expectativas, o Índice de Situação Atual (ISA) recuou 1,4 ponto em dezembro, para 83,4 pontos, após duas altas consecutivas. O resultado indica que, embora o consumidor veja o futuro com mais confiança, ainda enfrenta dificuldades no presente, especialmente em relação à renda e às condições financeiras.

Famílias de menor renda lideram avanço na confiança

A economista Anna Carolina Gouveia, do FGV IBRE, destacou que o aumento da confiança foi mais intenso entre as famílias de menor renda, refletindo o impacto positivo de um mercado de trabalho mais aquecido e da recuperação do poder de compra.

Segundo ela, “a evolução do ICC vem sendo impulsionada principalmente pelas expectativas, enquanto os indicadores de situação atual ainda apontam um cenário desafiador para as famílias”.

Endividamento e inadimplência ainda pressionam orçamento

Mesmo com o ambiente mais favorável, fatores como alto endividamento e inadimplência seguem limitando o orçamento familiar. Gouveia observa que “o consumidor está menos pessimista, apoiado por condições de emprego e renda melhores, mas ainda enfrenta restrições financeiras que impedem uma recuperação mais robusta da confiança”.

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias
/* */ --