Publicado em: 27/08/2025 às 11:05hs
O Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pelo FGV IBRE, apresentou retração de 4,4 pontos em agosto, chegando a 90,4 pontos. Na média móvel trimestral, o recuo foi de 2,8 pontos, para 94,0 pontos.
Segundo Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE, o resultado reflete um cenário de crescente insegurança entre os empresários industriais. “Há preocupação com o acúmulo de estoques em alguns segmentos e pessimismo generalizado em relação ao futuro, principalmente para um horizonte de seis meses. Esse movimento está alinhado ao ambiente macroeconômico mais complexo do segundo semestre, com política monetária contracionista e aumento das incertezas externas envolvendo Brasil e Estados Unidos”, destacou.
De acordo com a Sondagem da Indústria, 15 dos 19 segmentos pesquisados registraram queda na confiança em agosto. O movimento foi influenciado tanto pela percepção sobre a situação atual quanto pela piora das expectativas para os próximos meses.
O Índice da Situação Atual (ISA) caiu 3,9 pontos, para 93,4 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou 4,9 pontos, atingindo 87,6 pontos.
Entre os indicadores do ISA, o maior impacto veio do item que avalia a situação dos negócios, com queda de 6,1 pontos, para 91,3 pontos – a mais acentuada desde janeiro de 2022. Já a percepção sobre o nível de demanda recuou 2 pontos, chegando a 95,6 pontos, menor patamar desde março de 2024.
Por outro lado, o indicador de estoques avançou 3,4 pontos, alcançando 106,2 pontos – nível mais alto desde novembro de 2023. Valores acima de 100 pontos indicam que as empresas estão operando com estoques acima do desejado.
Os indicadores de expectativas mostraram forte deterioração. O destaque foi a queda no ímpeto de contratações: o indicador recuou 5,9 pontos, para 91,2 pontos, o menor nível desde junho de 2020, período marcado pelo impacto da pandemia.
O otimismo com os negócios para os próximos seis meses também diminuiu. O indicador de tendência dos negócios caiu 4,5 pontos, para 83,6 pontos, enquanto a percepção sobre a produção prevista recuou 4,1 pontos, para 88,6 pontos. Ambos acumulam queda pelo terceiro mês consecutivo.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (NUCI) apresentou pouca variação em agosto, registrando 82,6%, praticamente estável em relação ao mês anterior.
Fonte: Portal do Agronegócio
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