O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, convocou uma reunião dos países-membros para o dia 15, a fim de retomar imediatamente a busca de soluções para implementar os acordos obtidos em Bali, em dezembro do ano passado. A questão se coloca em meio à crise atual na OMC, depois que a Índia, isolada e para perplexidade de boa parte dos outros 159 países-membros, bloqueou o acordo de facilitação de comércio e desmanchou parte do pacote aprovado em Bali (Indonésia) em dezembro de 2013.

Exigência - Nova Délhi exige, como contrapartida ao desbloqueio do acordo de facilitação de comércio, que a OMC aprove até 31 de dezembro uma solução para os subsídios destinados à formação de estoques para segurança alimentar. Em Bali, a mesma Índia tinha pedido prazo de quatro anos para que essa solução fosse alcançada, enquanto os EUA só queriam aceitar prazo de dois anos.

Aprofundamento - Para importantes negociadores, a discussão desta vez na OMC deve ser especialmente aprofundada, para reconhecer que o sistema multilateral de comércio permite que certos países não estejam interessados em concluir acordos de liberalização no momento, e a partir daí buscar alternativas para viabilizar as negociações na OMC.

Facilitação - O acordo de facilitação de comércio visa reduzir barreiras e custos nas alfândegas e, como o nome diz, facilitar as operações de exportações e importações.

Solução permanente - A Índia não tem problemas com isso, mas quer obter uma solução permanente para poder dar subsídios acima dos limites estabelecidos a seus agricultores de arroz e trigo, principalmente.

Mais uma etapa - O Brasil está entre os países que veem o atual bloqueio como apenas mais uma etapa difícil na OMC e resiste a participar de acordos plurilaterais de comércio, dos quais participa quem quiser, ao invés de ficar esperando o consenso entre acordos globais com 150 países.