Publicado em: 18/02/2019 às 10:43hs
Nesta segunda-feira, 18 de fevereiro, se comemora o Dia do Presidente e o aniversário da capital Washington nos Estados Unidos e, assim, as bolsas de valores ficam fechadas hoje. Os negócios serão retomados nesta terça-feira (19) em Chicago e Nova York, com a volta das referências para os grãos e as soft commodities.
Grãos
Soja - No mercado da soja, segundo acredita o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, os novos negócios deverão continuar acontecendo ainda em ritmo mais lento, uma vez que os produtores brasileiros acreditam em preços melhores mais adiante. Além disso, sem a referência da Bolsa de Chicago, os negócios já ficam, comumente, mais lentos e limitados.
Além disso, com as indústrias nacionais buscando se precaver de uma possível disputa de produto com as exportações à frente, a demanda interna paga melhor neste momento em algumas partes do país, o que estimula um melhor volume de negócios no mercado doméstico.
Ainda segundo Brandalizze, há produtores também que seguem adiantando suas entregas de contratos previamente fechados dado o bom ritmo de avanço da colheita.
"Os produtores também devem seguir com entregas de contratos antecipando posições que deveriam ser entregues no final do mês em diante, porque a colheita segue acelerada e adiantada. Desta forma o apelo é para grandes volumes chegando para quitar posições, mantendo a calmaria nos novos fechamentos", diz o consultor.
O sojicultor brasileiro se mantém atento ainda ao andamento dos prêmios, que nos últimos 30 dias subiram de forma considerável no país. De 15 de janeiro a 15 de fevereiro, em Paranaguá, a posição de entrega fevereiro passou de US$ 0,40 para US$ 0,55 por bushel acima dos valores de Chicago, com uma valorização de 37,50%, enquanto o março foi de US$ 0,35 para US$ 0,60, subindo 71,43%.
Veja como fechou o mercado da soja na última sexta-feira:
Soja: Prêmios no Brasil sobem mais de 30% em 1 mês e ajudam cotações no mercado interno
A demanda intensa pela soja brasileira continua dando espaço para uma recuperação não só das cotações no mercado nacional - interior e portos do país - como também dos prêmios pagos pela oleaginosa do Brasil. Somente nos últimos 30 dias, os valores ofertados no porto de Paranaguá foram substancias.
De 15 de janeiro a 15 de fevereiro, a posição de entrega fevereiro passou de US$ 0,40 para US$ 0,55 por bushel acima dos valores de Chicago, com uma valorização de 37,50%, enquanto o março foi de US$ 0,5 para US$ 0,60, subindo 71,43%.
De acordo com números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), somente nos primeiros 6 dias úteis de fevereiro o Brasil já embarcou 1,4 milhões de toneladas de soja e, segundo acredita o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o mês tem potencial para terminar com cerca de 4,5 milhões de toneladas exportadas.
"Há um ou outro comentário apontando que essa projeção poderia ser ultrapassada há muito grão colhido e tem muitos contratos para serem carregados", diz. Além disso, lembra ainda que no acumulado de 2019 o volume já é mais alto do que no mesmo período do ano passado, quando o Brasil exportou recordes 83,9 milhões de toneladas de soja.
Mantido esse ritmo, ainda como explica o consultor, o abastecimento interno poderia ficar comprometido. E temendo este momento - de disputa de produto e preços mais altos - as indúsrias nacionais têm buscado se precaver para garantir seus estoques e sua atividade. E essa demanda interna mais aquecida tem ajudado a promover boas altas das referências no interior entre as principais praças de comercialização.
Ao longo da semana, mercados importantes no Matopiba e no Centro-Oeste marcaram altas de até 5% somente em um dia. Assim, as referências atuais já variam, nos principais estados produtores, entre R$ 62,00 e R$ 74,50, com os valores mais altos sendo observados nas praças mais ao Sul do Brasil.
"No interior a força vem da demanda local. As indústrias precisando do grão, compram localmente e pagam, praticamente, o mesmo valor dos portos", explica Brandalizze.
Os negócios novos e efetivos, porém, ainda não são de grande volume, com os produtores esperando por oportunidades de garantia de renda ainda melhores. "Os produtores seguem colhendo e somente entregando contratos programados, segurando o restante da soja à espera de momentos mais atrativos", completa o consultor.
No entanto, o que ainda limita os preços no Brasil continua sendo a volatilidade do dólar e os futuros da soja na Bolsa de Chicago caminhando de lado e sem força.
Mercado Internacional e Portos
Nesta sexta-feira, a commodity fechou o pregão em alta em um movimento de recuperação depois de bater em suas mínimas em três semanas na CBOT ao receber a informação do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de um cancelamento da China de mais de 800 mil toneladas em janeiro.
Na sequência, porém, as negociações entre os dois países continuaram e algumas novas compras foram feitas. A guerra comercial entre os dois, porém, continua e os altos estoques de soja norte-americanos continua exercendo pressão sobre as cotações americanas, uma vez que a demanda da nação asiática - que é a maior compradora mundial da oleaginosa - segue focada no Brasil.
De acordo com dados da Secretaria Geral da Alfândega da China, em janeiro o país importou 7,83 milhões de toneladas de soja em janeiro, 14% a mais do que em dezembro, e a maior parte desse volume é de produto brasileiro.
Assim, focado na disputa comercial, o mercado em Chicago se mantém lateralizado à espera de novidades consistentes e definitivas, depois de meses de informações desencontradas e boatos não confirmados.
As conversas entre os dois países continuaram esta semana. De acordo com o secretário do Tesouro Nacional americano, Steve Mnunchin, os EUA tiveram, nos últimos dias, boas e produtivas reuniões com os chineses.
Mnunchin participou do encontro ao lado do presidente chinês Xi Jinping, com demais membros do alto escalão de ambas as delegações. O objetivo, apesar de Donald Trump querer estender o prazo da trégua firmada pelos dois países na última reunião do G20, é o de encontrar uma solução antes de 1º de março.
Com esse movimento de recuperação e a pouca mudança no cenário de notícias, os preços da soja fecharam a sexta-feira (15) com pequenas altas de pouco mais de 3 pontos, com o março valendo US$ 9,07 e o maio/19, US$ 9,21 por bushel.
Com as altas ainda tímidas em Chicago e o dólar em baixa nesta sexta - a moeda americana perdeu quase 1% somente nesta sessão e fechando com R$ 3,7037 - as referências nos portos também não tiveram grande movimentação neste final da semana.
A soja disponível fechou estável em Paranaguá, com R$ 78,50 por saca, e caiu 0,65% para R$ 76,50 em Rio Grande. Já a referência março foi a R$ 77,60 no terminal gaúcho, onde recuou 1,15%, e ficou em R$ 79,00 no paranaense.
Milho - Já para o mercado do milho, os negócios deverão ser melhores nesta semana, com uma demanda que se mostra aquecida e os produtores, mesmo que pontualmente, interessados nos atuais patamares de preços.
"As negociações devem seguir fluindo nesta semana porque alguns consumidores devem se antecipar ao Carnaval que vem no começo de março, e assim comprar nestes próximos dias para poder movimentar o milho antes do dia 10 para atender a demanda que está em crescimento", explica Brandalizze.
Entretanto, nos portos os novos negócios, ainda segundo o executivo, deverão ser dar na intensioção de cobrir posições de embarques, porém, os indicativos nos terminais de exportação deverão manter-se estáveis.
"Os produtores dão sinais de que continuarão segurando as ofertas à espera de melhores momentos a frente e assim indicam que entregarão contratos e segurarão o restante da colheita - como grão a fixar ou armazenado - apostando em números maiores para negociar", completa o representante da Brandalizze Consulting.
Ademais, os produtores também se focam na safrinha, que registra seu melhor ritmo de plantio já registrado, com cerca de 60% da semeadura concluída no Brasil.
Veja como fechou o mercado na última sexta-feira, por Guilherme Dorigatti:
Milho: sexta-feira encerra com estabilidade nos preços internacionais
Após operar durante todo o dia apresentando leves altas, os preços internacionais do milho encerraram a sexta-feira (15) com estabilidade e leves movimentações misturadas na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram flutuações entre 0,25 negativo, 0 e 0,25 positivo. O vencimento março/19 era cotado a US$ 3,74, o maio/19 valia US$ 3,82 e o julho/19 era negociado por US$ 3,90.
Segundo divulgado pela Agência Reuters diretamente da capital chinesa, os Estados Unidos e a China retomarão as negociações comerciais na semana que vem em Washington, mas o presidente dos EUA, Donald Trump, repetiu na sexta-feira que pode estender o prazo de 1 de março para um acordo e manter as tarifas sobre produtos chineses. Ambos os países relataram progressos após os cinco dias de negociações em Pequim nesta semana.
O site Barchart destacou também que o Safras & Mercado reduziu hoje ligeiramente sua estimativa de produção no Brasil para 93.305 milhões de toneladas, em comparação com 94,5 milhões de toneladas esperadas pelo USDA.
Ainda nesta sexta-feira, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulgou a venda de 205,744 mil toneladas de milho para destinos não revelados. O volume total é referente à safra 2018/19.
Mercado Interno
Já no mercado interno, os preços do milho disponível permaneceram sem movimentações em sua maioria. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, valorizações foram registradas apenas nas praças de Ponta Grossa/PR (1,39% e preços de R$ 36,50), Castro/PR (2,78% e preços de R$ 37,00) e em Sorriso/MT (22,22% e preços de R$ 22,00 no disponível).
Já a desvalorizações apareceu apenas em Campinas/SP (1,30% e preços de R$ 37,92)
De acordo com a XP Investimentos, a semana se encerra com forte especulação altista e preços recordes. Nesta sexta-feira (15), a amostra da XP Investimentos avança aos R$ 40,75/sc, maior nível dos últimos 5 meses (desde 19/9). O ponto chave ainda é a regionalização dos lotes e nem mesmo o início da colheita de milho tem sido suficiente para acalmar os ânimos altistas.
O milho tributado dificilmente chega as praças paulistas, prejudicados pelos altos níveis dos fretes. Com os negócios restritos ao diferido, Intermediários e Silos se aproveitam, ao menos por enquanto, para elevar suas pedidas pelos estoques e realizar seus lucros. Indústrias e Granjas só recompõem os estoques, sem inspirações maiores.
A Agrifatto Consultoria aponta que os prêmios pelo milho perderam fôlego nesta semana, em movimento oposto ao que foi registrado para a soja no mesmo período. A disponibilidade menor do cereal no mercado doméstico e o com a soja recém-colhida chegando aos portos, o mercado deve registrar maior volume de soja sendo exportado em relação aos embarques com milho.
O mercado futuro continua com movimentação técnica, e as cotações se acomodam até suportes gráficos. Vale destacar que no pregão de ontem (14.fev), os contratos testaram os níveis de preços, alternando entre o campo positivo e negativo várias vezes ao longo do dia.
Dólar
Outro ponto de atenção nesta semana será o dólar, que segue volátil de olho nas profundas mudanças pelas quais podem passar a economia e a política brasileira. No exterior, uma série de cenários para também ainda serem definidos, a cautela também aparece, principalmente em dia de feriado nos EUA.
A proposta da reforma da Previdência, no cenário nacional, está em foco, com previsão de que seja entregue ao Congresso Nacional neste dia 20. No entanto, o governo Jair Bolsonaro sabe que as batalhas serão duras nas duas casas - Câmara e Senado - para que a reforma seja alinhada e então aprovada.
"Este fato ainda vai 'dar muito pano para manga', ou seja, não vai ser muito fácil de passar da maneira que seria ideal para a economia. Provavelmente, os deputados vão decepar partes importantes e deixar a economia ainda na UTI. Desta forma, para o médio prazo, a moeda americana tende a se manter aquecida", conclui Vlamir Brandalizze.
E ainda no link a seguir confira o fechamento do mercado do café na última sexta-feira, por Jhonatas Simião:
Café arábica encerra sessão desta 6ª com leve alta na Bolsa de NY, mas com perdas de 4,53% na semana
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta sexta-feira (15) com leve alta. O mercado externo passou por movimento de acomodação técnica durante o dia e também seguiu a queda do dólar ante o real. Na semana, houve queda acumulada de 4,53%
O vencimento março/19 fechou o dia com alta de 10 pontos, a 97,95 cents/lb e o maio/19 anotou 101,65 cents/lb com 20 pontos de avanço. Já o contrato julho/19 registrou 25 pontos de ganhos, cotado a 104,30 cents/lb e o setembro/19 subiu 25 pontos, a 107,00 cents/lb.
Depois de quedas consecutivas, o mercado do arábica testou acomodação técnica na sessão desta sexta-feira. O vencimento referência chegou a ficar abaixo de US$ 1 por libra-peso acompanhando as oscilações do câmbio e as chuvas no cinturão produtivo do Brasil.
"Para quem realmente opera com café, seja produzindo ou industrializando, esses preços não têm muito sentido", disse na véspera o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes. Os próximos meses serão decisivos para a safra 2019/20.
No entanto, desde o início dos trabalhos desta sexta-feira ajustes passaram a ser vistos e o dólar também contribuiu para os ganhos do mercado. Ainda assim, o contrato março/19 não se recuperou e fechou a semana na casa dos 97 cents por libra-peso.
"O real subiu para uma alta de 1 semana contra o dólar, o que desencoraja as exportações dos produtores de café do Brasil", destacou o site internacional Barchart. O país é o maior produtor e exportador de café do mundo e sente diretamente as oscilações cambiais.
O dólar comercial encerrou a sessão desta sexta-feira com queda de 0,97%, a R$ 3,7037 na venda, apesar de testar mínima de R$ 3,7002. Investidores estavam mais otimistas após a divulgação de partes do texto da reforma da Previdência, além do progresso nas negociações entre China e Estados Unidos.
"A maior parte (da queda do dólar) se deve ao cenário interno. A declaração sobre a reforma da Previdência e o fato de que está mais próximo dela (a proposta) ser apresentada trouxe otimismo", disse para agência Reuters o gerente de tesouraria do Travelex Bank, Felipe Pellegrini.
O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) reportou nesta terça-feira que os embarques totais de café do Brasil em janeiro totalizaram 3,28 milhões de sacas, um volume 20,8% superior ao mesmo período de 2018. A receita cambial chegou a US$ 439 milhões.
Mercado interno
O mercado brasileiro seguiu na semana impactado pelas oscilações externas e apresentando queda ou preços estáveis. Com isso, os negócios continuam bastante lentos. Ainda assim, segundo Carvalhaes, em um país como o Brasil algumas transações sempre são fechadas.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 430,00 – estável. A maior oscilação ocorreu em Poços de Caldas (MG) com baixa de 0,70% e saca a R$ 424,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 410,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com recuo de 0,76% e saca a R$ 394,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 - estável. A maior oscilação no dia foi em Patrocínio (MG) com alta de 1,28% e saca cotada a R$ 395,00.
Na sexta-feira (14), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 405,12 e queda de 0,86%.
Fonte: Notícias Agrícolas
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