Análise de Mercado

Com Chicago e Nova York fechadas nesta 5ª por Dia de Ação de Graças, BR mantém foco no dólar

O feriado é um dos mais importantes para os americanos e mobiliza todo o país


Publicado em: 28/11/2019 às 10:20hs

Com Chicago e Nova York fechadas nesta 5ª por Dia de Ação de Graças, BR mantém foco no dólar

Os Estados Unidos comemoram o feriado do Dia de Ação de Graças nesta quinta-feira, 28 de novembro, e assim as bolsas de Chicago e Nova York não operam. Os negócios serão retomados amanhã, mas só por meio período. O feriado é um dos mais importantes para os americanos e mobiliza todo o país.

Dessa forma, o ritmo de formação dos preços pode ficar um pouco mais lento para a soja no Brasil, já que o mercado se referencia na CBOT. O apelo maior virá, mais uma vez, do dólar, como tem acontecido nos últimos dias.

Para o milho, atenções ainda mais voltadas para o andamentos dos negócios na B3, onde os futuros do cereal vêm registrando ganhos consecutivos, e claro, no mercado cambial. O dólar forte também tem motivado intensas exportações de milho pelo Brasil e 2019 pode ser ano de volumes recorde.

O cenário foi, inclusive, destaque no quadro internacional nesta quarta. A consultoria Allendale, Inc. trouxe em seu boletim diário a informação de que as fortes exportações da América do Sul têm pressionado os preços dos grãos nos EUA. Afinal, não só a soja registra um bom momento de vendas para exportação, como o milho também. De acordo com a última estimativa da Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), serão 41 milhões de toneladas exportadas do grão brasileiro, número que também foi destacado pela Allendale.

"Essas estimativas foram reforçadas pela moeda brasileira mais fraca e preços um pouco mais altos nos EUA (de milho) depois das perdas causadas pelos problemas climáticos", diz a consultoria internacional.

E veja como fecharam os mercados de soja e milho nesta quarta-feira:

Soja: Apesar da lateralidade em Chicago, Brasil tem 4ª feira de preços fortes com alta do dólar

Moeda americana segue registrando patamares recordes, ao lado de prêmios fortes e de uma concentração da demanda ainda no mercado brasileiro. Em Chicago, véspera de feriado mantém cotações estáveis e negócios escassos.

O mercado da soja nesta quarta-feira (27) encerrou mais um dia com leves quedas, em torno de 2 pontos nos principais contratos. Os investidores seguem acompanhando as negociações entre EUA e China, que apesar de um novo otimismo para que as negociações avancem, o ceticismo continua. Apesar do impasse, a demanda por soja americana melhorou, com 23 milhões de toneladas vendidas até o momento.

Enquanto isso, no Brasil o momento continua favorável, com dólar a R$ 4,25 e prêmios remuneradores. Para a safra nova, os prêmios são de +60 na referência fevereiro/20 e +90 para a safra velha no contrato dezembro/19. Para Cristiano palavro, analista da ARC Mercosul, os preços praticados são remuneradores e devem ser aproveitados, já diversos fatores podem fazer com que o 1º semestre de 2020 seja menos favorável que o cenário atual.

Indicador do Milho sobe para R$ 47,94 na B3, alta de 1,20% no dia

Milho se desvaloriza em Chicago na véspera da Ação de Graças; Tendência de alta para próximas semanas

No mercado físico brasileiro, a quarta-feira registrou valorizações nas praças de Pato Branco/PR (1,40% e preço de R$ 36,20), Não-Me-Toque/RS (1,43% e preço de R$ 35,50), Ubiratã/PR (1,45% e preço de R$ 35,00), Londrina/PR (1,45% e preço de R$ 35,00), Dourados/MS (2,70% e preço de R$ 38,00), São Gabriel do Oeste/MS (2,70% e preço de R$ 38,00) e Sorriso/MT balcão (12% e preço de R$ 28,00).

Para a Radar Investimentos, “o interesse de venda por parte dos produtores é pequeno neste momento. Além disto, a firmeza do dólar também colabora para um menor interesse em negociar no mercado interno”.

Em sua nota diária, a Agrifatto Consultoria apontou que o mercado continua fortalecido, e apesar de ter alcançado patamares mais altos, o produtor segue resistente em novas vendas pela expectativa de novos reajustes positivos à frente.

“A percepção de nova rodada de altas fundamenta-se na maior necessidade de milho pelo setor de proteínas animais (especialmente pela maior participação do mercado externo), pelos estoques relativamente menores (forte exportação de milho nesta temporada) e ainda pela recente e expressiva valorização do dólar ante o real.

Além disso, devemos destacar a importância do clima nos próximos meses, ou seja, eventuais problemas para a próxima safrinha de milho adicionariam um novo fator altista”, diz a publicação.

BOLSA DE CHICAGO

A quarta-feira (27) chega ao final com desvalorizações para os preços internacionais do milho futuro na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram quedas entre 4,75 e 5,25 pontos ao final do dia.

O vencimento dezembro/19 foi cotado à US$ 3,62 com baixa de 4,75 pontos, o março/20 valeu US$ 3,73 com perda de 5,00 pontos, o maio/20 foi negociado por US$ 3,79 com desvalorização de 5,25 pontos e o julho/20 teve valor de US$ 3,84 com queda de 5,25 pontos.

Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última terça-feira, de 1,36% para o dezembro/19, de 1,32% para o março/20, de 1,30% para o maio/20 e de 1,29% para o julho/20.

Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho caíram novamente, depois de cair na terça-feira, com os comerciantes ajustando as posições antes do feriado de Ação de Graças na quinta-feira, quando os mercados dos EUA fecharão. Os mercados de grãos reabrem para uma sessão reduzida na sexta-feira.

O site internacional Barchart destaca ainda que “na mais recente atualização da EIA, a demanda por milho voltou a ser otimista, com as quedas nos estoques de etanol superando os aumentos na produção”.

Neste mesmo sentido, a Kluis Commodity Advisors aponta que a tendência para o futuro das cotações é de alta.

“Um forte mercado de milho à vista combinado com esta nevasca em desenvolvimento pode ser suficiente para acender uma faísca no campo de altas. O relatório de progresso de colheita do USDA mostrou mais de 10 milhões de acres de milho ainda no campo nas Dakotas do Sul e do Norte, Minnesota, Wisconsin e Michigan. Com a grande tempestade de inverno a caminho do Dia de Ação de Graças, muito milho não chegará a ser colhido até o final de 2020”, disse Kluis aos clientes em nota diária”.

Para o café e demais soft commodities negociadas na Bolsa de Nova York, negociados parados também nesta quinta-feira. Ontem, o mercado internacional terminou o dia com algumas altas, recuperando-se das últimas baixas. No Brasil, as cotações apresentam alguma estabilidade, sinalizando um acompanahamento do quadro externo.

Veja como fechou o mercado nesta quarta:

Café: Mercado recupera baixas e encerra sessão com altas em NY

Após iniciar o dia com variações mistas, o mercado futuro do café arábica encerrou a sessão desta quarta-feira (27) com altas de até 160 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Future US).

Dezembro/19 registrou alta de 160 pontos, cotado a 117,30 cents/lbp, março/20 teve elevação de 160 pontos, por 118,45 cents/lbp, maio/20 também subiu 160 pontos, cotado a 120,75 cents/lbp e julho/20 teve alta de 155 pontos, cotado a 122,65 cents/lbp.

O site internacional Barchart destacou em sua análise diária que o mercado recuperou as perdas iniciais desta quarta-feira, depois que o pesquisador Cepea disse que é improvável que a safra de café Brasil 2020/21 supere a safra recorde de 2018/19/19, uma vez que o clima seco em outubro causou a queda de algumas flores de café e brotos.

"Os preços do café na quarta-feira abriram inicialmente mais baixos, com a preocupação de que os produtores de café do Brasil aumentem suas vendas de exportação em resposta ao fraco real brasileiro. O real caiu -0,34% em relação ao dólar na quarta-feira e está um pouco acima da mínima recorde de terça-feira, de 4,2684 real / USD", destacou.

Mercado interno

No Brasil, os mercado interno tende a acompanhar Nova York, registrando algumas variações.

O tipo 6 duro manteve a estabilidade nas principais praças produtoras do país. Guaxupé/MG manteve o valor de R$ 506,80, em Poços de Caldas/MG foi mantido o valor de 495,00. Patricínio/MG manteve R$ 500,00. Franca/SP também manteve a estabnilidade por R$ 510,00.

O tipo 4/5 teve variação registrada apenas em Varginha/MG com baixa de 1,90% e preço estabelecido por R$ 515,00. Poços de Calas/MG manteve a estabilidade por R$ 505,00, assim como Franca/SP que não registrou mudanças e manteve R$ 520,00.

As movimentações também foram minínimas para o café tipo cereja descascado. Apenas em Guaxupé/MG foi registrada alta de 0,55% e preço estabelecido por R$ 547,60. Poços de Caldas/MG manteve a estabilidade por R$ 580,00, Patrocínio/MG por R$ 550,00 e Varginha/MG por R$ 520,00.

Fonte: Notícias Agrícolas

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