Publicado em: 27/05/2025 às 18:40hs
Chuvas acima do esperado em abril favoreceram o desenvolvimento das lavouras da segunda safra no Brasil, com boa umidade do solo em diversas regiões produtoras. Nos Estados Unidos, o clima também contribuiu para o rápido avanço do plantio de milho e soja. As projeções para junho a agosto indicam volumes satisfatórios de chuva e temperaturas amenas, sustentando o otimismo para as culturas de inverno no Brasil e o desenvolvimento das lavouras americanas.
A soja registrou valorização em Chicago em abril e na primeira quinzena de maio, influenciada pela alta do óleo de soja e pela redução temporária das tarifas comerciais entre EUA e China. No Brasil, os preços também subiram em abril, com recuo parcial em maio devido à queda dos prêmios e à valorização do real.
Segundo o USDA, a estimativa para a safra brasileira de 2025/26 é de 175 milhões de toneladas. A comercialização da safra 2024/25 avançou, mas ainda segue abaixo da média dos últimos cinco anos.
O farelo de soja acumula queda de preço por quatro meses consecutivos na CBOT, refletindo o aumento do esmagamento no Brasil, Argentina e EUA. No mercado interno, a demanda lenta e o recuo dos prêmios também pressionam os preços.
Por outro lado, o óleo de soja segue valorizado em Chicago, impulsionado pela expectativa de aumento na demanda por biocombustíveis nos EUA. A gripe aviária no Brasil pode reduzir a demanda interna por farelo caso haja prolongamento dos embargos à carne de frango.
Os preços do milho caíram em maio, tanto em Chicago quanto no Brasil, devido à expectativa de uma boa colheita na segunda safra brasileira. Nos EUA, o plantio avança rapidamente, com perspectiva de produção superior a 400 milhões de toneladas na safra 2025/26.
No Brasil, cerca de 90% das lavouras de segunda safra estão em fase reprodutiva, com mais de 80% em boas ou excelentes condições. O principal risco no curto prazo é a ocorrência de geadas.
As cotações internacionais do trigo recuaram em abril e maio, pressionadas por estimativas de safra recorde e melhores condições climáticas nos principais países produtores. A oferta restrita no Brasil, devido à entressafra, sustentou os preços internos temporariamente.
Para a safra 2025/26, espera-se redução de 9,3% na área plantada, principalmente no Paraná. A queda internacional dos preços e o aumento da competitividade do trigo argentino devem seguir pressionando o mercado doméstico.
A colheita da safra 2024/25 está quase finalizada, com produtividade elevada. No entanto, a dificuldade de escoamento, devido às exportações fracas e à concorrência do Mercosul, tem impedido a valorização do arroz no Brasil.
O USDA projeta uma produção global recorde para 2025/26, o que deve manter a pressão sobre os preços internacionais e ampliar os desafios para o setor brasileiro.
Apesar da pressão internacional, os preços do algodão no Brasil subiram em maio, sustentados pela valorização dos prêmios e pelo câmbio. O USDA projeta leve queda na produção global em 2025/26, mas estoques seguirão elevados.
No Brasil, a produção está estimada em 3,9 milhões de toneladas. O clima tem favorecido o desenvolvimento das lavouras, embora o excesso de umidade traga preocupações com a qualidade da pluma.
O mercado do boi gordo registrou queda em maio, com pressão da safra e da retração nos preços da carne bovina. As exportações seguem em bom ritmo, com crescimento nas vendas para China e EUA.
O bezerro teve leve valorização, dificultando a reposição para os terminadores. A perspectiva de oferta elevada e maior presença de carne de frango no mercado interno mantém a pressão sobre os preços do boi.
O setor avícola teve melhora nas margens em maio, com redução nos custos de produção devido à queda no preço do milho. Apesar da firmeza nos preços da carne, o caso de gripe aviária em granja no RS levou mais de 20 países a impor embargos à carne brasileira.
A expectativa é de queda nas exportações em junho, o que pode elevar a oferta interna e pressionar os preços. A regionalização dos bloqueios será fundamental para mitigar os impactos.
O mercado de suínos segue equilibrado, com preços firmes e queda nos custos de produção. As exportações continuam fortes, com destaque para as vendas às Filipinas e à China.
A suinocultura pode sofrer impactos indiretos dos embargos à carne de frango, que podem aumentar a oferta doméstica de proteína animal. Ainda assim, o setor está bem posicionado para manter margens positivas.
O avanço da colheita e as boas condições climáticas pesaram sobre os preços do café arábica e robusta em maio. As exportações seguem em bom ritmo, e estimativas revisadas indicam safra levemente maior em 2025/26.
Para o robusta, com boa oferta, os preços devem seguir pressionados. Já o arábica tende a se sustentar por conta da oferta mais restrita e da preocupação com possíveis geadas nos próximos meses.
Fonte: Portal do Agronegócio
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