Publicado em: 05/05/2015 às 09:20hs
De acordo com o Sindicato dos Feirantes do Estado do Amazonas, alguns itens alimentícios, como a banana prata, o fornecimento foi afetado, o que resultou em aumento gradual de até 50%, desde janeiro.
“A banana vem tendo reajuste por dois motivos: cheia do Acre, aonde 50% vem de lá e a estiagem de Roraima, o nosso maior fornecedor”, explica o vice-presidente do Sindicato dos Feirantes, Deuticilian Barreto. O valor do cacho subiu de R$ 10 para R$ 15, o cacho. Já a do tipo pacovã, que antes custava R$ 17, hoje está entre R$ 25 a R$ 30, informou.
Segundo o vice-presidente, o aumento de preços dos produtos regionais como o maracujá, a mandioca, o mamão, só vão ser percebidos em um mês. “As terras de várzea que mais produzem vem alagando. Agora, essa falta não está tão grande. Mas daqui a um mês as verduras como o cheiro-verde, couve, e as frutas como o mamão e o maracujá (que vem de Manacapuru e Iranduba), devem ter aumento”, disse.
De acordo com a comerciante Cláudia Lima, que possui uma banca na Feira da Banana, na Manaus Moderna, esse aumento vem acontecendo desde janeiro. “O cacho da banana pacovã e antes dessa cheia, era R$ 17. Hoje custa R$ 23 e R$ 25. E muitas vezes, temos que vender de R$ 30, para poder tirar o nosso lucro”, disse.
Para o feirante Miguel Filho, o preço da banana prata era R$ 5. Hoje, está em torno de R$ 10 até R$ 15. “Quase toda semana está tendo aumento porque a produção de Roraima está devagar”, disse.
O vendedor de banana frita Antonio do Rosário Moreira, que trabalha há mais de 25 anos no ramo, critica os feirantes que, a seu ver, tentam obter maior lucro com a escassez. “Está muito caro, mas nunca baixou. Acho que os feirantes se aproveitam da ocasião para ganhar dinheiro”, disse, acrescentando que a banana pacovan verde é mais cara, custa em torno de R$ 60.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faeam), Muni Lourenço Silva Júnior acredita que após a situação climática se normalizar, os preços de alguns alimentos, principalmente os regionais, devem voltem a cair. “A tendência é que, quando passar essa situação climática, haverá uma oferta maior dos alimentos e o preço deverá recuar”, disse.
Segundo o comerciante do ramo varejista Sérgio Reis, o aumento dos alimentos já era esperado por conta da cheia. “Quem compra as verduras e frutas no atacado, hoje tem que vir de madrugada na feira Manaus Moderna. Antes, você ainda conseguia comprar quando chegasse às 8h”, disse.
Importados
Outros alimentos adquiridos no Sul e que hoje pesam no bolso do consumidor, por causa da diminuição da produção, são a cebola e o alho, neste caso, resultado da estiagem que afetou aquelas regiões. “A falta de chuvas em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e o final de safra vem diminuindo a produção desses dois produtos no Brasil”, disse o comerciante.
Para obter melhores preços, o empresário tenta importar da Argentina e da Holanda, a cebola e o alho, da Espanha, China e Argentina. “Por causa da alta e instabilidade do dólar, isso vem encarecendo muito esses produtos”, disse. De acordo com o comerciante, a saca de 19 quilos de cebola vem subindo toda semana. “Na semana passada, era R$ 55, mas agora passou para R$ 65 e semana que vem vai para R$ 75”, disse, afirmando que esse preço também vale para o alho.
Perdas
De acordo com dados do levantamento de perdas agropecuárias elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) referente a cheia de 2015, o valor de perdas na cultura de mandioca para produção de farinha (calculado em toneladas) chega a pelo menos R$ 18,6 milhões. Para a cultura da banana o prejuízo acumula R$ 7,8 milhões.
Os municípios mais afetados com as perdas na farinha de mandioca estão situados no Alto Solimões, como Tabatinga, que perdeu 301,75 toneladas, informa o órgão. Os outros localizados nas calhas dos rios Purus e Juruá também enfrentam prejuízos, informa o Idam.
Fonte: D24AM.com
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