Análise de Mercado

Cepal prevê estagnação nas exportações

O resultado seria o mais baixo desde 2001, quando o superávit da balança comercial brasileira foi de apenas US$ 2,6 bilhões


Publicado em: 11/09/2013 às 14:00hs

Cepal prevê estagnação nas exportações

As exportações brasileiras devem fechar 2013 praticamente estagnadas enquanto as importações subirão. 4,6%, segundo estimativas da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Se concretizado esse cenário o saldo positivo nas trocas comerciais do Brasil com outros países alcançaria US$ 8,9 bilhões neste ano, muito abaixo dos US$19,4 bilhões de 2012. O resultado seria o mais baixo desde 2001, quando o superávit da balança comercial brasileira foi de apenas US$ 2,6 bilhões.

De janeiro a agosto, o País registrou um déficit de US$ 3,76 bilhões.

O Banco Central, no entanto, ainda trabalha com projeção de superávit de US$ 7 bilhões no fechamento do ano, embora já tenha analista falando em déficit comercial em 2013, o primeiro resultado negativo em 13 anos. As estimativas do Banco Central, que podem ser revistas neste mês, projetam alta de 2,2% nas exportações e de 8% nas importações.

Em relação à região, o relatório Panorama da Inserção Internacional da América Latina e do Caribe, divulgado ontem no Chile, indica um saldo comercial positivo de US$ 8 bilhões neste ano, queda brusca em relação aos R$ 41 bilhões registrados no ano passado.

O organismo das Nações Unidas espera uma alta de 1,5% nas exportações dos países que compõem o grupo e de 4,5%, nas importações.

A taxa de crescimento do valor das exportações seria parecida com a de 2012 e reflete elevação de 3% do volume exportado e redução de 1 5% nos preços

"O desempenho do comércio latino-americano e caribenho reflete a fraca conjuntura internacional", disse a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena. No entanto, pelas projeções da Cepal, o comércio crescerá em ritmo menor do que a economia global. As trocas comerciais em todo o mundo devem expandir 2,5% em 2013 enquanto o PIB global, 3,1%.

Retomada. De acordo com a Cepal, a "incipiente" recuperação dos Estados Unidos deve beneficiar as vendas do México e dos países da América Central ao passo que a recuperação lenta da Europa e a desaceleração da China afetarão negativamente as exportações dos países da América do Sul.

Se por um lado a recuperação da economia americana ajuda no crescimento das exportações de alguns países latinos, o documento afirma que o fim dos estímulos monetários nos Estados Unidos pode trazer como consequência um menor crescimento da região, por causa da fuga de capitais. O Federal Reserve (Banco Central americano) anunciou em junho que vai reduzir as compras mensais de US$ 85 bilhões em títulos do Tesouro até o fim deste ano, caso os sinais da economia americana continuem a ser positivos,

Dívida americana. O ritmo e as consequências desse programa é um dos riscos que podem afetar as transações comerciais, segundo a Cepal Ainda em relação aos Estados Unidos, principal parceiro comercial de vários países da região, preocupa o organismo o limite do endividamento público.

O comércio mundial também está dependente da crise na Síria. O agravamento do conflito representaria sério risco para a economia e para o comércio mundial diz o relatório, que aposta em aumento nos preços do Petróleo, o que prejudicaria a balança comercial dos países importadores do produto, incluindo o Brasil. Outro efeito do conflito, segundo a Cepal, seria uma maior aversão ao risco pelos investidores internacionais, que resultaria em encarecimento do financiamento para países em desenvolvimento.

Preste atenção

1 - O relatório Panorama da Inserção Internacional da América Latina e do Caribe, divulgado ontem no Chile, aponta que a incipiente recuperação dos EUA deve beneficiar México e países da América Central, Já a lenta recuperação da Europa e a desaceleração da China vão afetar negativamente as vendas dos países da América do Sul.

2 - O documento mostra ainda que o fim dos estímulos monetários nos Estados Unidos pode trazer como consequência um menor crescimento de alguns países latinos.

3 - Ainda segundo a Cepal, as relações comerciais internacionais estão dependentes da crise na Síria. Se o conflito se agravar, será uma ameaça para a economia e para o comércio mundial.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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