Análise de Mercado

“Cenário do setor lácteo, governança e sistemas de acompanhamento de desempenho” é tema de debate em Quilombo

“Cenário do setor lácteo, sua governança e sistemas de acompanhamento de desempenho” foi tema de um dos painéis apresentados durante o I Workshop “Desafios e oportunidades do setor lácteo para o oeste catarinense”, nessa semana, em Quilombo


Publicado em: 05/05/2015 às 13:00hs

“Cenário do setor lácteo, governança e sistemas de acompanhamento de desempenho” é tema de debate em Quilombo

O evento foi promovido pela Câmara Temática do Agronegócio de Quilombo, com apoio do SEBRAE/SC, da Prefeitura Municipal, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Quilombo e da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC).

Entre os palestrantes esteve o secretário de Estado da Agricultura e Pesca, Airton Spies, que enfatizou a importância da iniciativa, destacando que representou uma importante oportunidade para refletir sobre os desafios que a atividade leiteira tem pela frente, sendo um dos setores que vem crescendo significativamente no Estado e que, ao mesmo tempo, passa pelas maiores transformações técnicas e econômicas.

Reforçou que o leite é a atividade que mais cresce no setor agropecuário de Santa Catarina. Trata-se de um segmento que está mudando muito com a adoção de novas tecnologias por parte dos produtores e das indústrias, com modernização e profissionalização da cadeia produtiva. “O grande desafio é produzir leite de alta qualidade a custo competitivo e isso exige maior organização estrutural do setor, tanto nos fatores de produção nas propriedades e nas indústrias quanto nos processos de logística e transformação e agregação de valor”.

O secretário adjunto realçou ainda que o grande desafio é aperfeiçoar as estruturas de estradas para o transporte do leite, energia elétrica para o resfriamento e infraestrutura nas propriedades, além de melhorar a qualidade do leite produzido.

Jurandi Teodoro Gugel, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que também esteve entre os painelistas, observou que essa articulação oportunizada por meio do workshop é fundamental para promover a competitividade da cadeia produtiva do setor lácteo. “Sabemos que é necessário ter escala de produção, eficiência econômica e que os objetivos devem ser alcançados a partir de uma governança compartilhada. É preciso termos custos baixos de produção e implementar tecnologias”, enfatizou.

Segundo Jurandi, alguns avanços foram conquistados no Estado como, por exemplo, a questão do crédito rural. O carro-chefe é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), destinado a estimular a geração de renda e melhorar o uso da mão de obra familiar, por meio do financiamento de atividades e serviços rurais agropecuários e não agropecuários desenvolvidos em estabelecimento rural ou em áreas comunitárias próximas.

O palestrante também abordou as implicações da irresponsabilidade de algumas empresas que contribuíram para denegrir a imagem do produto no País. “As consequências são dramáticas e reverter um quadro desses tem um custo grande”. Para finalizar, enfatizou que essa permanente sintonia proporcionada pelo evento é estratégica e o próximo passo é focar na qualidade.

O presidente do Conselho Paritário Produtor/Indústria do Estado de Santa Catarina (Conseleite/SC), Adelar Maximiliano Zimmer, apresentou o Conseleite e os desafios do setor. Criado em 2006, o Conseleite é constituído pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados de SC (Sindileite). Sua estruturação teve a assessoria da Universidade Federal do Paraná, que ajudou a constituir o Conseleite daquele Estado. Há nove anos, a UFPR faz o levantamento e o cálculo dos preços de referência do leite, utilizando metodologia definida e aprovada pelo Conselho.

Zimmer lembrou que Santa Catarina é o quinto produtor nacional, com a geração de 2,8 bilhões de litros/ano. Praticamente, todos os estabelecimentos agropecuários produzem leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 73,8% da produção. Os 80.000 produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 7,4 milhões de litros/dia.

Ao falar das oportunidades do setor, o dirigente ressaltou ainda que produtor e indústria passam pela mesma dificuldade e que o desafio dos dois é produzir com qualidade. Apontou que o próximo passo do Conseleite é a formação de um polo sul para exportação. “Precisamos trabalhar juntos para conseguir qualidade e sanidade. Os três Estados do Sul se enquadram numa linha especial para exportar”, concluiu.

Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional

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