Análise de Mercado

Carnes: a evolução em uma década, segundo a FAO

Se - como prevê a FAO em seu mais recente estudo sobre as tendências da produção, comércio e consumo mundial de carnes – a produção do corrente exercício aproximar-se dos 319 milhões de toneladas, o incremento em uma década ficará também muito próximo dos 50 milhões de toneladas


Publicado em: 11/05/2015 às 11:10hs

Carnes: a evolução em uma década, segundo a FAO

Esse adicional corresponde a uma expansão de 18,4% (média de 1,7% ao ano), índice que supera em pouco mais de 3 pontos percentuais o incremento da população mundial no período e que, de acordo com os próprios dados da FAO, deve aumentar cerca de 15% na década em análise, passando de, aproximadamente, 6,4 bilhões para 7,4 bilhões de habitantes.

Notar, neste caso, que apenas a carne avícola (predominantemente a de frango) apresenta crescimento real, pois as outras três registram índices de evolução inferiores aos do aumento da população. Além disso, a avicultura está respondendo por cerca de 60% do adicional de 49,6 milhões de toneladas estimado para o período.

No tocante ao comércio internacional é novamente a carne avícola a única a apresentar crescimento real, pois os volumes transacionados registram aumento de 56%, acima, portanto, do total englobando as quatro carnes, com expansão inferior a 50%.

Os dados divulgados ensejam avaliar, também, a evolução do consumo per capita de cada uma das quatro carnes. Mas talvez seja mais interessante focar a questão no consumo global, avaliando-o segundo os países em desenvolvimento e os desenvolvidos.

Neste caso, o que primeiro ressalta é a (ligeira) diminuição da distância entre os dois blocos de consumidores. Em 2005 o consumo per capita dos países em desenvolvimento (30,9 kg) correspondeu a apenas 37% do que foi consumido nos países desenvolvidos (83 kg). Em 2015 tende a ficar em torno de 44%.

Notar, porém, que embora o índice de expansão entre os primeiros tenha sido expressivo (+9,1%), o volume aí embutido (2,8 kg de aumento) significou incremento médio inferior a 1% ao ano em uma década.

Mas não só isso. Pois a diminuição da distância entre ricos e pobres se deveu também, à queda do consumo per capita nos países desenvolvidos (quase 7 kg a menos entre 2005 e 2015).

Recorrer, simplesmente, à questão econômica não justifica essa queda, pois as carnes avícolas continuam extremamente acessíveis em qualquer parte do mundo. Assim, se o problema se resumisse à redução do poder aquisitivo, uma carne substituiria a outra e a queda de consumo não teria sido tão aguda.

Em suma, outra razão vem determinando menor demanda nos países desenvolvidos. Pode ser, por exemplo, a mudança nos hábitos de consumo. Algo a que os setores produtivos precisam ficar atentos.

Fonte: Avisite

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