Análise de Mercado

Carne de frango completa um quadriênio de estabilidade no volume

Os resultados finais de 2014 divulgados na semana passada por ABPA e APINCO mostram que, após uma década de forte crescimento, a produção brasileira de carne de frango entrou em um processo de estabilidade que se mantém há quatro anos e parece difícil de ser rompido


Publicado em: 04/02/2015 às 13:00hs

Carne de frango completa um quadriênio de estabilidade no volume

Conforme números do próprio setor, o século passado foi encerrado com uma produção (2000) próxima de 6 milhões de toneladas, volume que nos 10 primeiros anos deste século mais do que dobrou, atingindo em 2011 a marca recorde, ainda não superada, de 12,8 milhões de toneladas.

Essa expansão correspondeu a um crescimento médio de pouco mais de 7,2% ao ano e se desenvolveu de forma praticamente contínua, com breves interrupções em 2006 e 2009, anos em que problemas de ordem externa (Influenza Aviária em 2006; crise da economia em 2009) marcaram forte e diretamente a avicultura brasileira, por liderar as exportações mundiais de carne de frango.

Porém, de 2011 para cá houve um estancamento no processo de expansão que, agora, evolui de forma negativa: em comparação ao recorde, menos 1,7% em 2012, menos 4,3% em 2013 e (a despeito de crescimento de 3,1% sobre o ano anterior) menos 1,3% em 2014.

Cientes de que aqueles tempos áureos ficaram para trás e que o futuro aponta para um crescimento apenas vegetativo da produção, as lideranças do setor estimam para 2015 evolução da ordem de 3%, com o que o volume anual romperia a barreira dos 13 milhões de toneladas.

Note-se, aqui, que essa previsão não é muito diferente daquela projetada em outubro de 2014 pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que apontou, para 2015, volume brasileiro da ordem de 13,1 milhões de toneladas de carne de frango (por sinal, o USDA “acertou na mosca” a produção de 2014 ao apontar – também em outubro – volume de 12,680 milhões de toneladas; quer dizer: “errou” por apenas 12 mil toneladas).

Mas o que não se pode ignorar em relação às projeções para 2015 é que ambas datam de momento anterior ao atual, ou seja, não contavam que o mundo (aí incluso o Brasil) entrasse novamente em um generalizado processo de deterioração econômica capaz de afetar inúmeras atividades.

Claro, operamos com um alimento que pode ser considerado essencial e, por isso, os efeitos sobre o setor tendem a ser proporcionalmente menores. Mas é sempre bom ter em mente que, desta vez, as ondas contrárias tendem a ser bem mais fortes que as simples “marolas” que marcaram a crise econômica anterior. Assim, não é de todo ruim trabalhar com a atenção voltada para a estabilidade que tem marcado a produção de carne de frango nestes últimos quatro anos.

Fonte: Avisite

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