Pois após 57 dias de estabilidade, a ave viva negociada no interior do Estado perdeu cinco centavos de seu preço, retornando ao mesmo valor praticado nos primeiros dias do ano – R$2,35/kg. O pior é que a baixa ocorreu no período caracterizado como de melhor consumo do mês.

Ao contrário de anos anteriores, o setor depositava suas melhores expectativas na “semana do dia 10”, não na semana de Páscoa, comemorada uma semana antes e, tradicionalmente, um dos bons momentos de consumo do ano.

Havia explicação para isso. É que, em 2015, os feriados de Páscoa ocorreram logo no início de abril, antes, portanto, da chegada dos salários ao mercado. Daí, também, a expectativa de um alto consumo no final da segunda semana do mês, momento em que os assalariados vão às compras.

Mas já no meio da semana surgiram os primeiros indícios de que algo não ia bem. Pois em vez de manter a recuperação de preços que é habitual no período, o atacado do frango abatido começou a retroceder. Era a indicação de que o final de semana não iria corresponder ao esperado. Ao contrário.

Registre-se, de toda forma, que a queda observada no comércio paulista de aves vivas não decorreu, exatamente, de um excedente de oferta do produto, mas do inchaço do mercado por produto proveniente das integrações, recurso adotado na tentativa de segurar ou minimizar o retrocesso de preços enfrentado no atacado de aves abatidas.

A tática, porém, parece não ter propiciado o resultado esperado, visto no que no final de semana os preços no atacado já haviam retrocedido ao menor valor do mês. Como, ultrapassado o primeiro decêndio do mês, são escassas as chances de recuperação, a tendência de novas quedas não está descartada, podendo atingir o mercado do frango vivo. A repetição do ocorrido em abril de 2014 não será fato surpreendente.