Análise de Mercado

Cacau sobe quase 7% em abril com impulso da Páscoa, mas segue abaixo dos níveis de 2024

Sazonalidade sustenta alta pontual nos preços da commodity, mas tendência de médio prazo é de queda com expectativa de safra global maior, aponta GEP Costdrivers


Publicado em: 20/05/2025 às 11:20hs

Cacau sobe quase 7% em abril com impulso da Páscoa, mas segue abaixo dos níveis de 2024
Demanda sazonal impulsiona preços do cacau em abril

O preço internacional do cacau teve alta de 6,89% em abril, segundo dados do relatório mensal de commodities da GEP Costdrivers. O avanço reflete a tradicional sazonalidade da Páscoa, que historicamente eleva a demanda por chocolate e seus derivados.

No entanto, apesar da recuperação pontual, o preço da commodity ainda opera 17,53% abaixo do registrado em abril de 2024, quando os valores estavam em níveis recordes.

Efeito da Páscoa também impacta o mercado doméstico

No mercado interno, o movimento foi ainda mais intenso. Os preços do cacau subiram 47,39% em abril, acumulando uma alta de 31,46% nos últimos 12 meses.

Outro indicativo da maior demanda da indústria é o crescimento das importações brasileiras de cacau, que aumentaram 155,61% em valores na comparação anual, sinalizando maior dependência do produto importado para suprir o setor industrial.

Tendência futura aponta para recuo nos preços

Apesar da valorização recente, as projeções para os contratos futuros mantêm viés de baixa. De acordo com a economista Isadora Araújo, da GEP Costdrivers, a alta de abril foi motivada por um evento pontual, e as estimativas indicam uma safra global mais robusta ao longo do ano.

Além disso, a queda prevista na moagem mundial de cacau — processo industrial que reflete o ritmo de consumo — contribui para o cenário de preços mais pressionados nos próximos meses.

Outros destaques do mercado de commodities

Café: queda pontual, mas tendência ainda é de alta

O café registrou retração de -3,80% no mercado internacional em abril, reflexo dos impactos da Guerra Tarifária sobre o comércio global. Apesar da queda no mês, a tendência de alta anual permanece, sustentada pela demanda externa crescente e pela redução dos estoques globais.

Milho: colheita pressiona preços, mas exportações mantêm valores elevados

Os preços do milho seguem em queda mensal, acompanhando o avanço da segunda safra no Brasil. No entanto, na comparação anual, os valores ainda se mantêm elevados, com destaque para o crescimento das exportações brasileiras e um balanço global de oferta e demanda ainda desequilibrado.

Algodão: leve alta nos contratos internacionais

O algodão apresentou uma alta modesta nos contratos internacionais, mas ainda acumula queda anual. As projeções do USDA indicam um balanço global positivo, o que sustenta a pressão sobre os preços. Ainda assim, o produto surge como alternativa de receita para o Brasil, diante das tensões comerciais entre EUA e China.

Soja: demanda externa sustenta preços

A soja teve alta mensal de 2,06% no mercado internacional, embora ainda registre queda de 11,61% em relação a abril de 2024. No mercado doméstico, o preço subiu 1,58% no mês, acumulando alta de 5,96% no ano. Assim como outras commodities agrícolas, a demanda externa aquecida e os desdobramentos da guerra comercial entre Estados Unidos e China influenciaram diretamente os preços.

Fonte: Portal do Agronegócio

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