Publicado em: 04/11/2025 às 17:30hs
O Brasil deve fechar 2025 com 48,2 milhões de toneladas de fertilizantes entregues, um crescimento de 1% em relação a 2024, segundo projeção apresentada pela Agrinvest durante a 19ª edição do Simpósio Sindiadubos NPK, realizada em Curitiba. O evento, realizado na quinta-feira (30), reuniu 1,1 mil participantes de diversos estados e do exterior.
Segundo Jeferson Souza, analista de fertilizantes da Agrinvest, “já está consolidado que será um volume recorde de produtos. Ainda faltam alguns ajustes nos dados, mas enxergamos um aumento de 1% em relação ao ano passado”.
Apesar do crescimento, o mercado apresenta comportamento atípico, com mudanças significativas nas importações. Conforme Aluisio Schwartz Teixeira, presidente do Sindiadubos-PR, o aumento gradual dos preços levou os produtores brasileiros a optarem por produtos com menor concentração de nutrientes, principalmente vindos da China.
Os números confirmam a tendência:
Segundo Souza, essa importação de produtos menos concentrados aumenta a necessidade de maiores volumes para suprir a demanda, gerando projeções de queda no fósforo, enquanto o crescimento de nitrogênio e potássio ainda é incerto.
Atualmente, o Brasil depende de mais de 85% da demanda de fertilizantes importados, principalmente da Rússia, China, Canadá e Irã. Mesmo assim, o especialista garante que a produtividade não deverá ser comprometida, devido a reservas de fósforo acumuladas em anos anteriores.
O aumento do volume importado em curto período provocou gargalos logísticos, principalmente no Porto de Paranaguá, com tempo médio de espera de 60 dias para descarregamento. O atraso gerou custos adicionais de demurrage de US$ 20 a US$ 25 por dia, segundo Teixeira.
Outros fatores que afetaram o setor incluem:
Apesar dos desafios, o setor mantém expectativa positiva para os próximos anos. Teixeira afirma que as empresas continuam investindo em novos polos e expandindo a produção, aproveitando fertilizantes de diferentes origens para aumentar a produção de grãos sem desmatamento, em áreas de pastagens degradadas.
O presidente do Sindiadubos projeta que o patamar de 50 milhões de toneladas de fertilizantes entregues no Brasil, inicialmente previsto para 2050, poderá ser alcançado já em 2028.
Fonte: Portal do Agronegócio
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