Publicado em: 26/09/2025 às 10:55hs
O agronegócio brasileiro enfrenta um desafio estratégico: a periodicidade anual do Plano Safra e do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) dificulta a tomada de decisões de longo prazo. Especialistas apontam que a falta de previsibilidade impacta investimentos em tecnologia, infraestrutura e práticas sustentáveis, essenciais para a competitividade do setor.
Maria Flávia Tavares, economista e doutora em agronegócio, afirma que o Brasil poderia se beneficiar de um modelo plurianual. “A visão de longo prazo permite políticas mais consistentes e favorece o planejamento estratégico do produtor rural”, ressalta.
Grandes economias adotam planos agrícolas de médio e longo prazo. Na China e na Índia, os planos são quinquenais; nos Estados Unidos, a Farm Bill é revisada a cada quatro anos; e na União Europeia, a Política Agrícola Comum passa por atualização a cada cinco anos. Esse horizonte estendido garante maior estabilidade para produtores e investidores e possibilita ajustes estruturais diante de mudanças econômicas e ambientais.
O modelo anual brasileiro oferece flexibilidade, mas gera incerteza para o setor. A cada ciclo, linhas de crédito, juros e subsídios podem ser alterados, tornando difícil para o produtor planejar investimentos duradouros.
“Repensar o horizonte do Plano Safra é fundamental para que o Brasil não apenas aumente a produção, mas também avance em inovação, sustentabilidade e consolidando-se como potência agrícola global”, conclui Tavares.
Fonte: Portal do Agronegócio
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