Publicado em: 11/07/2022 às 16:40hs
“O Brasil e o mundo árabe têm muitas oportunidades de negócios para desenvolver em conjunto”, afirmou Rocha em sua participação na quarta edição do Fórum Econômico Brasil-Países Árabes, realizada em São Paulo pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB).
Segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, o atual ambiente de negócios a que se referiu o secretário de Assuntos Estratégicos é consequência de uma série de medidas adotadas pelo governo federal para reduzir o chamado Custo Brasil e ampliar a inserção do país no mercado internacional. Entre essas medidas, Ferraz ressaltou a redução de impostos e de entraves burocráticos, além da ampliação de acordos comerciais com outros países e blocos econômicos.
De acordo com o presidente da República, Jair Bolsonaro, o mundo árabe constitui hoje o terceiro maior mercado para o Brasil no exterior, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. A corrente de comércio entre o Brasil e os 22 países da Liga Árabe alcançou em 2021 mais de US$ 24 bilhões de dólares.
No total, o Brasil exportou US$ 14,42 bilhões ao bloco dos países árabes, com aumento de 26% na receita gerada. Essas cifras devem seguir em expansão. De janeiro a abril, as exportações do Brasil para o mundo árabe saltaram de US$ 4 bilhões em 2021 para US$ 5,2 bilhões. Já no ranking das importações brasileiras, os árabes estão em quinto lugar entre os principais fornecedores. Em 2021, a receita com as compras de produtos árabes foi de US$ 9,82 bilhões, um aumento de 82% frente a 2020.
O Brasil é hoje o maior exportador de proteína halal do mundo. Além do comércio de carnes de frango e bovina, crescem igualmente as exportações de açúcar, soja e trigo. Em contrapartida, 26% dos fertilizantes que abastecem o agronegócio brasileiro vêm do mundo árabe, dado significativo levando em conta o conflito bélico entre Ucrânia e Rússia, tradicionais fornecedores desses insumos.
“É nosso objetivo concluir acordos com os países árabes que facilitem investimentos e evitem a dupla tributação”, afirmou Bolsonaro. “No âmbito do Mercosul, os resultados alcançados pelo acordo de livre comércio com o Egito inspiram outras iniciativas, como as negociações avançadas com os Emirados Árabes Unidos. Estou convencido de que estamos apenas começando a explorar o potencial de cooperação econômica entre o Brasil e o mundo árabe.”
“Mais acordos desse tipo são necessários e, neste fórum, podem ser avaliadas formas para superar entraves e sensibilidades que travam discussões para a celebração de novos acordos de livre comércio entre o Brasil e os países árabes”, completou Osmar Chohfi, presidente da CCAB, para quem a relação comercial bilateral Brasil-mundo árabe tomou impulso em outro momento do mundo que, como agora, exigiu de diferentes países adaptação a novas e desafiadoras condições da economia e do comércio mundiais.
“Refiro-me aos anos 1970 e 1980, durante os quais o Brasil, por sua política de ponderação e equilíbrio, intensificou suas trocas comerciais com o mundo árabe, tendência que cresceu na década de 1990 e nestas duas décadas do século 21”, explicou Chohfi. “Petróleo, gás, fertilizantes, veículos, aviões, materiais de construção e serviços de engenharia de empresas brasileiras enriqueceram o intercâmbio. Com o passar dos anos, desenvolvemos com os países árabes uma troca comercial expressiva e de grande complementaridade.”
Sameer Abdulla Nass, vice-presidente da União das Câmaras Árabes e presidente da Câmara de Comércio e Indústria do Bahrein, endossou as palavras de Osmar Chohfi, ao destacar que outro ponto importante nas relações Brasil-países árabes é a solução de gargalos logísticos, com a criação de linhas marítimas diretas entre portos brasileiros e árabes, o que reduziria custos e o tempo demandado para o transporte, que pode incrementar o comércio bilateral em termos de volume, renda e complementaridade estratégica.
“Mesmo com a pandemia de covid19 e a crise econômica mundial, o avanço do comércio entre o mundo árabe e o Brasil é uma prova de que ainda temos várias oportunidades a serem aproveitadas”, analisou Sameer Abdulla Nass. “Temos de fortalecer a cooperação econômica e os investimentos de qualidade de ambos os lados para aproveitar as várias vantagens existentes tanto no Brasil quando nos países árabes.”
Ao final da abertura do Fórum Econômico Brasil-Países Árabes, o presidente da CCAB, Osmar Chohfi, e o presidente da Apex-Brasil, Augusto Pestana, assinaram um termo de compromisso de convênio para promoção de negócios hallal no período de 2022 a 2025.
O convênio tem como objetivo promover internacionalmente os produtos halal em ações organizadas em países como a Arábia Saudita, Egito, Indonésia, África do Sul, Malásia, França e Emirados Árabes Unidos. Também pretende posicionar o Brasil como referência em produtos halal, destacando-se como principal competidor nessa categoria e referenciando ações e resultados relevantes que possam ser divulgados internacionalmente.
Inclui ainda formatar um novo projeto setorial dedicado ao mercado halal, a fim de fomentar as exportações do setor e ampliar ainda mais os mercados, bem como coordenar ações de atração de investimentos estrangeiros para o fortalecimento da cadeia produtiva e das empresas do setor.
Fonte: Câmara Árabe
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