Publicado em: 17/02/2020 às 11:20hs
Nesta segunda-feira, 17 de fevereiro, as bolsas de Chicago e Nova York não operam com o feriado do Dia do Presidente sendo comemorado hoje nos EUA. O feriado é celebrado toda terceira segunda-feira do mês. Os negócios serão retomados nesta terça, 18.
A semana começa com o acordo comercial entre China e Estados Unidos já em vigor e com o mercado se preparando para entender quais serão os próximos movimentos da nação asiática no mercado norte-americano, principalmente de soja. À espera dessas notícias, o mercado vem caminhando ainda de lado na Bolsa de Chicago, sem grandes movimentações e à espera da demanda chinesa.
No Brasil, no caso da soja, o suporte para a força dos preços permanece chegando pelo dólar e por prêmios mais altos
E veja ainda como fecharam, na última sexta-feira (14), os mercados da soja, do milho e do café:
Soja fecha semana com sustentação dos preços no Brasil diante de prêmios e dólar altos
A semana foi agitada para o mercado brasileiro da soja com o dólar renovando sua máxima histórica e batendo em R$ 4,38. E mesmo com o recuo desta sexta-feira (14), a moeda americana se manteve no patamar dos R$ 4,30.
Nesta semana, a moeda americana chegou a renovar sua máxima histórica ao bater em R$ 4,38. Diante do movimento, o Banco Central interviu com leilões de swap e nesta sexta-feira (14), o a divisa já voltava à casa dos R$ 4,30, porém, segundo especialistas, sem dispensar ainda a tendência de alta e a volatilidade.
No período de 13 de janeiro a 13 de fevereiro, o dólar já subiu 5%, passando de R$ 4,1443 para R$ 4,3516. Desde o começo do ano, a alta acumulada é de mais de 7%.
No entanto, além do dólar, os prêmios ofertados para a soja brasileira também vem subindo diante do atraso da colheita no Brasil, em razão do excesso de chuvas em importantes regiões produtoras, como explica o consultor em agronegócios Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios.
"Estamos com prêmios bem saudáveis, entre 60 e 65 cents de dólar , dependendo do dia, da empresa que negocia, e o dólar nos R$ 4,30. E o produtor captou recursos e planejou sua safra com um dólar de R$ 3,80. Somando tudo isso, o atual momento é bom, está dando boas margens para o produtor brasileiro", diz Fernandes.
E o consultor explica ainda que, a cada nova safra, as operações de comercialização se mostram cada vez mais sofisticadas - tanto na exportação, quanto no mercado interno - respeitando suas regionalidades, encontrando espaço para o suporte diante de boas exportações e também das boas margens de esmagamento das indústrias brasileiras.
Depois de embarques um pouco mais tímidos dada a menor disponibilidade de produto, "as exportações de soja do Brasil começaram a primeira semana de fevereiro dando sinais de que o mês vai ser forte", diz Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, apostando em ao menos 4 milhões de toneladas embarcadas neste mês.
Somente nos primeiros cinco dias úteis de fevereiro, de acordo com números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), os embarques somaram 992,8 mil toneladas. "Os embarques devem crescer de agora em diante porque tem muito produto negociado para ser embarcado nas próximas semanas", diz Brandalizze.
BOLSA DE CHICAGO
Enquanto a realidade é essa no Brasil, o mercado internacional continua caminhando de lado e os futuros ds soja fecharam o pregão desta sexta-feira (14) com estabilidade e pequenas baixas de pouco mais de 2 pontos nos principais contratos.
O esperado dia 15 de fevereiro, quando entra em vigor a fase um do acordo comercial entre China e Estados Unidos, chegou, porém, sem grandes expectativas que possam motivar uma mudança de direção dos mercados, especialmente o da soja, que é um dos mais interessado nestas relações comerciais.
No entanto, os mercados - internacional e nacional - esperam por movimentos reais da nação asiática para que possa, enfim, começar a avaliar a e precificar os impactos que poderão ser sentidos. As incertezas são tantas que, na Bolsa de Chicago, os futuros da oleaginosa trabalharam a semana toda caminhando de lado, sem apresentar oscilações muito intensas.
E nesta segunda-feira, a Bolsa de Chicago não opera em função da comemoração do feriado do Dia do Presidente, o que também limitará o conhecimento sobre os efeitos da vigência do acordo logo no início da próxima semana.
"Sem compras da China nos EUA é muito otimismo querer que Chicago suba", diz Fernandes.
Milho tem semana de preços firmes no mercado brasileiro com a B3 acima dos R$ 50 no março
O mercado brasileiro de milho contabiliza mais uma semana de preços firmes e bons negócios. O suporte para as cotações se mantém mesmo diante do avanço da colheita da safra de verão e do plantio do milho safrinha. Com isso, nesta sexta-feira (14), os futuros do cereal voltaram a subir na B3. O vencimento março terminou o dia com alta de 0,80% e valendo R$ 51,75 por saca. O setembro subiu 0,41% para R$ 41,87.
No interior, os preços também subiram e registraram avanços superiores a 1% em importantes regiões produtoras do país, como Castro, Londrina, Cascavel e Ubiratã, no Paraná - onde os preços variam entre R$ 40,00 e R$ 46,00/sc. Em Santa Catarina, ganhos de mais de 2% e em Brasília, de 5% para R$ 42,00.
No porto de Paranaguá, a referência permaneceu estável nos R$ 43,00.
"O ritmo dos negócios envolvendo milho safrinha no Brasil segue acelerado", explica a consultoria Safras & Mercado, relatando um comprometimento da safrinha brasileira com a comercialização em 20,2%, até o último dia 7, contra 11% do mesmo período do ano passado.
E enquanto essa realidade se desenvolve, o mercado brasileiro continua diante de uma oferta restrita e estoques ajustados depois das exportações recordes de 2019. Ademais, o dólar é outro fator que mantém as cotações altas no Brasil. Apesar do recuo nesta sessão, a moeda americana segue na casa dos R$ 4,30.
Nesta semana, a moeda americana chegou a renovar sua máxima histórica ao bater em R$ 4,38. Diante do movimento, o Banco Central interviu com leilões de swap e nesta sexta-feira (14), o a divisa já voltava à casa dos R$ 4,30, porém, segundo especialistas, sem dispensar ainda a tendência de alta e a volatilidade.
No período de 13 de janeiro a 13 de fevereiro, o dólar já subiu 5%, passando de R$ 4,1443 para R$ 4,3516. Desde o começo do ano, a alta acumulada é de mais de 7%.
MERCADO INTERNACIONAL
Na Bolsa de Chicago, os preços fecharam o dia com leves baixas que variaram de 1,75 a 3,25 pontos nos principais contratos. O março encerrou o dia com US$ 3,77 e o setembro com US$ 3,84 por bushel.
O mercado não opera na próxima segunda-feira, 17 de fevereiro, em função do feriado do Dia dos Presidentes comemorado nos EUA. A espera e tantas incertezas que rondam os negócios neste momento mantêm os traders na defensiva.
A demanda pelo cereal norte-americano segue ainda limitada, com um volume comprometido com as exportações ainda bem distante do mesmo período do ano anterior. E diante disso, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) revisou para baixo sua estimativa para as vendas externas de milho do país para 43,82 milhões de toneladas.
Assim, os traders também continuam esperando por novas notícias que possam mexer de forma mais efetiva com o andamento dos preços do cereal.
Ainda buscando recuperação, café encerra sessão com altas significativas em Nova York
O mercado futuro do café arábica encerra a semana com altas significativas na Bolsa de Nova York (ICE Future US) e os principais contratos finalizam a sessão desta sexta-feira (14) com valorização de até 470 pontos. O momento é de recuperação para o mercado do café e apesar de números expressivos, altas representam apenas 1/3 de recuperação quando comparadas com as perdas que o setor vem registrando desde o início de 2020.
Março/20 teve valorização de 465 pontos, cotado a 109,10 cents/lbp, maio/20 subiu 465 pontos, valendo 111,35 cents/lbp, julho/20 também registrou alta de 465 pontos, cotado a 113,40 cents/lbp e setembro/20 encerra a semana com valorização de 470 pontos e negociado por 115,45 cents/lbp.
Para o analista Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, as altas são positivas e tudo indica que o mercado está se encaminhando para uma recuperação. Produtores de café vêm enfrentando preços abaixo do esperado desde janeiro, um mês após altas expressivas entre os meses de novembro e dezembro. O analista acredita que a próxima semana continuará sendo de movimentações positivas em Nova York.
"A alta tem muito haver com a rolagem de contratos de março para maio lá em Nova York e como existe pouco café na mão de produtores tanto aqui no Brasil, como nos outros países produtores de arábicas, os exportadores estão cautelosos para fazer novas vendas de café para entrea imediata. Eles sentem que é difícil comprar, fazem preços mais altos e os operadores começam a perceber que com isso o café de qualidade mais barato no momento estão na Bolsa de Nova York", explica.
O mercado físico, que normalmente acompanha os preços do exterior, também precisa de valorização para que negócios voltem a ser fechados. De acordo com Carvalhaes, o volume de negócios fechados no mercado interno está abaixo da média esperada para o período.
Eduardo destacou ainda que a safra 2020/21 tende a ser uma safra de ciclo alto, porém descarta a possibilidade de uma safra recorde como vem sendo falado no mercado desde o início de janeiro. Diante dos altos números de exportação e o Brasil não trabalhar atualmente com estoque de passagem, as negociações tendem a passar por um período de aperto entre oferta e demanda. "Se tivermos problemas nos próximos anos, simplesmente não vamos ter café para fornecer", comenta.
Valores no mercado interno
No Brasil, o mercado interno acompanhou Nova York e também encerra a semana com variações positivas nas principais praças produtoras do país.
O tipo 6 duro teve alta de 5,26% em Patrocínio/MG, cotado a R$ 500,00. Guaxpé/MG registrou alta de 4,04%, valendo R$ 515,00. Poços de Caldas/MG teve valorização de 4,21%, valendo R$ 495,00. Em Varginha/MG o aumento foi de 4,08%, por R$ 510,00 e Franca/SP registrou alta de 1,02%, estabelecendo os preços por R$ 495,00.
O tipo cereja descascado teve alta de 4,44% em Poços de Caldas/MG, cotado a R$ 565,00. Guaxupé/MG registrou alta de 2,83%, valendo R$ 545,00. Patrocínio/MG teve a alta mais expressiva, com valorização de 8,57%, cotado a R$ 570,00. Varginha/MG registrou aumento de 0,95%, cotado a R$ 530,00.
O tipo 4/5 teve aumento de 4,12%, cotado por R$ 505,00. Varginha/MG subiu 4,04%, valendo R$ 515,00 e Franca/SP registrou alta de 1%, sendo negociado por R$ 505,00.
Fonte: Notícias Agrícolas
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