Análise de Mercado

Bolsas de Chicago e Nova York não operam nesta 2ª feira com feriado do Dia do Trabalho nos EUA

Nesta segunda-feira, 3 de setembro, os Estados Unidos comemoram o ferido do Labor Day


Publicado em: 03/09/2018 às 10:10hs

Bolsas de Chicago e Nova York não operam nesta 2ª feira com feriado do Dia do Trabalho nos EUA

Nesta segunda-feira, 3 de setembro, os Estados Unidos comemoram o ferido do Labor Day, ou Dia do Trabalho e, por conta disso, as bolsas de Chicago e Nova York não operam. Os negócios serão retomados nesta terça-feira (4).

Veja os últimos fechamentos dos mercado de soja e café:

Soja: Brasil descola da Bolsa de Chicago e fecha agosto com mais de 4% de altas nos portos

"O mês de agosto foi desastroso para a tendência dos preços internacionais de soja e para a economia brasileira, mas favorável para manter em níveis elevados os preços de soja em reais no mercado interno brasileiro". O resumo é o do diretor da Cerealpar, Steve Cachia, que justifica as baixas acumuladas de mais de 6% entre os principais vencimentos da soja negociados no mercado futuro norte-americano.

Com essa pressão, o contrato novembro/18 fechou o mês com US$ 8,43 por bushel, e queda de 6,14%, e o janeiro passou de US$ 9,12 para US$ 8,56, com perda de 6,14%.

As baixas não foram ainda mais intensas porque nesta sexta-feira as cotações terminaram o dia com altas de 11,25 a 13,50 pontos entre as posições mais negocidas, com o mercado da soja econtrando suporte nas altas de mais de 2% entre as cotações do milho e do trigo.

Agosto foi repleto de estimativas da nova safra norte-americana e a mais forte delas veio com os dados do Pro Farmer, um dos mais importantes e tradicionais crop tours dos EUA, com a projeção de pouco mais de 127 milhões de toneladas de soja a serem colhidas na temporada 2018/19. Os dados repercutiram por dias no mercado e ajudaram a intensificar a pressão sobre as cotações.

Ademais, a guerra comercial entre China e Estados Unidos continuou, os rumores aumentaram, bem como a tensão entre as duas maiores economias do mundo. Nesta sexta-feira (31), inclusive, Donald Trump informou estar preparado para intensificar a disputa, adotando mais 200 bilhões de dólares em importações chinesas assim que o período de consulta pública sobre o plano acabar na próxima semana, segundo informou a Bloomberg News.

Paralelamente, porém, a movimentação do dólar frente ao real também chamou muito a atenção dos traders no mercado internacional e a valorização da moeda americana em 8,46% no mês ajudou a pesar sobre as cotações da soja em Chicago. Com a divisa brasileira mais barata, o produto do Brasil se tornou ainda mais competitivo, ajudando a manter a concentração das compras chinesas no mercado do Brasil.

O andamento do mercado cambial brasileiro tem sido pautado, principalmente, pelo cenário da corrida presidencial. Todas as pesquisas de intenção de voto seguem mostrando a liderança do ex-presidente Lula e, em um cenário sem ele, a priemeira posição é de Jair Bolsonaro.

Nesta sexta, o dólar passou por uma correção depois das altas consecutivas e, de ao longo da semana bater nos R$ 4,20, de 1,78% para fechar nos R$ 4,07. Na máxima do dia, alcançou os R$ 4,1781.

E essa alta de mais de 8% do dólar frente ao real permitiu que, também no mês de agosto, os preços da soja no mercado de portos do Brasil conseguissem registrar um balanço positivo, com altas de mais de 3%.

Para o produto disponível, em Paranaguá a alta acumulada neste mês foi de 1,10%, com a saca fechando em R$ 91,00, enquanto em Rio Grande o ganho foi de 4,21%, com o preço passando de R$ 87,80 para R$ 91,50 por saca. Ainda no terminal gaúcho, a referência para setembro subiu, em agosto, 3,84% para R$ 92,00.

Os negócios, nesta semana, mantiveram um bom ritmo de evolução para o produto restante da safra 2017/18, com os vendedores aproveitando não só as puxadas do dólar, mas também dos prêmios, que vieram subindo na medida em que as cotações recuavam na Bolsa de Chicago. Dessa forma, as principais posições de entrega ainda têm valores de US$ 1,80 a US$ 2,00 sobre os valores praticados na CBOT.

O mesmo, porém, não acontece na nova safra. A comercialização está atrasada - dadas tantas incertezas que ainda rondam os custos da temporada 2018/19 - e os negócios estão bem mais lentos.

Ainda assim, as cotações também registraram um balanço positivo, com alta de 3,84% para a soja com referência fevereiro/19, no terminal de Paranaguá, fechando o mês com R$ 85,00 por saca.

Café: Bolsa de NY recua pela quarta sessão seguida nesta 6ª e fecha semana com perdas acumuladas de 2,77%

Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) tiveram queda de mais de 100 pontos nesta sexta-feira (31). O mercado externo do grão foi pressionado por vendas especulativas e acompanhou o câmbio em parte do dia. Na semana, a queda acumulada foi de 2,77%.

O vencimento setembro/18 fechou o dia com queda de 85 pontos, a 98,10 cents/lb e o dezembro/18 anotou recuo de 125 pontos, a 101,40 cents/lb. Já o contrato março/19 registrou 104,70 cents/lb com 130 pontos de desvalorização e o maio/19 anotou 107,05 cents/lb com 130 pontos de perdas.

As cotações do arábica seguiram durante a maior parte da semana de olho no câmbio e fatores técnicos. O dólar comercial, no entanto, acabou fechando a sessão desta sexta em baixa com novidades no cenário político, mas conclui o mês com alta acumulada de 8,46%. Maior variação desde 2015.

A divisa registrou no dia queda de 1,78%, cotada R$ 4,0724 na venda, com investidores na expectativa dos desdobramentos da inclusão do registro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na pauta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O mercado chegou a trabalhar em alta, com máxima de R$ 4,1781.

"Está apenas seguindo a baixa do real", disse para a Reuters internacional Geordie Wilkes, analista técnico da Sucden Financial, em referências às recentes oscilações do café com o câmbio.

Com a quarta queda consecutiva, o mercado do arábica voltou a se aproximar das mínimas de 12 anos e meio da semana passada, em 99,35 cents/lb. As desvalorizações do real têm desencadeado também pesadas vendas especulativas no mercado. O grão fecha agosto com queda de 10%, sua maior queda mensal desde 2016.

A colheita de café da safra 2018/19 do Brasil foi indicada em 94% até o dia 28 de agosto, segundo levantamento divulgado pela consultoria Safras & Mercado. Levando em conta a estima da consultoria de produção da consultoria, já foram colhidas 56,97 milhões de sacas no país.

"Enquanto no conilon os trabalhos já se encerraram, a colheita de arábica entra na reta final, restando em muitos casos apenas a varreção. E os dados de produção vão confirmando a perspectiva de safra recorde e de boa qualidade", disse o analista de mercado da Safras, Gil Carlos Barabach.

Os produtores de café do Brasil, em finalização de colheita, estão temerosos com a florada antecipada recente. O momento ideal para a condição acontecer seria nos meses de setembro a outubro. "Talvez, tivesse sido melhor atrasar para outubro em que teríamos uma colheita mais uniforme, como na safra passada", disse o produtor rural do município, Alexandre Maroti.

A Bolsa de Nova York não funciona na próxima segunda-feira (03) por conta do feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos.

Mercado interno

O mercado brasileiro voltou a ter negócios lentos nesta semana nas principais praças de comercialização do Brasil com preços internos, inclusive, abaixo do custo de produção. "Nesse cenário, a liquidez e o volume de negócios envolvendo o arábica estiveram maiores", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) (-1,08%), Guaxupé (MG) (-2,13%), Patrocínio (MG) (-1,08%), ambas com saca a R$ 460,00. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 451,00 e queda de 2,17%.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação no dia em Franca (SP) com saca cotada a R$ 440,00 e queda de 3,30%. Essa foi a maior oscilação no dentre as praças.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 435,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Lajinha (MG) com valorização de 2,50% e saca a R$ 410,00.

Na quinta-feira (30), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 426,13 e alta de 0,11%.

Fonte: Notícias Agrícolas

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