Publicado em: 30/08/2013 às 13:20hs
Com o incentivo da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), estão conseguindo atingir o objetivo. Há seis meses, o casal começou a vender mudas. “Não temos como diversificar a produção sem ajuda de técnicos e parceiros que venham conhecer a nossa realidade”, diz a agricultora, que vive e trabalha em propriedade de pouco mais de 20 hectares, 15 deles cultivados com fumo.
Vera está entre as famílias atendidas pelos serviços de Ater do Programa de Diversificação da Produção em Áreas Cultivadas com Tabaco, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O Programa já atendeu cerca de 80 mil agricultores desde sua criação, em 2005, ano em que o Brasil aderiu à Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), da Organização Mundial da Saúde (OMS), tratado internacional de saúde pública.
Além de Vera e o marido, o projeto de Ater atende mais 1,6 mil famílias de 15 municípios em torno de Santa Cruz do Sul (RS), que recebem orientação sobre diversificação da produção. As famílias são ligadas à Cooperfumos vinculada ao Movimento dos Pequenos Agricultores.
“Nosso objetivo foi fazê-los visualizar as alternativas e ver novos estímulos para a diversificação das atividades produtivas”, diz um dos coordenadores do projeto, Fabiano Pisoni, da cooperativa. “O resultado foi muito bom porque os agricultores perceberam que têm outros mercados para aumentar sua renda”, diz. “O trabalho foi muito bom, a gente precisa e quer que continue. Fiquei até emocionada de ver jovens conhecendo a nossa realidade e ajudando a gente”, observa a agricultora.
“Os jovens extensionistas fizeram uma abordagem baseada no diálogo, valorizando os saberes dos agricultores”, ressalta o coordenador de Inovação do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater), Hur Ben Silva, da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF/MDA).
Primeiramente, os jovens extensionistas fizeram um diagnóstico para caracterizar as propriedades; em seguida, um seminário de planejamento com representantes dos 15 municípios, depois reuniões, dias de campo e cursos para implementar atividades e visitas técnicas voltadas para produção. Os técnicos também fizeram oficinas em escolas municipais do meio rural, falando aos estudantes do ensino fundamental sobre as alternativas de produção, os problemas gerados pelo uso de fertilizantes e outros temas trabalhados junto aos agricultores.
“Uma das coisas que potencializou o trabalho foi o kit de diversificação, com semente de milho, feijão, linhaça crioula, hortaliças, além de kits florestais, com mudas nativas - para recuperação da propriedade, para terem uma fruta nativa e árvore para sombreamento”, acrescenta o coordenador Fabiano Pisoni.
Resultados
A agricultora Vera Ferreira passou a plantar milho, feijão e hortaliças para o consumo da família – couve-flor, beterraba, cenoura, pepino, tomate, além de mandioca, batata doce e batata inglesa. Contente com o resultado da assistência técnica recebida, Vera aponta uma das dificuldades dos agricultores da região: a comercialização dos outros produtos que não sejam o fumo.
“Promover espaços e mecanismos de comercialização foi um dos desafios apontados na reunião de avaliação”, pontuou o coordenador de Inovação do Departamento de Assistência Técnica Extensão Rural (Dater), Hur Ben Silva, da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF/MDA). Ele atenta que as atividades conjuntas também apontaram soluções para esse problema. “Um dos resultados foi promover a organização em redes, cooperativas e associações para comercializar os produtos”.
Continuidade
Mais de 11 mil agricultores familiares da região Sul receberão Assistência Técnica e Extensão Rural para diversificarem sua atividade produtiva, com a Chamada Pública n° 06/2013 lançada pelo MDA em agosto de 2013. A Chamada Pública de Ater vai beneficiar agricultores familiares em municípios produtores de tabaco, dando continuidade ao atendimento de dona Vera e de oito mil agricultores em processo de diversificação iniciado com a Chamada n° 04/2011.
Saiba mais
Desde 2005, o Brasil integra a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), da Organização Mundial da Saúde (OMS), tratado internacional de saúde pública. A Convenção-Quadro é um compromisso internacional em que os países membros estabeleceram protocolos que visam encontrar culturas alternativas de plantio para os produtores de fumo e, assim, garantir a atividade econômica dessa população. Seu artigo 17 trata do “apoio às atividades alternativas economicamente viáveis” à cultura do tabaco e o artigo 18, da “ saúde e meio ambiente”.
Dia 29 de agosto é o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Criada em 1986 pela Lei Federal nº. 7.488, a data tem como objetivo reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população brasileira para as consequências sociais, políticas, econômicas e ambientais causados pelo tabaco.
Fonte: Portal do Ministério do Desenvolvimento Agrário
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