Publicado em: 31/07/2025 às 11:25hs
A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) manifestou preocupação com os impactos da nova política tarifária dos Estados Unidos, especialmente em relação aos produtos brasileiros que ficaram de fora da lista de isenções. Segundo a entidade, a medida pode comprometer a segurança alimentar global, afetar o comércio bilateral e gerar distorções nas cadeias de valor.
Para a ABIA, a lista de isenções das tarifas adicionais implementadas pelos EUA é limitada e insuficiente. A exclusão de importantes alimentos industrializados pode afetar diretamente a previsibilidade do comércio entre os dois países. A entidade destaca que categorias essenciais, como carnes, cafés e óleos vegetais, foram incluídas na tarifação, o que pode prejudicar a estabilidade de preços e o abastecimento do mercado norte-americano.
Um dos poucos produtos brasileiros isentos da nova tarifa foi o suco de laranja, que somou quase US$ 750 milhões em exportações no primeiro semestre de 2025. A ABIA considera acertada essa decisão, dada a especialização do Brasil no setor e sua relevância estratégica para o abastecimento norte-americano.
Por outro lado, a carne bovina brasileira, que superou US$ 1 bilhão em exportações para os EUA no mesmo período, não foi contemplada pela isenção. Segundo a associação, a ausência desse reconhecimento representa uma incoerência, considerando a forte dependência do mercado americano e os potenciais efeitos sobre a competitividade e os preços locais.
A ABIA calcula que uma queda hipotética de 10% nas exportações brasileiras de alimentos industrializados para os EUA — com base no total de US$ 2,83 bilhões exportados no primeiro semestre de 2025 — pode resultar em perdas de até US$ 570 milhões anuais em receita para o setor.
Além disso, a entidade alerta que a aplicação de uma tarifa de 50% sobre os produtos que ficaram fora da isenção pode comprometer empregos em toda a cadeia produtiva e enfraquecer os laços comerciais entre os dois países.
Diante do cenário, a ABIA reforça a necessidade de soluções cooperativas e equilibradas, que promovam segurança alimentar, investimentos sustentáveis e um ambiente de negócios previsível e benéfico para ambos os lados. A entidade se compromete a monitorar os desdobramentos da política tarifária dos EUA com atenção, avaliando seus impactos práticos sobre a indústria nacional de alimentos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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