Publicado em: 22/09/2025 às 17:30hs
O agronegócio brasileiro inicia um período de cautela, em meio ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos e à instabilidade política, às vésperas das eleições de 2026. Apesar de a área plantada de grãos e algodão se manter estável — impulsionada por vendas antecipadas —, os investimentos em inovação no campo estão sendo adiados, o que pode comprometer a competitividade no médio prazo.
Alexandre Craveiro, diretor de P&D e sócio-fundador da Fertsan, explica que, em momentos de insegurança, os produtores tendem a se concentrar no básico, garantindo apenas a colheita. “Essa decisão de postergar tecnologias de especialidade é compreensível no curto prazo, mas pode sair cara na hora de fechar as contas”, alerta.
Para especialistas, a lógica deveria ser inversa: tratar a inovação como proteção, e não como gasto. Craveiro destaca que ganhos adicionais — como cinco sacas de soja por hectare ou quinze arrobas no algodão — representam margens importantes que podem fazer a diferença entre lucro e prejuízo em momentos de volatilidade.
Nos últimos anos, a ciência agrícola tem oferecido alternativas para extrair mais produtividade sem expandir a área cultivada. Entre elas estão insumos baseados em biopolímeros e nanotecnologia, capazes de:
Craveiro observa que essa abordagem preventiva funciona como proteção financeira, preparando a lavoura para atingir seu máximo potencial mesmo em cenários de instabilidade. “É colocar hoje para colher depois”, afirma.
Enquanto governos e entidades debatem soluções para mitigar os impactos do tarifaço, especialistas apontam que a saída para o produtor pode estar mais no campo do que na política. Aumentar a eficiência por hectare e adotar tecnologias que maximizem o rendimento são estratégias-chave para manter a competitividade do agronegócio brasileiro no cenário internacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
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