Análise de Mercado

Agricultura no Cerrado: desafios climáticos e caminhos para a sustentabilidade

Especialista destaca estratégias para enfrentar altas temperaturas e chuvas irregulares na produção de soja e milho em Catalão


Publicado em: 03/12/2024 às 08:30hs

Agricultura no Cerrado: desafios climáticos e caminhos para a sustentabilidade
Foto: Pexels. Alejandro Barron

As mudanças climáticas estão redesenhando o panorama agrícola no Centro-Oeste brasileiro, com impactos diretos sobre culturas fundamentais como soja e milho, especialmente na cidade de Catalão, em Goiás. Esses desafios, que incluem temperaturas elevadas e precipitações irregulares, têm colocado em risco pilares econômicos da região.

De acordo com Mariana Aguiar Silva, professora de Agronomia da Una Catalão, as alterações climáticas já afetam significativamente o desenvolvimento das plantas e, por consequência, a produtividade das lavouras. “Essas mudanças influenciam diretamente o ciclo das culturas, prejudicando sua eficiência e resultados econômicos”, alerta a especialista.

Para mitigar os efeitos desse cenário, a adoção de práticas agrícolas sustentáveis é fundamental. Mariana aponta estratégias-chave que podem ajudar os agricultores a se adaptarem:

  • Irrigação eficiente: Sistemas modernos que economizam água e garantem uma distribuição uniforme são essenciais para enfrentar períodos de estiagem.
  • Cultivares resistentes: O uso de variedades de soja e milho adaptadas ao calor intenso e à escassez hídrica é uma alternativa promissora.
  • Plantio direto e rotação de culturas: Essas técnicas contribuem para a saúde do solo, melhoram a retenção de água e reduzem o ciclo de pragas e doenças.
  • Tecnologias de precisão: Ferramentas como sensores de umidade e sistemas de previsão climática permitem decisões mais assertivas no manejo agrícola.

Mariana explica que práticas como a rotação de culturas e o plantio direto não apenas fortalecem a estrutura do solo, mas também promovem o equilíbrio da microbiota, aumentando a tolerância das plantas à seca.

Além disso, a professora destaca o papel essencial da pesquisa acadêmica na busca por soluções. O desenvolvimento de cultivares mais resistentes e o uso de inovações como drones e sensores tecnológicos podem otimizar o uso de recursos naturais. “A agricultura de precisão permite o manejo mais eficiente de água e fertilizantes, tornando as lavouras mais resilientes frente às mudanças climáticas”, salienta.

Outro ponto crucial é a implementação de políticas públicas que incentivem práticas sustentáveis. Subsídios para tecnologias, incentivos fiscais e seguros agrícolas são algumas das medidas que, segundo Mariana, podem viabilizar a adoção de inovações pelos produtores. “Sem o apoio governamental, muitos agricultores ficam impossibilitados de realizar as adaptações necessárias. Capacitação e investimentos são fundamentais para mudar esse cenário”, completa.

Apesar das dificuldades, as soluções apontadas mostram um horizonte promissor para a agricultura de Catalão. Com inovação, práticas sustentáveis e apoio público, a região tem potencial para superar os impactos das mudanças climáticas e se destacar como modelo de resiliência no Cerrado.

Fonte: Portal do Agronegócio

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