Análise de Mercado

71% dos brasileiros do Mercado Financeiro receberam aumento salarial em 2012

Junto com o Brasil, o México foi o país que mais aumentou as remunerações de seus profissionais. Por outro lado, em âmbito global, 47% deste mercado não receberam reajustes financeiros


Publicado em: 18/07/2013 às 17:10hs

71% dos brasileiros do Mercado Financeiro receberam aumento salarial em 2012

Devido à crise mundial de 2008 que assombrou grandes potências econômicas, alguns setores da economia tiraram o pé do acelerador e não aumentaram os salários de seus executivos. O Mercado Financeiro foi um dos mais atingidos e países como EUA e Inglaterra estagnaram o pacote de remuneração dos profissionais do setor.  Por outro lado, países considerados emergentes como Brasil e México melhoraram as condições financeiras e aumentaram as faixas salariais de seus profissionais. No Brasil, 71% dos profissionais deste setor tiveram aumento, contra 67% no México. Para confirmar ainda mais o bom momento financeiro destes países, os números se mostraram melhores que os apresentados pela mesma pesquisa em 2011, em que 61% dos entrevistados afirmaram não terem recebido um aumento de salário.

Os dados são do levantamento Global da Michael Page Banking e Financial Services - Employment Center Outlook 2013 – Financial Sector.  O estudo foi realizado em 47 países – América do Sul, América Latina, Europa, Oriente Médio, África e Ásia-Pacífico e foram entrevistadas 3.800 profissionais do Mercado Financeiro.  Os respondentes trabalham em uma ampla gama de departamentos das mais diversas instituições financeiras e ocupam diferentes níveis de senioridade.

Segundo Luis Felipe Granato, gerente da Michael Page, alguns fatores importantes mostram esta superioridade dos países da América Latina. “Vivemos em um período que a população da América Latina é economicamente mais ativa  do que a da Europa, por exemplo. No Brasil, os executivos ainda estão em crescimento agressivo, ao contrário do que acontece em outros continentes, como a Europa”, observa. Outro ponto importante, segundo o especialista, é que a inflação no Brasil é maior do que na Europa e isto influência no reajuste salarial anual também, ponto que ajuda a elevar este número.

“De um modo geral, todos os profissionais, independente do nível, tiveram um aumento considerável. Porém, quando analisado o organograma em forma de pirâmide, pode-se dizer que os profissionais de base e suporte à primeira gestão conseguem ter uma alavanca maior para aumentar percentualmente seu salário. Isto por que são profissionais em crescimento e com base salarial menor. Quando olhamos para o crescimento (%), esta é a população de profissionais que mais é impactada”, completa.

Alguns segmentos dentro do setor financeiro vivem um melhor momento e, consequentemente, conseguem aumentar mais a remuneração dos seus profissionais. “O mercado de Wealth vive um bom momento, influenciando Assets e Gestoras de Fortunas, seja uma independente ou mesmo dentro de um grande banco. Por outro lado, os bancos que tem business de concessão de crédito para empresas vivem um momento delicado pelo atual momento econômico - taxa SELIC x inflação x spread bancário.”, diz.

Remunerações

Os salários no Brasil já se aproximam das remunerações da Europa e dos EUA e, em alguns casos, até já passou, considerando o dólar desvalorizado. Agora com o dólar subindo, talvez os salários voltem a se equiparar, mas é fato que os executivos do mercado financeiro de São Paulo estão no mesmo nível de Wall Street, por exemplo.

Segue abaixo um gráfico que compara os benefícios financeiros no mundo e na América Latina

  • Profissionais latinos receberam mais ajustes salariais do que a média global
  • O bônus dos latinos também foi maior: 32% entre 20% e 50% do salário
  • Média global de profissionais sem variável é maior que a latina: 50% x 31%
  • Latino-americanos são mais otimistas em relação ao futuro
  • Média global dos que querem se movimentar entre empresas é maior - 77%
  • Mesmo sendo mais otimistas, 87% dos latino-americanos estão dispostos a mudar de país


OS EFEITOS DA CRISE

Como já se poderia prever, houve menos oportunidades para promoções e menos pagamentos de bônus e aumentos de salário.  O fato mais marcante para os empregadores do setor é de que a performance pessoal não influencia na remuneração do profissional (50% das respostas). Outro dado interessante, é que uma grande parcela planeja fazer mudanças em relação à carreira, mudando para outras companhias e setores em um futuro próximo (45% das respostas).

“É notório que o mercado financeiro não vai bem e os gestores sabem disso, o que é um bom sinal. O mercado está dimensionado para um momento difícil e isso nos faz crer que as estruturas voltarão a crescer de forma consistente quando o mercado começar a apresentar uma melhora. Ou seja, o mercado está precificado para baixo a as estruturas estão prontas para isso”, diz Granato.

Na América Latina, foram pesquisados profissionais atuantes no México e no Brasil. Destes, 31% afirmam que sua remuneração não esteve atrelada à sua performance pessoal em 2012 (número melhor do que o apresentado nas outras regiões). Enquanto que 32% planejam continuar na mesma empresa em 2013, contra apenas 13% nas outras partes do mundo.

“Estes números são importantes para as empresas que pretendem trabalhar mais efetivamente suas estratégias de retenção e também para aqueles que pretendem contratar, calibrando esforços e investimentos para buscar profissionais de outras companhias”, explica Granato.

OPORTUNIDADES E CARREIRA

A pesquisa confirma que os profissionais do mercado financeiro que estão à procura por oportunidades buscam progressão de carreira, mas também querem ter chances de balancear carreira e vida pessoal. Remuneração segue, de perto, esses fatores.

Otimismo para o futuro

Quando perguntado aos profissionais do Mercado Financeiro se eles acreditavam que o setor deve crescer no próximo ano, 34% afirmaram que o mercado deve mostrar crescimento moderado, e 31% que deve se manter estável em 2013.

No Brasil, 64% dos respondentes acredita que o setor deve apresentar um crescimento moderado. No México, 48% acredita que deve apresentar crescimento moderado e 36% acredita que o Mercado Financeiro deve crescer significativamente.

Com relação à criação de novos postos de emprego no setor, os países da América Latina são os que se mostraram mais otimistas, com 80% respostas entre confiante e muito confiante.

As respostas positivas nas outras regiões somam uma média de 50%.

Europa, Oriente Médio e África (no estudo representados pela sigla EMEA), são as regiões menos otimistas, com uma média de 45% positivos em relação à criação de novos postos de trabalho.

CONCLUSÕES

Em geral, a pesquisa ressalta que os profissionais do Mercado Financeiro passaram por dificuldades, tanto em relação ao seu próprio trabalho ou ao relacionamento com a empresa em que trabalham.

Mas, em comparação aos resultados apresentados pela mesma pesquisa em 2011, a sensação de otimismo aumentou, com mais profissionais com visão positiva sobre remuneração, benefícios e oportunidades de trabalho nos próximos anos.

Fonte: Conteúdo Comunicação

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