Publicado em: 18/03/2015 às 12:50hs
O reflorestamento permite recuperar os solos agricultáveis, recompor a cobertura vegetal permanente, aumentar a renda dos produtores e desacelerar o êxodo rural em uma bem-sucedida ação econômico-ambiental sintonizada com a atualidade do agronegócio brasileiro. Nas propriedades onde adotou-se o reflorestamento, eliminou-se a erosão hídrica dos solos, evitando-se uma perda média de até 1 tonelada/ano por hectare de solo fértil e, por extensão, o empobrecimento dos solos e o assoreamento dos rios.
Nesse aspecto, os programas de reflorestamento que as cooperativas, as agroindústrias e o governo promovem ganha expressão vital em face da vocação dos solos do Oeste catarinense: apenas 31,3% são terras nobres; 25,7% tem aptidão restrita; 41,5% são terras inaptas e 1,5% são cidades, rios e estradas. Ou seja: a maior parte dos solos deveria ser ocupada com culturas permanentes, como a fruticultura, a erva mate e o reflorestamento; e não com culturas anuais, como milho, soja, feijão.
Santa Catarina possui a mais alta produtividade florestal do mundo: em nenhum outro lugar do planeta as árvores crescem com tanta rapidez e robustez como em solo barriga-verde. Por isso, precisamos potencializar o florestamento e o reflorestamento como importantes instrumentos para a promoção do desenvolvimento rural.
Em todos os continentes, a atividade florestal é universalmente conhecida como grande geradora de riquezas econômicas a partir da produção de madeira formada pelo aproveitamento de fatores do meio, especialmente umidade e calor, com amplas possibilidades de agregação de valor, na produção industrial.
Os melhores resultados estão sendo obtidos com o consórcio agrossilvipastoril, que permite explorar atividades agrícolas, florestais e pecuárias com excelentes resultados econômicos e ambientais. São sistemas de uso da terra e dos recursos naturais que combinam a utilização de espécies florestais, agrícolas e a criação de animais (corte, leite, ovinos, eqüinos e caprinos) numa mesma área, de maneira simultânea ou escalonada. Além da preservação ambiental, proporciona aumento de produtividade devido a fatores interligados do sistema, como mais sombra e maior conforto animal.
O reflorestamento gera, também, oportunidade de trabalho e renda na propriedade e no meio rural, exigindo baixos investimentos na cadeia produtiva florestal; restabelece e protege o equilíbrio ambiental beneficiando o solo, a água, a flora, a fauna e o clima.
Valer-se dessa vantagem comparativa em relação aos demais produtos florestais passa a ser estratégico para as necessidades de reconversão de atividades agrícolas. Nesse sentido, a criação do zoneamento agroclimático, alavancamento da pesquisa científica e fortalecimento dos órgãos de assistência técnica é o caminho para o qual SC está vocacionada.
MARCOS ANTÔNIO ZORDAN - Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)
Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional
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