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IBF reúne produtores de mogno africano de todo o País em seminário realizado em SP

A madeira nobre vem tendo boa aceitação em todas as regiões do País, incluindo as áreas mais quentes


Publicado em: 07/11/2014 às 10:00hs

IBF reúne produtores de mogno africano de todo o País em seminário realizado em SP

O presidente do Instituto Brasileiro de Florestas (IBF), Solano Aquino, ficou satisfeito com o resultado do 1º Workshop Internacional de Mogno Africano, que foi realizado no ComSchool & Ecommerce School, situado na avenida Paulista. Produtores de mogno africano de todo o País marcaram presença e informaram que vão aumentar a área plantada visando a um futuro promissor da madeira nobre em todas as regiões brasileiras.

Para Solano Aquino, o produtor rural não pode abrir mão da tecnologia, como, por exemplo, a utilização de drones e imagens de satélite. Em palestra, Aquino destacou que é necessário o planejamento de atividades operacionais, alinhamento e acordo operacional com a equipe responsável pelo plantio. Ele também defendeu a substituição de adubos químicos por orgânicos, com uso de esterco de galinha para obter o NPK.

Na avaliação de Aquino, o produtor precisa fazer um plantio experimental com a finalidade de executar atividades como uma boa coleta de solo, com sua respectiva correção por meio do uso de calcário ou gesso. “O mogno pode surpreender da mesma forma que o eucalipto, mas será preciso uma maior variabilidade genética”, destacou Aquino, que acredita em um plantio maior de mogno em áreas degradadas.

Exemplo da Austrália

Uma das palestras mais esperadas do seminário internacional do IBF foi a do engenheiro florestal australiano Simon Penfold. Com 30 anos de experiência, Penfold é diretor florestal da Ama – empresa que tem a maior gestão de mogno africano no mundo, com mais de 30 mil hectares de florestas. “A produtividade se elevou de 15 para 35 mil metros cúbicos por ano, com o mogno suportando uma temperatura de 45 graus no verão, índice pluviométrico de 700 milímetros, sem irrigação, com estiagem de até cinco meses e em solos fracos”, frisou Simon Penfold.

Na Austrália, a espécie plantada é a khaya Senegalensis. Já no Brasil, a espécie mais predominante é a Khaya Ivorensis, embora o Senegalensis tenha avançado nas regiões mais secas. Para Penfold, o Brasil tem tudo para se tornar um grande produtor de mogno africano e está na direção certa. “O Brasil precisa trabalhar no melhoramento genético, pois tem solo e clima melhores que a Austrália”, observou Penfold.

Por hectare, na Austrália planta-se de 800 a 1.100 árvores. Outro dado da Oceania é que com adubação as árvores têm um ganho de 40% em produtividade. O problema enfrentado pelos australianos vem da China. Isso porque o custo para serrar uma tora de mogno fica em US$ 80, enquanto que na China não passa de US$ 15. Mesmo enviando a madeira para os chineses, o custo é acrescentado em US$ 30 com transporte, ou seja, ainda é mais barato. Resultado: boa parte do mogno africano plantado na Austrália vem sendo beneficiado na China.

Fonte: Painel Florestal

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