Mercado Florestal

Websérie divulga iniciativas de restauração florestal no exterior

O WRI Brasil está lançando em inglês a websérie As Caras da Restauração, produzida em 2020 para mostrar o potencial socioeconômico da restauração florestal – a prática de plantar árvores nativas para recuperar áreas degradadas


Publicado em: 15/02/2021 às 07:40hs

Websérie divulga iniciativas de restauração florestal no exterior

Seus cinco episódios trazem histórias de sucesso em três dos seis biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga e Mata Atlântica. Além da diversidade geográfica, a série mostra diferentes portes e objetivos de negócio.  O objetivo é levar informações sobre o potencial da restauração florestal no Brasil ao público internacional.

A divulgação da websérie para públicos estrangeiros começa este mês no site do WRI. O trabalho também contará com o apoio na divulgação da UN Environment (agência de meio ambiente das Nações Unidas), ministério do meio ambiente da Alemanha, redes globais como Global Landscapes Forum, FOLU, CIFOR, Nature4Climate, WEF/Trillion Trees, entre outras, e o canal Now This

O lançamento também integra os esforços da Década da Restauração, que a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou para o período entre 2021 a 2030, e a segunda fase do Desafio de Bonn, (Bonn Challenge, em inglês), esforço global lançado em 2011 com o objetivo é restaurar 150 milhões de hectares de terras desmatadas e degradadas até 2020 e 350 milhões de hectares até 2030.  Estudo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) indica que 30% dos solos do mundo estão degradados – e a continuidade desse processo traz inúmeros prejuízos ao agronegócio.

“Os benefícios socioeconômicos da restauração florestal ainda não são tão disseminados para o público brasileiro e internacional, apesar da comprovada competitividade econômica e das contribuições às metas climáticas globais e objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS)”, explica Miguel Calmon, Consultor Sênior do Programa de Florestas do WRI Brasil.  “O Brasil assumiu o compromisso de restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de áreas e florestas degradadas até 2030 e essa meta só será alcançada por meio de uma diversidade de soluções e projetos em escalas – e é exatamente isso que estamos mostrando: as caras e as histórias de quem está fazendo, bem como os caminhos possíveis e seus benefícios econômicos, sociais e ambientais”, ressalta.

Para o WRI Braisl, a restauração florestal deve ser reconhecida como uma oportunidade com potencial de geração de benefícios econômicos, sociais e ambientais. A recuperação com o plantio de espécies arbóreas nativas de valor econômico e a utilização de sistemas agroflorestais cria empregos, favorece a produtividade e contribui para a segurança alimentar e hídrica. As histórias retratadas na websérie ajudam a ilustrar como os diferentes níveis de governo, o setor privado e os tomadores de decisão dentro do setor agrícola podem se engajar nesse movimento.

Episódio 1: Um projeto de vida amazônico -  Um caso de restauração no Estado do Pará, em plena floresta amazônica. Trata-se da transformação da família Soares, agricultores do município de Juruti, que migraram da tradicional produção exclusiva de mandioca para um sistema agroflorestal.  Adicionando árvores frutíferas e outras plantas comestíveis aos sistemas agrícolas convencionais para diversificar as safras, eles conseguiram elevar a produtividade e a renda ao mesmo tempo em que restauraram uma área de floresta que sofria com práticas de corte e queima.

Episódio 2: O domesticador de árvores – História de um investidor que viu na floresta taxas invejáveis de retorno. O CEO da Symbiosis Investimentos, Bruno Mariani, é banqueiro e aliou seu conhecimento do mercado financeiro à paixão pela natureza para fazer um investimento inédito no plantio em larga escala de espécies arbóreas nativas. A história de Bruno mostra o potencial econômico do Brasil e revela que a atividade já está se profissionalizando.

Episódio 3: A sertaneja que colhe dinheiro das árvores – em uma pequena cidade do mais árido bioma do Brasil, um grupo de mulheres está fazendo história. Uma delas é Silvany Lima. Ao contrário de muitos outros agricultores da região que desmataram para se dedicar exclusivamente à criação de gado e ovelhas, ela mantinha árvores nativas de umbu em sua propriedade, que hoje fornecem não apenas uma fruta deliciosa, mas também uma sombra necessária, ajudando a baixar a temperatura do solo. Ela vende os frutos do umbu para uma fábrica de polpa da cooperativa Adapta Sertão, formada por 200 mulheres.

Episódio 4: Os guardiões da juçara – Uma história de pioneirismo: os primeiros agricultores do Espírito Santo autorizados a manejar a palma juçara, espécie em extinção no Brasil que produz um fruto semelhante ao açaí. O casal tem recebido apoio e auxílio de diversos programas do Governo do Estado. No entanto, ainda é preciso levantar recursos para desenvolver uma agroindústria capaz de acessar o mercado formal. Nesse ínterim, já estão plantando mudas de palmito juçara em toda a propriedade, integradas a sistemas agroflorestais para acelerar a restauração.

Episódio 5: O semeador de mercados – Um agricultor que investe há mais de 10 anos em plantações de biodiversidade, sistemas agroflorestais e silvicultura de espécies nativas. A principal atividade de sua fazenda é o plantio de árvores nativas para obtenção de madeira, utilizadas na construção civil ou na construção de embarcações, entre diversas outras aplicações.

Fonte: AViV Comunicação

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