Mercado Florestal

Suinocultores de MT esperam retomar exportações

O anúncio de que os Estados Unidos abriram as portas para a carne suína brasileira reagiu de maneira positiva no setor produtivo da suinocultura em Mato Grosso


Publicado em: 11/01/2012 às 18:00hs

Suinocultores de MT esperam retomar exportações

O estado, que em 2011 apresentou queda de 49% no volume de embarques deste produto para diferentes destinos do país, espera reduzir os impactos e retomar o crescimento. A liberação foi confirmada pelo Ministério da Agricultura (Mapa), na terça-feira (10), em Brasília.

Inicialmente, somente Santa Catarina poderá vender carne in natura. Mato Grosso, ao lado do Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e Goiás devem ser habilitados, mas somente para a venda da carne processada. Em 2011, as exportações do complexo de carnes suínas (entre in natura e processada) não atingiu 14 mil toneladas na unidade mato-grossense. Em 2010, por outro lado, foram mais de 26 mil toneladas.

Em cifras, o embarque retraiu de US$ 72,8 milhões para US$ 37,1 milhões entre um ano e outro. A carne in natura respondeu pela maior parcela dos embarques. Em 2011 foram US$ 31,9 milhões, enquanto industrializada US$ 445,7 mil. O diretor-executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues, explica que em Mato Grosso ainda são poucos os frigoríficos habilitados a exportarem carne e que serão beneficiados pela medida. Não atingem meia-dúzia.

A maior expectativa do setor estadual é que a carne alcance outros mercados, não somente o dos Estados Unidos. "Com a abertura, a própria comunidade deve começar a abrir espaço para a carne brasileira. É um reflexo", expressou ao G1. "O cenário é otimista em buscar novos mercados em função desta medida", acrescentou ainda o dirigente.

Custódio frisa que uma série de fatores contribuíram para o recuo das exportações de carne suína no estado. Além do embargo russo, o encarecimento dos custos de produção e fatores tributários influenciaram o desempenho da cadeia, conforme salienta o diretor-executivo.

"Desde o final de 2010 que os preços vinham caindo. Em junho vieram o embargo e o custo de produção grande, além dos custos relacionados aos tributos. Além disso, estamos longe dos centros produtores", acrescentou Custódio.

De acordo com o Ministério da Agricultura, as exportações vão começar a medida que os estabelecimentos brasileiros forem habilitados, o que deve ocorrer ainda nesta semana. Em um primeiro momento, seis empresas receberão autorização para exportar. "Abrem-se outros mercados. Temos expectativas concretas de novos avanços. Não tenho dúvida que a produção brasileira ganhará com isso", avaliou o ministro Mendes Ribeiro Filho.

Para Luiz Carlos de Oliveira, do Departamento de Inspeção de Produtos Animais, do Mapa, as empresas que serão habilitadas já cumprem todas as regras sanitárias. "O ministério já alocou pessoas e equipes suficientes para que possam ser habilitados [mais frigoríficos]. Efetivamente é contato comercial e iniciar a produção", acrescentou o representante.

O ministério frisou que a abertura para o mercado americano, nesse primeiro momento, é resultado da decisão tomada no ano de 2001 pelo governo de Santa Catarina de manter o estado livre de febre aftosa sem vacinação.