Além de apresentar as novidades em produtos, serviços, insumos e equipamentos, o evento promoverá importantes discussões sobre as situações enfrentadas pela cadeia produtiva.  Diretor executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues Castro Júnior afirma que o setor passa por um momento de crise, em que os custos de produção são maiores do que o preço de venda, e as perdas chegam a R$ 30 por animal. “Enquanto o custo de produção chega a R$ 2,30, o quilo é vendido por menos de R$ 2,10. O preço de venda não cobre nem sequer o custo”.

Aliado a outros fatores, o cenário promoveu queda no número de matrizes no Estado, que passou de 130 mil para 120 mil. A recuperação, segundo o diretor, dependerá das tendências de mercado para o segundo semestre. É o que o grupo, que também contará com a presença do presidente da entidade Paulo Cesar Lucian, vai buscar no evento. “Precisamos saber se há expectativa de melhora para que possamos fazer novos investimentos. A suinocultura tem tendência de crescimento em Mato Grosso, mas hoje estamos no escuro”.

Este será um dos assuntos abordados durante o seminário técnico científico. Nesta terça-feira, um painel com participação de especialistas renomados vai debater a situação econômica de mercado, principais tendências e desafios, bem como o panorama do mercado da soja e o impacto na nutrição animal.  Produtores ainda poderão participar de um curso sobre logística e infraestrutura no agronegócio, outro gargalo enfrentado pelo setor. “Nós estamos longe dos centros consumidores, não temos logística para escoamento, e mesmo assim mantemos nossos preços paralelos ao do mercado nacional”.

Depois da turbulência vivida em 2012, quando houve baixa na produção de grãos causada pela seca prolongada nos Estados Unidos, excesso de chuvas no norte da Europa e, consequentemente, alta na carne de frango no mercado brasileiro, avicultores também tentam reverter o cenário de instabilidade.  Entidades catarinenses, gaúchas e paranaenses apostam no retorno positivo da feira. Presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Nestor Freiberger, destaca que o mercado avícola brasileiro está estável, com pequeno reflexo da redução do preço dos grãos, o que dá sinais de retomada do crescimento.

A recuperação do cenário de crise, segundo Freiberger, só será possível com a aplicação de medidas como a ampliação das exportações e o incentivo ao consumo interno da carne de frango, ovos e seus derivados. Solução que também é defendida por Clever Pirola Ávila, presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne/SC) e vice-presidente da divisão de exportação da Associação Catarinense de Avicultura (Acav).

O Estado catarinense detém 2,5% da produção mundial de frangos e emprega mais de 80 mil trabalhadores, mas ainda precisa superar gargalos de produção como o suprimento de alimentação animal e a logística precária. “A avicultura está num momento de encarar desafios para retomar a competitividade, seja pelo alto custo de matérias primas, ou pela falta de mão de obra e pelas barreiras não-comerciais”.

Andréa Gessulli, diretora da AveSui, ressalta que, com previsão de safra recorde no Brasil e de um aumento na produção nos Estados Unidos, a perspectiva para 2013 é otimista. ‘Não temos previsão de quebra de safra e o mercado ajustou a produção à demanda, o que ajuda a reduzir os custos. Este cenário será sentido na AveSui, quando envolveremos as cadeias avícola, suinícola e de nutrição animal para discutir tendências e apresentar novidades”.