O Boletim Cenários Ibá, produzido pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), demonstra que o setor de árvores cultivadas manteve seu ritmo de produção acelerado. Com avanços na fabricação de celulose (+8%), papelcartão (+12,1%) e painéis de madeira (+25,3%) durante o primeiro trimestre de 2021, quando comparado ao mesmo período do ano anterior, a indústria forneceu itens básicos durante esta pandemia como embalagens de papel, máscaras cirúrgicas, aventais hospitalares e toucas. 

Dado inédito na publicação, o carvão vegetal também demonstrou avanço de produção, com alta de 5,9%. O levantamento da nova informação é realizado pela Ibá, juntamente com a Sindfer (Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais), com apoio da AMIF (Associação Mineira da Indústria Florestal). A matéria-prima vem ganhando importância com o avanço da bioeconomia. Com origem em árvores cultivadas para fins industriais, plantadas, colhidas e replantadas, o carvão vegetal substitui aquele de origem fóssil na produção de aço, dando origem ao aço verde, cujo processo tem uma pegada de emissão de CO2 menor. 

“Durante toda esta pandemia o setor de árvores cultivadas vem reforçando seu compromisso com a sociedade, cuidando de seus colaboradores e levando itens essenciais a casa de todos. A pandemia ainda é muito dura, com muitas perdas de vidas humanas, mas temos que ter energia para olhar para frente. As mudanças climáticas já são uma realidade e não há como pensar em outra modo de recuperação, se não uma retomada verde. Os avanços demonstrados em celulose, papelcartão, utilizado em embalagens, painéis de madeira e carvão vegetal demonstram que esta é uma agroindústria que tem potencial para iluminar o caminho da bioeconomia no país a partir de produtos que estão dentro da casa de todos”, afirmou o Embaixador José Carlos da Fonseca Jr., diretor executivo da Ibá. O executivo reforçou também a importância da parceria com o Sindifer e o trabalho próximo com a AMIF. 

No primeiro trimestre de 2021, os produtos da indústria de base florestal chegaram a US$ 1,8 bilhão em comercializações com outros países. As vendas para o mercado externo de celulose totalizaram US$ 1,3 bilhão, enquanto de papel somou US$ 377 milhões e painéis de madeira, US$ 78 milhões. 

Ainda durante os primeiros três meses do ano, a China seguiu como principal mercado da celulose nacional, adquirindo US$ 530,5 milhões do produto. A América Latina, por sua vez, é o destino com maior negociação para painéis de madeira (US$ 47,3 milhões) e papel (US$ 227,1 milhões). 

Confira a seguir os indicadores de desempenho do setor de árvores plantadas durante o ano de 2020, na 64ª edição do Cenários Ibá, boletim Indústria Brasileira de Árvores.

• 65ª edição do Cenários Ibá 

Produção

A produção de celulose chegou a 5,5 milhões de toneladas, avanço de 8,0%. No segmento de papel, destaca-se o papelcartão (+12,1%), comumente utilizado em embalagens para entrega via delivery ou embalagens de papel para alimentos e de remédios. O carvão vegetal encerrou o primeiro trimestre deste ano com produção de 838 mil toneladas, aumento de 5,9% em relação ao mesmo período de 2020.

Vendas Domésticas

As vendas de painéis de madeira no Brasil, no primeiro tri de 2021, somaram 2,0 milhões de m3, aumento de 25,3%. Já o volume de vendas domésticas de papel foi de 1,4 milhão de toneladas, apontando avanço de 5,9%.

Exportações em volume

As exportações de celulose, somaram 3,7 milhões de toneladas nestes primeiros três meses de 2021. O papel totalizou 456 mil de toneladas comercializadas com outros países.