Publicado em: 24/09/2014 às 15:50hs
“O Brasil pode se tornar um grande produtor de bambu porque existe demanda, mas não há oferta”. A frase de Betty Feffer, uma das principais acionistas da Suzano, dá indícios que os produtores rurais estão diante de uma nova oportunidade de negócios. Em uma fazenda no município de Pardinho, interior de São Paulo, Betty Feffer começou a plantar bambu há seis anos e vai iniciar a colheita até novembro.
Ao todo, existem 62 espécies de bambu plantadas na Fazenda Jatobás – o que torna o local um campo fértil para pesquisas nesta cultura que está atraindo cada vez mais a atenção dos produtores rurais. Em todas as regiões do país há financiamentos para o plantio de bambu por meio do Banco do Brasil e até mesmo via Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf). O motivo: colheita não demorada e mercado em expansão.
Para Betty Feffer, os produtores rurais brasileiros estão perdendo o preconceito com o bambu e prestando mais atenção nos exemplos bem sucedidos pelo País. Ela recorda a luta seu marido, Max Feffer, um dos precursores do plantio de eucalipto no Brasil. Hoje, a cultura é a preferida do setor florestal e tem a maior produtividade do mundo. “A vantagem do bambu é que pode ser utilizada por todas as classes sociais e com US$ 500 se constrói uma casa”, diz Feffer.
De todas as espécies plantadas, a guadua é a que predomina por ser reta e longa. A Fazenda Jatobás passou por um amplo processo de transformação. De acordo com Betty Feffer, só tinha capim na terra e o local era um grande lixão. “Vendemos os cavalos, o gado e limpamos toda a área. Já sabíamos do potencial do bambu e resolvemos plantar. A terra era improdutiva e hoje está transformada”, destaca Feffer. Nas casas dentro da fazenda, quase tudo é de bambu.
Entre as alternativas que Betty Feffer tem para o bambu, destacam-se o uso como biomassa e a indústria alimentícia. “Em termos de alimentação, há muitas possibilidades. Estamos avaliando o que vamos fazer, porque o mercado está sendo criado. Em pouco tempo, o bambu terá uma maior utilização no país”, explica Feffer, que não dispensa sopas, tortas, pastéis e uma série de sobremesas – tudo a base de bambu.
O bambu, junto com o eucalipto, mogno africano e cedro australiano, será um dos destaques no 10º Dia de Campo Florestal (www.diadecampoflorestal.com.br) da Unesp em Botucatu. O evento será realizado na Fazenda Lageado esta semana, nos dias 23 e 24. Haverá visitas para o plantio de bambu em Pardinho.
Fonte: Painel Florestal
◄ Leia outras notícias