Publicado em: 22/10/2025 às 07:00hs
A FuturaGene, divisão de biotecnologia da Suzano, maior produtora de celulose do mundo, protocolou junto à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) sua primeira carta-consulta para avaliação de uma variedade de eucalipto geneticamente editado. O material foi desenvolvido com base em Técnicas Inovadoras de Melhoramento de Precisão (TIMP), utilizando o método CRISPR-Cas9, uma das mais avançadas tecnologias de edição genética existentes.
O pedido é considerado inédito em nível global, sendo o primeiro processo regulatório do mundo envolvendo uma variedade de eucalipto editada geneticamente e analisada segundo os critérios da Resolução Normativa nº 16 (RN 16).
A norma da CTNBio permite que organismos geneticamente editados sem inserção de DNA externo — ou seja, sem material genético de outras espécies — não sejam enquadrados como transgênicos. Dessa forma, essas plantas podem ser tratadas como equivalentes às variedades convencionais, simplificando o processo regulatório e ampliando o potencial de aplicação da tecnologia no setor florestal.
A inovação da FuturaGene consiste na edição de um gene específico ligado à biossíntese da lignina, componente estrutural das plantas. A modificação resulta em melhor desempenho industrial, permitindo a produção de mais celulose com menor consumo de químicos e energia, além de reduzir o impacto ambiental no processo produtivo.
Essa combinação de eficiência e sustentabilidade posiciona o novo eucalipto como uma solução estratégica para aumentar a produtividade sem ampliar o uso de recursos naturais — um passo importante diante dos desafios climáticos e da necessidade de cadeias produtivas mais sustentáveis.
Para o CEO da FuturaGene, Dr. Stanley Hirsch, a submissão do pedido representa um marco histórico na aplicação da biotecnologia ao setor florestal:
“Este é um momento histórico para o setor e para a ciência aplicada à produção de celulose. Nosso compromisso é utilizar tecnologia de ponta com responsabilidade, promovendo o uso sustentável da terra e dos recursos naturais”, afirmou.
Hirsch destacou ainda que o novo eucalipto amplia o portfólio tecnológico da empresa, que já integra diferentes ferramentas de biotecnologia, incluindo modificação genética e edição gênica, para o desenvolvimento de árvores mais eficientes e adaptadas.
A CTNBio avaliará a carta-consulta para determinar se a nova variedade pode ser considerada equivalente às plantas convencionais. Caso a equivalência seja confirmada, não haverá necessidade de avaliações adicionais de biossegurança, acelerando o processo de aprovação.
Pioneira em biotecnologia florestal, a FuturaGene já conta com 11 aprovações anteriores da CTNBio para variedades geneticamente modificadas (GM) de eucalipto, com características como maior produtividade, resistência a insetos e tolerância a herbicidas.
Com esta nova submissão, a FuturaGene reafirma seu papel de liderança em inovação e sustentabilidade, contribuindo para uma produção de celulose mais eficiente e ambientalmente responsável. O uso de tecnologias de edição genética pode redefinir o futuro do setor florestal brasileiro, colocando o país na vanguarda da biotecnologia aplicada à silvicultura.
Fonte: Portal do Agronegócio
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