Publicado em: 22/03/2021 às 13:10hs
Cada uma destas datas, criadas pela ONU com o propósito de trazer reflexão, valorização e atitudes responsáveis, são estão interligadas e tem origem nas matas espalhadas pelo mundo. Não se trata de uma mera coincidência, pois a relação entre todas elas é intrínseca, ainda que muita gente não perceba.
Se o desmatamento contribui para o aquecimento global, o manejo florestal responsável é a contrapartida, uma das principais soluções para esse problema. Além de armazenarem grande quantidade de carbono, as florestas contribuem para a manutenção dos serviços ecossistêmicos, como a biodiversidade, o abastecimento de água e a conservação do solo, que garantem as condições da vida na terra. A floresta amazônica, por exemplo, ocupa quase metade da extensão territorial do país e possui mais de 80% da quantidade de água superficial, ou seja, que não engloba os lençóis freáticos e qualquer fonte subterrânea, de todo o Brasil.
Quando se fala em práticas de manejo florestal sustentável, isso abarca todo o processo, desde o georreferenciamento das propriedades e o inventário das árvores com valor comercial, até o mapeamento do relevo, da hidrografia, população local e outros atributos de alto valor de conservação. Isso permite escolher com cuidado o melhor lugar para abrir trilhas, pátios e estradas que causem o mínimo de impacto possível e reduzam o tráfego de máquinas. Com o tempo e até o próximo ciclo de corte, a floresta se regenera totalmente.
Impossível, portanto, pensar em mitigar o aquecimento global sem falar na conservação das florestas. E é impossível falar de preservar a água sem falar em proteger as florestas, visto que são um ambiente colaborativo, extremamente resiliente, que tem muito a nos oferecer e ensinar; seja como produzir, como dar frutos, como multiplicar ou renascer. Características como compartilhar nutrientes, moderar o consumo e a produção conforme o momento e entender quem precisa de mais ou de menos são lições que podemos aplicar no nosso dia a dia e tem tudo a ver com a gestão do clima e da água no planeta.
Os serviços ecossistêmicos representam uma série de benefícios que obtemos da natureza. Os manejadores de florestas certificadas pelo FSC já os conservam e arcam com os custos associados a isso. Por um lado, o objetivo do procedimento é, portanto, facilitar o acesso aos crescentes mercados de SE, fornecendo aos proprietários florestais, pequenos produtores e comunidades, ferramentas para medir e verificar seus impactos positivos nestes serviços. E, por outro, oferecer às empresas e governos uma nova ferramenta para demonstrar e comunicar o impacto que suas compras e investimentos têm na conservação e restauração dos serviços ecossistêmicos florestais.
Podem ser verificados pelo FSC impactos no sequestro e armazenamento de carbono, na conservação da biodiversidade, nos recursos hídricos, na conservação do solo e nos serviços recreativos. Desde 2018, quando os procedimentos de serviços ecossistêmicos entraram em vigor, 26 organizações já o receberam em todo o mundo, o que equivale a uma área de quase 800 mil hectares. Aqui no Brasil, a Associação de Produtores de Açaí do Bailique, no Amapá, tem o de manutenção de carbono e biodiversidade, a Veracel tem o de biodiversidade e a Mil Madeiras, de carbono.
Fonte: FSC
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