Mercado Florestal

FSC® Brasil e FSC Portugal promovem live sobre crescente mercado de produtos florestais não madeireiros

Entre exemplos brasileiros e portugueses, açaí, castanha, cortiça e medronho provam o potencial econômico e socioambiental da extração vegetal


Publicado em: 01/07/2021 às 12:00hs

FSC® Brasil e FSC Portugal promovem live sobre crescente mercado de produtos florestais não madeireiros

Os produtos florestais não madeireiros, como frutas, cascas, raízes, sementes, fibras e óleos, têm grande importância cultural e uma demanda crescente para abastecer diversos setores da indústria como papel e celulose, cosméticos, medicamentos e alimentos. Para muito além da madeira, é fundamental olhar a floresta de forma ampla, valorizando todos os seus produtos, serviços e aspectos sociais. E a certificação FSC é um instrumento de mercado poderoso que pode gerar renda e emprego, além de aumentar a conscientização de manejadores e produtores sobre a importância do equilíbrio e da manutenção da floresta em pé. 

Diante desse cenário e das necessidades atuais, FSC Portugal e FSC Brasil vão se juntar na live "A floresta para além da madeira", que acontece dia 1º de julho, às 10h, no canal do Youtube do FSC Brasil. Estarão presentes na conversa Amiraldo Picanço, Presidente da Amazonbai - Cooperativa dos Produtores Agroextrativistas do Bailique e Beira Amazonas; Renato Tamanho, Diretor Operacional da GHF; Paulo Machado, Técnico Florestal na Unimadeiras e João Rui Ferreira, presidente da APCOR - Associação Portuguesa da Cortiça. Também participarão do encontro as Diretoras Executivas do FSC Brasil e FSC Portugal, Daniela Vilela e Joana Faria; e a mediação será de Ivone Namikawa, membro da Câmara Econômica no Conselho Diretor do FSC Internacional. 

A Amazonbai fica no arquipélago do Bailique e região do Beira Amazonas, em Macapá, e conta atualmente com 37 comunidades e 131 cooperados. Além de serem os primeiros do mundo a conquistarem a certificação para o manejo florestal e para o produto açaí, a Amazonbai obteve o procedimento de Serviços Ecossistêmicos FSC para manutenção dos estoques de carbono e proteção à biodiversidade. Com a melhora da produtividade advinda das boas práticas de manejo, houve aumento de produção e preço, além de fomento ao empreendedorismo, ampliação da consciência ambiental e conservação da floresta. 

Já a GHF comercializa uma Castanha-do-Brasil coletada por povos indígenas e comunidades tradicionais quilombolas e ribeirinhas da Amazônia, alicerçados em transparência e comércio justo. Cultivadas há várias gerações pelos povos da floresta, as castanhas são muito importantes não só como parte da alimentação, mas como base das atividades econômicas. Alimento extremamente saudável, rico em nutrientes, vem surfando a onda dos superalimentos e, segundo o Conselho Internacional de Nozes e Frutas Secas , seu consumo tem crescido 6% ao ano em diversos países. 

Do outro lado do Atlântico, a Unimadeiras é líder nacional no setor da madeira e criou o grupo Unifloresta com o objetivo de apoiar e monitorar a gestão de empreendimentos florestais, implementando boas práticas e requisitos legais da certificação. Faz parte desse grupo a Medronhalva, uma empresa que se dedica fundamentalmente à cultura do medronheiro e de outras espécies mediterrânicas, tendo em vista a sua valorização econômica, social, ambiental e cultural. O medronho é um fruto comestível muito utilizado em confeitaria e apreciado em compotas, licores e aguardentes. 

Com cerca de 280 associados, que representam aproximadamente 80% da produção nacional e mais de 85% das exportações de cortiça, a APCOR cobre todos os subsetores da indústria corticeira: preparação, transformação e comercialização. A cortiça é a casca do sobreiro, uma árvore da família do carvalho, e tem uma abrangência de aplicações que nenhuma tecnologia conseguiu, até hoje, nem mesmo imitar. Trata-se de uma matéria-prima 100% natural, reutilizável e reciclável. Depois de transformada em rolhas, por exemplo, pode voltar ao processo produtivo, ser reciclada por trituração e transformada em outros produtos, como solas de sapatos, painéis de revestimento e boias de pesca. Atualmente, Portugal conta com cerca de 500 mil hectares da área florestal certificada, sendo que mais de 150 mil são de produtores florestais de sobreiro.⠀ 

Aqui no Brasil, de acordo com dados do Sistema Nacional de Informações Florestais - SNIF, desde 2011, observa-se uma tendência de elevação nos valores dos produtos florestais não madeireiros, com aumento de 9% na produção (considerando um somatório total em toneladas de diferentes produtos), mas um expressivo aumento de 72% no valor correspondente. Isso pode ser um indicativo de aumento do valor agregado do produto não madeireiro, impulsionado pela lei da oferta e da demanda. Os produtos florestais não madeireiros foram responsáveis por uma movimentação de R﹩2 bilhões em 2018, um aumento de 3,6% em relação à 2017, sendo 80% correspondentes à atividade extrativista em florestas nativas. 

Fonte: GWA Comunicação Integrada

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