Mercado Florestal

Com apenas 5% da área ocupada do Paraná, cultivo florestal gera impactos positivos no Estado

Contribuições vão além da geração de emprego e renda. Engajamento social e compromisso com o futuro impulsionam ações com a comunidade e conservação ambiental


Publicado em: 12/02/2021 às 18:00hs

Com apenas 5% da área ocupada do Paraná, cultivo florestal gera impactos positivos no Estado

O setor de florestas plantadas movimenta, anualmente, o comércio e os serviços locais dos municípios onde estão instalados os plantios, bem como as indústrias e toda a cadeia de suprimentos que faz desta uma das atividades que tem contribuído para a transformação social e econômica de diferentes regiões do Estado do Paraná. Mesmo ocupando apenas 5% da área territorial do Paraná, as florestas plantadas fazem do Estado um dos líderes nacionais em cultivo, produção, industrialização e exportação, com a cadeia mais completa do país. Existem aqui mais de seis mil empresas florestais, que representam 10% do total brasileiro, segundo levantamento realizado pela Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) e divulgado no Estudo Setorial recentemente publicado. 

O impacto positivo dessas empresas na economia local passa também pela capacidade de geração de empregos. Em 2018, o Brasil apresentou mais de 600 mil empregos no segmento, um aumento de 0,5% em relação ao ano anterior, e o Paraná respondeu por 16,5% desse total, com 98.782 empregos diretos, número 2,9% maior do que em 2017. Já quando se fala em empregos indiretos e efeito-renda, o Estado chega a 400 mil empregos. 

Somente no polo de Telêmaco Borba, que abriga a maior área de cultivos florestais do Paraná, do qual fazem parte os municípios de Telêmaco Borba, Ortigueira, Reserva, Tibagi, Ibaiti, São Jerônimo da Serra, Sapopema, Figueira, Curiúva, Imbaú, Ivaí, Cândido de Abreu e Ventania, são 313 empresas florestais, a maioria (36%) no segmento de produção de florestas plantadas. Em 2018, o município de Reserva detinha o maior número do segmento, com 84 estabelecimentos. As empresas sediadas nesse polo empregam 12.724 pessoas, e a maior parte desses profissionais (71%) estão em Telêmaco Borba. Os dados também fazem parte do Estudo Setorial Apre 2020. 

“Se pensarmos no número de empregos indiretos, podemos dizer que aproximadamente 400 mil pessoas são beneficiadas pelo setor. Pela característica do segmento no Estado e pela localização geográfica, de terrenos mais íngremes e de acesso mais difícil, o uso de mão de obra ainda é muito grande, pois há a dificuldade de mecanização em algumas áreas. Nessas regiões onde as empresas florestais estão alocadas, que são regiões mais carentes, não temos desemprego, temos oferta de emprego, temos atividade. Ou seja: o setor florestal traz um benefício enorme para o Paraná, diminuindo o desemprego e, consequentemente, o êxodo rural”, detalha o engenheiro florestal e presidente da Apre, Álvaro Scheffer Junior.

Nessas áreas mais remotas, segundo Scheffer Junior, muitas vezes não há pavimentação, e o acesso a diversos serviços, como saúde e educação, é mais difícil. Por isso, as empresas florestais mantêm inúmeros programas para oferecer qualidade de vida à população. Somente as associadas à Apre contam com mais de 80 programas sociais e ambientais, a maioria delas com pelo menos dois projetos por empresa. Os mais frequentes estão relacionados ao desenvolvimento socioeconômico das comunidades (40,2%), seguido de meio ambiente (28,0%), socioeconômico/meio ambiente (13,4%), saúde (11,0%) e socioeconômico/cultural (7,3%). 

Além disso, em um ano desafiador como foi 2020, por conta da pandemia do novo coronavírus, as empresas associadas à Apre atuaram de forma proativa para prover recursos às instituições que estavam na linha de frente no combate à doença, com doação de insumos, equipamentos de proteção individual, kits de higiene e testes para a detecção do vírus para hospitais e secretarias municipais de saúde, além de cestas básicas e contribuições em dinheiro para inúmeras organizações.

Compromisso com o futuro

Os dados levantados pela Apre mostram ainda que as empresas do setor estão atentas à agenda mundial quanto ao papel que têm na sociedade. Assim, além das contribuições sociais e econômicas, a cadeia de florestas cultivadas tem sido um dos agentes fundamentais quando o assunto é conservação no Brasil. O país possui nove milhões de hectares plantados e outros 5,9 milhões de hectares destinados a áreas de preservação e reservas naturais, resultando na proporção de 0,5 hectare protegido para cada 1 hectare plantado. No Paraná, somente com as associadas da Apre, esse número é ainda mais expressivo: para cada hectare de floresta plantada, existe mais um hectare de floresta nativa destinada à conservação. 

“Os números mostram que, mais do que cumprir o que a legislação exige, as empresas associadas à Apre estão alinhadas com o que se espera de empresas éticas e comprometidas com a sociedade. Por isso, tenho convicção de falar que o setor florestal paranaense, dentro do agronegócio do Estado, é o que mais preserva o meio ambiente. Esse dado é de grande importância, principalmente num ano atípico como o que vivemos, com escassez de água, por exemplo, pois nas áreas preservadas estão as nascentes, os mananciais. O setor florestal protege e garante a existência desses recursos hídricos. Isso é fundamental para o meio ambiente e para toda a população do Estado”, reforça o engenheiro florestal.

Ainda de acordo com o presidente da Apre, a atividade florestal garante outros benefícios, como a fertilidade do solo, reciclagem de nutrientes, redução sobre a pressão nas florestas nativas. Vale destacar também a bioeconomia, que consiste, de forma geral, em substituir materiais não renováveis por materiais renováveis. Para isso, instituições de pesquisa e iniciativa privada se unem para aprofundar os estudos na área de nanotecnologia, buscando o desenvolvimento de novos produtos com base em compostos de nanocelulose, por exemplo. Bio-óleos, nanofibra e nanocristais são alguns desses bioprodutos desenvolvidos de materiais biodegradáveis de fontes renováveis, como as florestas plantadas.  Em 2020, pesquisadores desenvolveram, a partir de nanocelulose de pinus e eucalipto, um espessante para fabricação de álcool em gel. 

“Com base nos dados apresentados no Estudo Setorial da Apre, confirmamos que o setor florestal é um setor que está de olho no futuro, pois une tecnologia e pessoas para gerar crescimento econômico e desenvolvimento socioambiental, além de soluções para a nova economia, que foca também em colaboração, justiça e nos impactos das atividades humanas. Somos uma indústria que tem o compromisso com o desenvolvimento sustentável, por meio de ações focadas nas pessoas, no meio ambiente e na prosperidade das comunidades”, completa Álvaro Scheffer Junior.

Fonte: Interact Comunicação

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