Mercado Florestal

Climate tech inova no uso de drone com sensor LIDAR para mapear florestas e fomentar ações de conservação

brCarbon é pioneira no uso de drone + LIDAR em projetos do mercado voluntário de carbono no Brasil


Publicado em: 27/06/2022 às 14:40hs

Climate tech inova no uso de drone com sensor LIDAR para mapear florestas e fomentar ações de conservação

O uso pioneiro de um drone e um sensor LIDAR (do inglês Light Detection and Ranging) de última geração no mapeamento em três dimensões de florestas está transformando o trabalho da climate tech brCarbon. O principal objetivo é proporcionar precisão para mensuração, reporte e verificação (MRV, na sigla oficial) dos estoques de carbono florestal. A empresa, que tem sede em Piracicaba (SP), começou a utilizar  a ferramenta neste ano, adicionalmente às medições realizadas em campo. Ainda em fase de testes, a aplicação da tecnologia começou na região de caatinga e da floresta amazônica. 

Com o sistema drone + LIDAR, é realizada a contagem de árvores, o georreferenciamento, a medição indireta de altura, a medição da área e do diâmetro de copas, a identificação e quantificação de clareiras, além da mortalidade de árvores. "O ganho é expressivo. Por exemplo, para fazer o levantamento de uma mesma área em que, no trabalho tradicional de campo, manual, precisávamos de uma equipe de 10 pessoas operando durante até 15 dias, agora precisamos de apenas três pessoas trabalhando até 10 dias com o aerolevantamento via drone", compara o engenheiro florestal Renan Kamimura, diretor técnico da brCarbon. O alcance também é muito maior. Um único sobrevoo com o drone mapeia entre 80 a 100 hectares. Com o método tradicional de mensuração, com uma equipe de 10 pessoas trabalhando, o rendimento médio é de um hectare por dia.

O uso do LIDAR aerotransportado é amplamente utilizado na Europa e nos Estados Unidos para diversas aplicações florestais, como mapeamento de clareiras, identificação de pragas e doenças, combate a incêndios florestais, estudos e pesquisas ecológicas. Agora, o mapeamento com os drones também está inovando o trabalho de conservação das florestas brasileiras. "A principal função do uso do nosso drone é quantificar o carbono estocado nas florestas em nossos projetos. É, também, uma outra perspectiva de observar e conhecer a floresta, vista de cima, pelo alto. Ver a floresta de maneira tridimensional, essa é a grande inovação, mensurando a altura das árvores e das florestas com mais precisão", destaca Kamimura. Apenas com o LIDAR aerotransportado é que foi possível medir a árvore mais alta da Amazônia.

Em fase de teste, o mapeamento aéreo ainda é usado paralelamente ao sistema tradicional. Os dados levantados com o drone são comparados com as informações coletadas em campo, proporcionando maior confiabilidade e qualidade ao inventário florestal em projetos de carbono. Após esse período inicial, a ideia é validar a metodologia e publicar artigos em revistas especializadas. Neste contexto, será possível incorporar o sistema à rotina entre 2023 e 2024, reduzindo o esforço amostral em campo. Kamimura explica que a principal barreira para a disseminação do uso do LIDAR era o custo operacional, pois era necessário o aluguel de um avião para tanto. Agora, com o drone, o custo operacional é reduzido. Para os testes, a brCarbon firmou cooperações técnicas com instituições do terceiro setor, empresas, institutos de pesquisa e universidades.

Fonte: Primeira Via Comunicação

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