O primeiro módulo da capacitação tecnológica em Silvicultura Sustentável surpreendeu os participantes pela praticidade e forma com que o conteúdo foi ministrado. O curso, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e Embrapa Florestas, está capacitando instrutores e técnicos do SENAR do Paraná, Pernambuco e Espírito Santo no uso da árvore dentro do sistema produtivo sustentável, com enfoque nas exigências legais do novo Código Florestal brasileiro. Com 72 horas/aula, o treinamento tem foco no bioma Mata Atlântica e faz parte das ações do Projeto Biomas, desenvolvido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

“Foi proveitosa nossa participação neste primeiro módulo. Sabe aquela sensação de que aprendeu em uma semana coisa que em cinco anos não aprendeu na faculdade?”, conta o supervisor de Treinamentos do SENAR Pernambuco, Adriano Fontes. Ele e dois instrutores da entidade viajaram para Linhares (ES), na última semana, onde aconteceu o curso. “Fiz Zootecnia e na faculdade a gente não vê os conteúdos dessa forma prática e direta que a Embrapa ministrou. O conteúdo tornou-se simples, como se os pesquisadores tivessem pegado 10 livros e espremido em duas frases. Foi muito bom”.

Pontes afirma que o quê mais gostou no curso foi aprender sobre o perfil dos solos e como funciona o plantio em cada tipo. “Você aprende que tudo depende do solo, até porque dentro de um mesmo bioma existem solos diferentes, e é isso que vai fazer a diferença na hora de fazer a recuperação, porque você vai saber o tipo de árvore que vai plantar. Por mim, ainda estaria lá ouvindo o pesquisador da Embrapa falar”, brinca.

O assessor técnico do SENAR, Igor Borges, revela que essa foi uma das melhores capacitações que acompanhou. Para ele, os pesquisadores da Embrapa conseguiram passar bem todo o conteúdo. “O curso foi muito interessante e contextualizou bem a propriedade no âmbito do novo código florestal. Os pesquisadores conseguiram simplificar as informações e transmitiram de forma clara o conteúdo, e isso foi muito bom devido, principalmente, ao grau de dificuldade do tema. Com isso os técnicos puderam ter uma visão mais dinâmica da propriedade”, explica. Além do conteúdo teórico, os técnicos do SENAR participaram de um dia de campo para conhecer a vegetação e o solo da Mata Atlântica.

Os próximos módulos estão previstos para o mês de outubro e vão tratar de viveiros e técnicas de recuperação de solo. A ideia do SENAR e da Embrapa com essa capacitação é preparar tanto técnicos quanto produtores rurais, para que eles possam ter acesso às práticas testadas e aprovadas pelas pesquisas desenvolvidas ao longo do Projeto Biomas e, com isso, aplicá-las nas propriedades rurais.