Mercado Florestal

Bactérias Promissoras Podem Reduzir Uso de Insumos Químicos no Setor Florestal

Estudo da Embrapa Florestas avança no uso de bactérias para bioinsumos, promovendo sustentabilidade e eficiência na produção florestal


Publicado em: 10/10/2024 às 12:30hs

Bactérias Promissoras Podem Reduzir Uso de Insumos Químicos no Setor Florestal
Foto: Manuela Bergamim

A coleção de bactérias multifuncionais da Embrapa Florestas, que já conta com 1.023 isolados bacterianos, aponta para um futuro mais sustentável no setor florestal. Desde 2018, a instituição vem construindo esse acervo com bactérias oriundas de diversos solos e espécies florestais, visando desenvolver bioinsumos inovadores que possam reduzir ou substituir insumos químicos, desde o cultivo de mudas até o plantio. Além de maior eficiência, a iniciativa busca reduzir os custos de produção e promover uma abordagem ambientalmente responsável.

Segundo a pesquisadora responsável, Krisle da Silva, após o isolamento e a caracterização laboratorial, as bactérias passam por ensaios em viveiros para verificar sua eficiência em promover o enraizamento e melhorar a absorção de fósforo pelas plantas. “A produção de mudas inoculadas com essas bactérias tem se mostrado promissora, com resultados positivos em enraizamento, solubilização de fosfatos, estímulo ao crescimento vegetal e controle de pragas, especialmente em espécies como pínus e eucalipto,” afirma Silva, que prevê a criação de um bioinsumo específico para o setor florestal nos próximos dois anos.

Atualmente, a coleção inclui bactérias de espécies variadas, como jabuticabeira, pupunheira, pínus, eucalipto, erva-mate e araucária, além de bactérias associadas a formigas cortadeiras. A pesquisadora ressalta que, além do potencial para bioinsumos, a coleção é uma base valiosa para programas de melhoramento genético e pesquisas voltadas ao desenvolvimento de plantas mais adaptadas ao setor.

Procedimento de Isolamento e Preservação

Para montar a coleção, amostras foram retiradas da rizosfera, uma região de até quatro milímetros ao redor das raízes de plantas florestais. No laboratório, essas amostras foram diluídas em meio de cultivo para permitir a proliferação de colônias bacterianas. Em seguida, foram analisadas quanto a suas características físicas e preservadas por meio de três métodos: meio sólido com óleo mineral, armazenamento em água e criopreservação a -80°C, garantindo a integridade genética dos isolados.

A identificação e a multiplicação das bactérias são etapas essenciais. Somente aquelas com características promissoras para aplicações florestais são multiplicadas e utilizadas em novos experimentos. Silva destaca a cautela necessária ao longo do processo, devido à presença de bactérias potencialmente prejudiciais.

Perspectivas Futuras

A coleção de bactérias está em constante aprimoramento, com a equipe de pesquisa focada na descoberta de bactérias que possam produzir fitormônios ou solubilizar nutrientes para melhorar o crescimento das plantas. “Estamos comprometidos em explorar novas possibilidades para ampliar a aplicação dessas bactérias no setor florestal, visando a sustentabilidade e a preservação dos recursos genéticos das florestas brasileiras,” conclui Silva.

Acesse aqui publicação sobre o trabalho

Fonte: Portal do Agronegócio

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