Culturas Florestais

Técnica de enxertia possibilita produção de pinhão em menos tempo

A Embrapa Florestas promoveu primeiro painel da série de eventos on-line “Araucária: pesquisa e inovação para sistemas de produção”, em 15/10. A produção de pinhão em tempo reduzido foi um dos assuntos abordados


Publicado em: 11/01/2021 às 15:40hs

Técnica de enxertia possibilita produção de pinhão em menos tempo

Ivar Wendling, pesquisador da Embrapa Florestas e presidente da comissão dos eventos, foi também palestrante e explicou com mais detalhes a técnica da enxertia de galho e de tronco da araucária como sistema de produção para pinhão. O pesquisador enfatizou, ainda, importância das parcerias para o desenvolvimento deste trabalho e da variedade de usos da araucária, como madeira de alta qualidade, do alto poder calorífico dos nós de pinho, do seu uso na produção de celulose e papel (devido as suas fibras longas), do pinhão na alimentação, além da utilidade das cascas e acículas.

Enxertia e sistema de produção para pinhão

A enxertia é uma técnica que tem sido usada na produção de pomares para a produção de sementes melhoradas, visando ao consumo do pinhão e também para a disponibilização de madeira ao mercado. O pesquisador fez um comparativo de plantas produzidas por sementes e plantas produzidas por enxertia. Com esta técnica, se conhece os principais fatores já na seleção da matriz, sabendo-se previamente, o sexo das plantas, algumas características do pinhão, como qual a época de produção dentro do ano, bem como tamanho, tipo e sabor. “Quando se produz por semente, tais características só são possíveis de se conhecer após o início da produção. Plantas produzidas por semente também possuem altura que variam de 20 a 30 metros e das plantas enxertadas variam de 3 (enxertia de galho) a 15 metros (enxertia de tronco). O início da produção de pinhão das plantas produzidas por sementes variam de 12 a 15 anos, enquanto as de enxertia variam de seis a 10 anos.  Os pomares de galho, também conhecidos como mini-araucárias começaram a produzir pinhões com seis anos”, conta.

Wendling falou sobre as etapas da enxertia, que começa com a seleção e o resgate vegetativo da árvore de interesse, escolhendo-se o sexo, a época de produção, o tamanho e tipo de pinhão gerado, a composição nutricional etc. A equipe de pesquisa também atuou no desenvolvimento e disponibilização de cultivares registradas para a transferência de tecnologia de enxertia a viveiristas parceiros. Dessa forma, foi repassado o uso da técnica de enxertia, bem como o material para sua execução, para um viveirista de cada estado da região sul.

A segunda etapa desse processo, segundo o pesquisador, é colocar materiais diferenciados em diferentes regiões dos estados do Sul e um em São Paulo. Tal diferenciação se dá em termos de época de produção, tamanho e qualidade de pinhão. “Aí sim, depois de 10 a 15 anos, nós teremos árvores de araucária, cultivares avaliadas em diferentes locais. E aí poderemos colocar no mercado pinhões maiores, sem metade da casca, mais saboroso, ou menor, por exemplo. Pois a variabilidade de araucária e muito grande em termos de pinhão e nós precisamos aproveitar isso enquanto não se perca esse material genético”, explica o pesquisador.

A palestra está disponível no Canal da Embrapa no Youtube.

A realização do evento contou com apoio do IDR-PR, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Fonte: Embrapa Florestas

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