Culturas Florestais

Estudo revela que o pinhão contém prebióticos benéficos à saúde intestinal

Pesquisas destacam a presença de amido resistente e FOS, compostos que estimulam bactérias benéficas ao organismo


Publicado em: 16/12/2024 às 09:00hs

Estudo revela que o pinhão contém prebióticos benéficos à saúde intestinal
Foto: As substâncias presentes no pinhão têm capacidade de estimular probióticos, ou seja, microrganismos benéficos para um ecossistema intestinal saudável. Foto: Zig Koch

Um estudo recente realizado pela Embrapa Florestas, em colaboração com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), identificou a presença de dois grupos de prebióticos no pinhão da Araucária angustifolia: o amido resistente e os fructooligossacarídeos (FOS). Ambos os compostos têm a capacidade de estimular o crescimento de probióticos, microrganismos benéficos que auxiliam na manutenção de um ecossistema intestinal saudável.

Descobertas nutricionais no pinhão

De acordo com Catie Godoy, pesquisadora da Embrapa e coordenadora do projeto PINALIM, que deu origem ao estudo, o achado dos FOS na semente de pinhão é inédito, já que essas substâncias haviam sido observadas em outras fontes vegetais, como yacon, alcachofras e aspargos. A cientista destaca que esse descobrimento pode aumentar o interesse pelo consumo de pinhão, especialmente voltado para dietas que promovem a saúde intestinal.

A pesquisa também comparou o efeito do amido resistente do pinhão com outros carboidratos, como a dextrose, e observou que ele promoveu um crescimento superior de algumas bactérias probióticas, como Lactobacillus plantarum e Bifidobacterium breve. O amido resistente, que escapa da digestão no intestino delgado e é fermentado no intestino grosso, gera ácidos graxos de cadeia curta benéficos à saúde.

Prebióticos e probióticos: entenda a diferença

Probióticos são microrganismos vivos, como bactérias e leveduras, que auxiliam na digestão e protegem o organismo contra doenças. Já os prebióticos são carboidratos não digeríveis que servem de alimento para esses probióticos. Exemplos de alimentos prebióticos incluem vegetais, grãos integrais e frutas. Ambos os tipos de compostos ajudam a manter e melhorar a saúde intestinal, essencial para o sistema imunológico e a saúde mental.

Potencial comercial e ambiental do pinhão

Os pesquisadores destacam que a descoberta sobre os FOS no pinhão pode abrir novas oportunidades para o desenvolvimento de produtos alimentares inovadores, como snacks e suplementos focados na saúde digestiva. Além disso, ao valorizar o pinhão como um alimento benéfico, essa descoberta pode contribuir para a preservação das florestas de Araucária, uma espécie ameaçada.

Natália Marques, coordenadora do programa de pós-graduação em Nutrição Clínica e Funcional do Instituto Valéria Paschoal, ressalta a importância do estudo, que pode estimular o consumo do pinhão e, consequentemente, a preservação ambiental.

O que são os FOS?

Os fructooligossacarídeos (FOS) são açúcares não metabolizados pelo organismo humano, mas que desempenham um papel crucial na manutenção da saúde intestinal. Eles promovem o crescimento de bactérias benéficas e ajudam a inibir microrganismos prejudiciais, além de reduzir o colesterol, a glicose no sangue e melhorar a absorção de vitaminas e minerais.

Embora o consumo de grandes quantidades de pinhão para atingir as doses recomendadas de FOS seja impraticável, a inclusão desse alimento em uma dieta equilibrada pode trazer benefícios significativos para a saúde intestinal e, por consequência, para a saúde geral do organismo.

Fonte: Portal do Agronegócio

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