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Avicultura catarinense fará voos tranquilos em 2015

Céu de brigadeiro para voos serenos da avicultura catarinense – a segunda do País – marcará o ano de 2015, de acordo com avaliação do presidente da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Luiz Adalberto Stabile Benício


Publicado em: 10/02/2015 às 01:00hs

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Luiz Adalberto Stabile Benício: Presidente da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV)
Por: ACAV

Céu de brigadeiro para voos serenos da avicultura catarinense – a segunda do País – marcará o ano de 2015, de acordo com avaliação do presidente da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Luiz Adalberto Stabile Benício (BR Foods).  Prevê um ano de estabilidade na produção, abertura de novos mercados e oferta tranquila de matérias-primas. Em 2015, o frango brasileiro, presente em mais de 160 nações, também estará nas mesas de paquistaneses e cambojanos.

Quais foram a reivindicações mais importantes do setor avícola de SC no decorrer de 2014? E quais foram as principais conquistas?

Como melhorias, podemos citar a recuperação das estradas e os estudos desenvolvidos para a implementação da ferrovia do frango. Oferecer melhores condições para o transporte é, sem dúvida, incentivar novos projetos, iniciativas e investimentos que beneficiarão diretamente a economia do Estado e do país. Quanto às principais reivindicações, destacamos a necessidade de incremento do fornecimento de grãos para o Estado, cuja produção não é autossuficiente e torna Santa Catarina dependente dos grãos produzidos no Centro - Oeste.

Na avaliação geral, a avicultura catarinense teve um saldo positivo em 2014? Por quê?

O Estado possui um rebanho efetivo de aproximadamente 160 milhões de frangos e é responsável por 23,7% das exportações de carne de frango no Brasil. Segundo a ABPA, as exportações brasileiras de carne de frango totalizaram 4,1 milhões de toneladas, somando R$ US$ 8,08 bilhões para países do Oriente Médio, Ásia, África e União Europeia. O Estado participou com a exportação de 970 mil toneladas de frangos, produção que está concentrada principalmente no Oeste do Estado, mas que está crescendo também no Norte. Portanto, podemos considerar que o salto foi muito positivo e esperamos que melhore ainda mais em 2015.

As previsões de oferta regular de grãos (milho e soja) permitem prever um ano tranquilo para a avicultura, com custos baixos de produção?

Nossa previsão é otimista em relação aos volumes de produção e à estabilidade de preços no mercado de grãos, considerando os fatores que observamos no atual cenário, como por exemplo a alternância climática. Dessa forma, estamos com a expectativa de um ano de bons resultados para a avicultura.

No MERCADO INTERNO, vamos continuar avançando na expansão do consumo de carne de frango? Quais os fatores que estimulam esse aumento de consumo: preço das demais carnes? Qualidade da carne de frango? Preço mais acessível da carne de frango? Qual consumo per cápita atingido em 2014 e quanto evoluirá em 2015?

Sim, o consumo de carne de frango tem avançado e a demanda certamente continuará aquecida durante este ano por diversos motivos. Além de ser rica em proteínas, a carne de frango tem diversas vantagens em relação às demais carnes, entre as quais destacamos a não restrição ao consumo de qualquer natureza, inclusive religiosa, e os preços mais competitivos, em especial na comparação aos praticados no comércio da carne bovina. E mais: cada vez mais, esse tipo de carne ganha novas alternativas de consumo, com enormes variações de preparo e, portanto, agradando a muitos paladares e conquistando mais consumidores.

Na ÁREA INTERNACIONAL vamos abrir novos mercados? Quais os possíveis novos mercados em vista? Quanto cresceremos no mercado internacional em 2015?

Pelas projeções da ABPA, há a expectativa de crescimento de 3% em volume nas exportações brasileiras de carne de frango em 2015. Os embarques para a Rússia devem ser retomados e oito novas plantas para exportações de carne de frango para a China estão sendo avaliadas para habilitação. E o setor está sempre atento a novas oportunidades. Outros mercados também devem expandir os níveis dos embarques no próximo ano, assim como o México, que aponta para a mesma tendência. Há também expectativa sobre a abertura de mercado do Camboja e a finalização dos trâmites para realização de embarques rumo ao Paquistão.

A nova situação cambial, com a valorização do dólar frente ao real, melhora a nossa competitividade internacional?

Entendemos que essa valorização favorece as empresas com perfil voltado para exportação. Já para as empresas que atuam somente no mercado interno e dependem de importação de insumos e equipamentos, os impactos poderão ser inversos.

Quais são as expectativas da avicultura catarinense e brasileira para o ano de 2015?

A abertura de novos mercados é, sem dúvida, a grande expectativa dos produtores rurais e das indústrias do setor. E como o Brasil se consolida a cada ano como um grande exportador, as perspectivas são muito animadoras. Poderemos avançar muito ao convergirmos os interesses de todos em prol desse grande propósito, que é a conquista de novos mercados. Para tanto, devemos estar atentos às exigências sanitárias de forma a garantir a qualidade do produto brasileiro, já reconhecida em dezenas de mercados internacionais.

A produção catarinense de carnes de aves crescerá em 2015? Quanto?

Em 2014, observamos grande ajuste na produção do Estado. Com base nessa realidade e no comportamento que vislumbramos para o mercado interno, a produção deve se estabilizar.

Como as medidas que o Governo Federal implantará este ano para colocar nos eixos a economia brasileira impactarão o setor avícola em 2015?

As medidas adotadas pelo governo, como a alta de juros e a redução de crédito, poderão reduzir o consumo dos brasileiros. No entanto, acreditamos que esta movimentação não deverá impactar consideravelmente o setor avícola pelas considerações que já fizemos.