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Potencial de MT para gerar energia a partir da suinocultura é discutido em Cuiabá

Mato Grosso tem grande potencial de geração de energia elétrica, com o biogás, produzido por meio de biodigestores dentro da atividade da suinocultura


Publicado em: 07/11/2013 às 15:10hs

Potencial de MT para gerar energia a partir da suinocultura é discutido em Cuiabá

Esta foi uma das conclusões do primeiro painel “Meio Ambiente e Suinocultura”, hoje, no segundo dia do Fórum de Discussões do Centro-Oeste, em Cuiabá.
 
Na primeira palestra o engenheiro agrônomo, Doutor em Solos e pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Rodrigo da Silveira Nicoloso, falou sobre a dinâmica de nutrientes e manejo de dejetos da suinocultura. Ele apontou que existem tecnologias viáveis para o tratamento ou reciclagem dos dejetos líquidos de suínos como fertilizantes; A adubação com dejetos líquidos de suínos pode ser realizada com o mínimo de impacto ambiental e da destino adequado aos  resíduos e valorizando-os como insumos agropecuários.
 
“A gestão dos resíduos da suinocultura deve ser baseada em projeto técnico  que adapte os potenciais de cada estratégia de manejo de dejetos à  realidade de cada unidade de produção, evitando custos, erros de projeto e  garantindo a qualidade ambiental”,concluiu.
 
Para exemplificar utilização de dejetos suínos em granja no Mato Grosso o coordenador técnico Jonas Sttefanello, falou sobre trabalho de geração de biofertilizantes e biogás praticado por um frigorífico. A franja teve seu primeiro biodigestor do Estado em 2001, o que possibilitou a  geração de energia e fertirrigação na fazenda que produz milho e soja.
 
“Temos 12 mil matrizes em ciclo completo que geram 15 mil metros cúbicos de biogás por dia. Produzimos ainda com matrizes e suínos 2,4 mil metros cúbicos de biofestilizantes água residuária consumida nos trabalhos da propriedade”, contou.
 
Mesmo diante de um cenário tão produtivo e potencial gerador de energia o coordenador explica que há desafios para produção e geração de energia limpa, como esta. Segundo ele não há regulamentação efetiva pelas concessionárias  de energia elétrica, para a aquisição da energia proveniente do biogás. E tampouco recursos facilitados para instalação de biodigestores, geração de energia e  fertirrigação ou políticas de incentivo do desenvolvimento tecnológico das atividades.
 
Mercados X Sanidade- Durante o painel “Política Sanitária como Estratégia de Desenvolvimento da Suinocultura”, foram discutidas estratégias para que a carne suína brasileira seja aceita em mercados mais exigentes, como Europa e Estados Unidos. Países desenvolvidos apresentam maior consumo de carnes, mas é preciso que sejam respeitados os critérios de sanidade animal exigidos.
 
O chefe da Divisão de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento (MAPA) no Rio Grande do Sul, e médico veterinário, Bernardo Todeschini, falou sobre os caminhos que devem ser percorridos para o reconhecimento como zona livre de enfermidades, em especial Febre Aftosa (FA) e Peste Suína Clássica (PSC).
 
Todeschini explicou que a PSC foi incluída em maio de 2013 na lista da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) como um dos critérios para o reconhecimento do status sanitário de uma zona. A Febre Aftosa em suínos já estava na lista anteriormente.
 
A preocupação dos produtores é que recentemente o Brasil se declarou livre da Peste Suína Clássica, mas como uma zona por inteiro, e não por Estado, o que poderia gerar problemas futuramente caso ocorresse um foco em uma região mais suscetível. Isto afetaria as demais regiões, mesmo que elas estivessem livres da enfermidade. Para o médico veterinário, isto pode, de fato, se tornar realidade, e para evitar problemas os Estados devem enviar as documentações para solicitação de reconhecimento de zona livre separadamente.
 
Ainda segundo Todeschini, é preciso que três etapas estejam preparadas para “quando”, e não “se”, ocorra um foco: “É necessário que haja vigilância constante, detecção imediata e resposta rápida”, disse. “Neste ano, por exemplo, temos um problema na questão de vigilância. Depois de passados 75% do ano, a União resolveu que diminuiria 25% dos recursos do ministério, o que fez com algumas atividades cessassem. Precisamos evoluir neste tipo de garantia“, avaliou o chefe da Divisão de Defesa Agropecuária do MAPA.
 
Sobre a questão de vigilância, o moderador do painel, o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Nelson Morés, reforçou a necessidade de atenção do governo federal com a cadeia produtiva da suinocultura. “Não se faz política sanitária sem recursos, e nem com recursos com atropelo, sem continuidade”, completou.

Fonte: So Notícias/Agronotícias

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