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Matriz energética colombiana pode se expandir com a biomassa da cana-de-açúcar

Congresso Tecnicaña reuniu mais de 900 participantes, sendo 700 colombianos e 200 estrangeiros


Publicado em: 21/10/2015 às 08:45hs

Matriz energética colombiana pode se expandir com a biomassa da cana-de-açúcar

Reduzir a geração térmica de carvão, explorar a biomassa de cana-de-açúcar como fonte de energia renovável e ampliar as linhas de transmissão são diretrizes que potencializam as oportunidades de negócio

Uma das vantagens que a Colômbia tem é que sua matriz energética é 70% renovável, basicamente hidráulica, mas pouco explorada no que diz respeito a biomassa de cana-de-açúcar. No mundo todo o meio ambiente faz parte do desenvolvimento econômico, a Colômbia não é exceção, pois possui riquezas naturais e está situada em uma posição, geograficamente, privilegiada que pode ser fonte de projetos de geração de energias sustentáveis.

Com potencial para cogerar eletricidade a partir do bagaço da cana, das 15 usinas (ou Engenhos) existentes, 12 já fazem cogeração e cinco possuem destilarias no mesmo complexo. Juntas, produzem 25 milhões de toneladas de cana; 2,4 milhões de toneladas de açúcar e 400 milhões de litros de etanol anidro por ano.

São competitivas e buscam alternativas para contribuir com o aumento da produção de combustíveis renováveis? “Nem tanto”, disse o diretor técnico e engenheiro da Reunion Engenharia, Jorge Luiz Scaff, ao se referir que o país enxerga, preferencialmente, a cana para produzir açúcar e deixam de lado o potencial em gerar mais etanol e, principalmente, mais energia elétrica através da biomassa.

Antenada nas soluções inovadoras em médio e longo prazo, a Reunion Engenharia acompanha a tendência mundial dos próximos cinco anos e vislumbra um viés tendencioso para a Colômbia em diminuir a quantidade de combustíveis fósseis (o carvão, no caso da Colômbia) por renováveis, encarar a biomassa como combustível limpo, aumentar a porcentagem de etanol na gasolina e transformar todas as plantas em Centrais Energéticas.

Adequar a produção e diversificar produtos - este é o caminho para o país se tornar uma indústria da cana, no ponto de vista de Jorge Scaff. “Trocar os atuais subsídios dados ao setor focado no açúcar por subsídios focados a fomentar o etanol e a biomassa e, assim, agregar valor à produção da cana-de-açúcar. Isto com certeza refletirá nos preços do açúcar no médio e longo prazo, já que justificam a necessidade de uso de subsídios governamentais por serem tomadores de preços e não formadores de preços do açúcar”, declarou Scaff ao avaliar que o preço de venda do açúcar atualmente no mercado internacional é quase a metade do custo de produção deles. 

Apesar de o mercado mundial de açúcar estar no viés de preços baixos, as usinas locais dependem de subsídios para comercializarem seus produtos e têm um quadro grande de colaboradores (diferente do Brasil que utiliza 1/3 de pessoas para um mesmo tamanho de planta industrial). “É um setor côncavo que possui uma quantidade alta de equipamentos e com um corpo interno exclusivo para pequenos projetos. O diferencial é que moem o ano todo, pois têm um regime de chuva espaçado”, disse.

Exportação de energia - Em setembro, Scaff esteve no Congresso Tecnicaña, em Cali, para apresentar uma palestra técnica cujo tema foi ‘Comparação da exportação de energia e custo de implantação e diferentes pressões e temperaturas de vapor’. Este trabalho teve como objetivo verificar qual a pressão e temperatura do vapor do conjunto caldeira / turbogerador que possui melhor custo benefício para a implantação de central termoelétrica a bagaço de cana.

“Estamos praticando no Brasil as opções de pressão e temperatura (42 bar, 67 bar, 100 bar sem ciclo e 100 bar com ciclo). Apresentei aos participantes a alternativa que possui o menor USD investido em equipamentos principais por MW exportado e as opções 67 bar e 100 bar sem ciclo foram as que possuem melhor custo/benefício hoje no Brasil”, disse Scaff.

A matriz energética colombiana usa somente 0,47% da sua matriz em biomassa de cana-de-açúcar e possui um enorme potencial para se expandir usando a biomassa como fonte renovável. “O país tem 72 MW de potência instalada e com possibilidade de levantar esta geração para 300 MW rapidamente. Como referência, o Brasil conta com 7,5% da sua capacidade instalada suprida por biomassa de cana-de-açúcar.

Em síntese, há um universo grande na Colômbia. Existem muitas possibilidades de atuação, melhorias em termos de soluções tecnológicas por meio de projetos especializados de engenharia e aceitação de mão-de-obra estrangeira.

Fonte: JSM Comunicação Ingenio Providencia

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