Publicado em: 21/10/2025 às 13:30hs
O estado de Goiás reforça sua meta de se tornar uma das principais referências em energia limpa e sustentável do país. A Conferência Brasileira de Bioenergia e Transição Energética, realizada nos dias 14 e 15 de outubro, em Goiânia, reuniu representantes do governo, da indústria, da academia e da sociedade civil para debater políticas públicas, inovação e investimentos em fontes renováveis.
O evento foi promovido pela Subsecretaria de Energia, Telecomunicações e Cidades Inteligentes da Secretaria-Geral de Governo (SGG), com o apoio da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg).
O presidente-executivo do Sifaeg/Sifaçúcar e presidente da Fieg, André Rocha, destacou que Goiás possui um dos maiores potenciais energéticos e industriais do Brasil.
“Nosso estado tem vocação natural para avançar nesse tema. A combinação entre agroindústria forte, tecnologia e capital humano nos coloca em posição de destaque para desenvolver soluções energéticas de impacto social e ambiental positivo”, afirmou.
Entre os temas em evidência, as terras raras foram apontadas como um recurso estratégico para a transição energética e a indústria tecnológica. O grupo de 17 elementos é essencial na fabricação de motores elétricos, turbinas eólicas, baterias, painéis solares e equipamentos eletrônicos.
André Rocha reforçou a importância de agregar valor à produção:
“O desafio é avançar no beneficiamento local e na industrialização, garantindo sustentabilidade ambiental. Com planejamento, inovação e governança, Goiás pode se tornar um polo estratégico mundial de terras raras e contribuir diretamente para o desenvolvimento tecnológico do Brasil.”
Para o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, a conferência consolidou o papel de Goiás como líder na transição energética nacional.
“A conferência reforçou o protagonismo do estado na busca por soluções sustentáveis e inovadoras. É uma oportunidade de dialogar com o Brasil sobre bioenergia e biocombustíveis, e de trabalhar juntos para liderar essa transformação”, destacou.
O evento promoveu discussões sobre tecnologias limpas para transporte pesado, expansão da produção de biogás e biometano, e desenvolvimento de combustíveis sustentáveis, como hidrogênio verde, metanol, amônia e SAF (combustível sustentável de aviação).
O superintendente de Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Márcio Lago Couto, apresentou o Plano Estadual de Energia – Goiás 2030, que traça metas para ampliar a participação de fontes renováveis na matriz energética estadual.
Já a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andrea Vulcanis, coordenou o painel Transição Verde, abordando a integração entre crescimento econômico e sustentabilidade.
O presidente da Fapeg, Marcos Fernando Arriel, também ressaltou a importância dos investimentos em ciência, tecnologia e inovação voltados ao setor energético.
O biometano foi um dos principais destaques da conferência, sendo apresentado como combustível estratégico para a descarbonização do transporte e fortalecimento da economia regional.
Produzido a partir do biogás — resultante da decomposição de resíduos orgânicos como vinhaça da cana e esterco bovino —, o combustível vem ganhando espaço em Goiás com iniciativas concretas, como:
Essas ações fazem parte de uma estratégia integrada para gerar energia limpa, reduzir emissões de carbono e impulsionar novos negócios e empregos no interior do estado.
Com base agroindustrial sólida e políticas públicas voltadas à inovação, Goiás se consolida como referência nacional em bioenergia e sustentabilidade.
Os debates da conferência evidenciaram que a integração entre pesquisa, setor produtivo e governo é essencial para impulsionar o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono, competitiva e socialmente inclusiva.
Fonte: Portal do Agronegócio
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