A busca compartilhada por uma solução para o déficit de madeira para fins energéticos na região de fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina será tema de discussão em Foz do Iguaçu. Durante os dias 21 e 22 de março, no Parque Tecnológico Itaipu, especialistas debaterão as problemáticas e apresentarão possíveis soluções para enfrentar a escassez de lenha na região, que acaba obrigando o setor rural a ter que importar esta matéria-prima de outros estados.

O encontro, organizado pela Itaipu Binacional, Fundação Parque Tecnológico Itaipu (PTI), Centro de Energias Renováveis com Ênfase em Biogás (CIER-Biogás) e Universidad Nacional de Missiones (UNAM), tem como objetivo principal a criação de um documento com diretrizes resoluções que direcionem as ações para o problema da falta de oferta de lenha na fronteira entre os três países.

Entre os palestrantes já estão confirmadas as presenças dos Superintendentes de Energias Renováveis da Itaipu, Cícero Bley Jr (Brasil) e Calixto Ramón Saguier González(Paraguai) e também do Secretário Acadêmico da Universidad Nacional de Missiones, Miguel Lopez.

De acordo com um estudo realizado em 2009 pela Secretaria de Agricultura do Paraná e pela Emater, 218 municípios do estado estão com estimativa de déficit de área plantada de eucalipto, em função do potencial de demanda de madeira para a secagem de grãos. E o oeste aparece como a principal região afetada, com nove municípios com um déficit maior que mil hectares, como Palotina, Cascavel, Corbélia, São Miguel do Iguaçu e Marechal Cândido Rondon.

O evento também contará com uma visita técnica ao Condomínio de Agroenergia Ajuricaba, para apresentação do projeto de Florestas Energéticas realizado em parceria entre taipu Binacional, Fundação PTI, Centro de Energias Renováveis com Ênfase em Biogás (CIER-Biogás) e Embrapa Florestas.

O projeto consiste em um novo arranjo florestal, onde o plantio está sendo feito em pequenas áreas, muitas vezes subutilizadas pelos produtores – denominadas Terras de Vocação Florestal - com clones de eucalipto capazes de atingir o primeiro corte já no 3ª ano e com maior poder calorífico, características desejadas para serem utilizadas como lenha, oferecendo-o como um produto cooperativável capaz de gerar renda aos pequenos produtores rurais.