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Empresas sucroalcooleiras devem consolidar setor de biogás e biometano em 2021

Conclusão do Projeto da Cocal, usina sócia da Copersucar localizada no interior de São Paulo, está previsto para este ano


Publicado em: 16/04/2021 às 09:00hs

Empresas sucroalcooleiras devem consolidar setor de biogás e biometano em 2021
Foto: Resíduos sólidos da cana-de-açúcar permitem estocar o material e operar o ano inteiro

Este deve ser o ano de confirmação e amadurecimento do potencial do setor de biogás e biometano no Brasil. Um dos propulsores desta trajetória será a concretização de projetos do setor sulcroalcoleiro, que surge como peça fundamental na produção de energia verde. 

De acordo com Alessandro Gardemann, presidente da Associação Brasileira do Biogás (ABiogás), em recente entrevista para o CoperCast - canal de comunicação da Copersucar - o Biogás é a nova indústria que está se desenvolvendo no país. "O potencial destas energias no Brasil é gigantesco, mais de 100 milhões de metros cúbicos de gás por dia, o que poderia substituir quase 70% do diesel consumido. E o melhor de tudo, 45 % deste potencial estão na cana-de-açúcar". 

A grande novidade do setor é conseguir anualizar a produção, graças à utilização dos resíduos sólidos da cana-de-açúcar que permitem estocar o material e operar a 365 dias por ano, dando estabilidade e controle total do processo. "É muito importante ter esta oferta de gás o ano inteiro", enfatizou Gardemann. 

De acordo com o executivo, a Cocal, usina sócia da Copersucar, deve concluir a construção de uma unidade de biogás ainda neste ano, em sociedade com a concessionária GasBrasiliano. "É o projeto mais completo de biogás no Brasil. No interior do estado de São Paulo, a 250 km de qualquer gasoduto, você utiliza linhaça, torta de filtro e palha no processo, opera o ano inteiro, gera energia elétrica. Tem um gasoduto dedicado de 68 km da usina em Narandiba até Presidente Prudente. Acho que é um projeto pioneiro, completo e que demonstra o potencial do que a gente pode fazer. A revolução que a gente pode fazer integrando o biogás na cana-de-açúcar". 

Nos Estados Unidos, União Europeia, Ásia e Oriente Médio, o uso de gás para veículos e equipamentos pesados já é uma realidade. A China, por exemplo, já tem quase 500 mil caminhões movidos a gás natural de origem fóssil. "Aqui no Brasil, é possível fazer isso na integração do gás fóssil com o gás renovável, criando uma infraestrutura de distribuição e logística. A tecnologia para uso de gás em veículos automotores e pesados já existe" comentou Gardemann. 

Nesta conversa, o executivo explicou o processo de produção destas fontes de energia limpas e eficientes, importantes para contribuir para a redução das emissões de gás do efeito estufa e capaz de ajudar no combate às mudanças climáticas. Ressaltou a regulamentação da ANP e a possibilidade de venda nos postos de combustível, de injeção em gasoduto e utilização na frota de caminhões a diesel. Ele contou ainda sobre a geração de hidrogênio a partir de metano e a tecnologia de gás natural liquefeito, que proporciona mais energia por litro na comparação com o gás comprimido, um processo que já é realidade e permite maior autonomia do veículo, facilitando também o transporte do produto e o processo de abastecimento. 

Para conferir a entrevista completa Alessandro Gardemann, presidente da Associação Brasileira do Biogás (ABiogás), basta acessar a plataforma de áudio da Copersucar no Spotify ou no Google Podcasts. A entrevista publicada está disponível para os ouvintes escutarem quando e onde quiserem. 

O CoperCast, canal de comunicação da Copersucar, traz especialistas para discutir os assuntos com embasamento acadêmico, em episódios breves e fácil entendimento para todos. 

Fonte: Copersucar

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