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BNDES financia projetos de biogás no Paraná e em Goiás

• Usinas gerarão energia a partir de material poluente, reduzindo emissão de gases do efeito estufa • Pegada de carbono equivale ao plantio de 1.076 árvores • Maior parte dos recursos é proveniente do Fundo Clima


Publicado em: 11/02/2021 às 16:00hs

BNDES financia projetos de biogás no Paraná e em Goiás

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou dois financiamentos para produção de biogás no interior de Goiás e no Paraná. Em conjunto, evitarão a emissão de 154 toneladas de gases poluentes, montante equivalente ao plantio de 1.076 árvores. Serão concedidos créditos de R$ 13,3 milhões à Albioma Codora Energia, segunda usina de cogeração do grupo produtor de cana-de-açúcar Albioma, em Goiás, e de R$ 10,1 milhões para a Cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol), do Paraná. A maior parte do apoio do BNDES (cerca de 98% do total direcionado às duas empresas) se dará com financiamento de recursos do Fundo Clima – subprograma Energias Renováveis, que conta com condições facilitadas para a implementação de projetos do gênero.   

Com elas, o BNDES reafirma sua aposta no segmento que, além de ampliar a oferta de energia proveniente de fontes alternativas, evita o descarte de material poluente na natureza e reduz a emissão de gases causadores do efeito estufa. Os financiamentos contribuem para preservação ambiental, geram impacto positivo na matriz energética brasileira e promovem alinhamento à Política Nacional sobre Mudança do Clima, às metas do Objetivo para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS 7, principalmente) e à agenda ASG (ambiental, social e de governança).

A operação com a Albioma Codora Energia viabilizará a implantação de uma linha de produção de biogás a partir da vinhaça (resíduo da cana) em Goianésia (GO). O empréstimo à Copacol possibilitará a construção de uma usina termelétrica a biogás a partir de resíduos gerados com a criação de suínos, em uma unidade da companhia na cidade de Jesuítas (PR). As operações se somam ao recente apoio do BNDES à Geo Elétrica Tamboara, também no Paraná, que ocorreu no mesmo modelo.

"O apoio do BNDES no processo de descarbonização da economia brasileira por meio do nosso agronegócio passa cada vez mais por financiar e estruturar projetos como esses. Ao gerar energia renovável a partir de resíduos agroindustriais, converte-se um problema ambiental em uma solução energética, em linha com a agenda do Banco e o desenvolvimento sustentável do Brasil”, afirma Mauro Mattoso, chefe do Departamento do Complexo Agroalimentar e Biocombustíveis do BNDES.

Maior geração de energia

O investimento da Albioma ampliará a produção de biogás da usina em 8,7%, chegando a 195 GWh. Cerca de 17 GWh (volume suficiente para suprir a necessidade de 8.500 residências) poderão ser distribuídos para o sistema interligado de energia, incrementando a segurança energética nacional. Parte da energia poderá ser direcionada à usina Jalles Machado, que fornecerá a matéria-prima.

No caso da Albioma, o investimento total de R$ 16,9 milhões, com financiamento de R$ 13,3 milhões pelo BNDES, viabilizará o processamento de 1,09 milhão de metros cúbicos de vinhaça ao ano (cerca de 1,25 milhão de toneladas). Dos R$ 13,3 milhões, R$ 12,74 milhões são do Fundo Clima e R$ 600 mil provenientes da linha Finem Direto. As principais aplicações dos recursos serão em obras civis em instalações e compra de máquinas e equipamentos nacionais. Com o projeto, "Albioma e Jalles Machado reforçam a inovação e a sustentabilidade com geração de energia pelo biogás da vinhaça", declara Christiano Forman, Diretor Presidente da Albioma Codora.

Redução de custos – No Paraná, após a implementação do projeto, a Copacol gerará energia para utilização em suas instalações, além de dar uma destinação útil aos resíduos altamente poluentes, reduzindo custos com consumo de energia elétrica e diminuindo o impacto ambiental da unidade. A iniciativa também terá como efeito indireto a mitigação da pressão sobre a rede elétrica nacional, já que diminuirá a demanda externa da unidade.

“A preservação do meio ambiente é mantida em todas as nossas atividades, da propriedade até o produto final. Estamos sempre em busca de estratégias inovadoras que garantam o bem-estar de todos. Temos a grande satisfação de contar com o BNDES neste projeto. Vamos dar uma destinação correta aos resíduos, produzir energia elétrica limpa, proporcionando ainda mais sustentabilidade à nossa cooperativa”, diz Valter Pitol, diretor-presidente da Copacol.

Com investimento total de R$ 12,7 milhões, todo proveniente do Fundo Clima, o projeto terá capacidade de geração de 1 MW e de processamento de 5,6 mil metros cúbicos por ano. A maior parte do investimento será destinada à aquisição de máquinas e equipamentos nacionais.

Tecnologia

O biogás é um tipo de combustível gerado a partir do processo de biodigestão feito por bactérias fermentadoras em material orgânico, como o lixo. A geração a partir da vinhaça ainda é recente e contribui para a diversificação da matriz energética derivada de fontes renováveis. Além da capacidade de gerar energia elétrica, se purificado o biogás pode ser utilizado em veículos, como substituto do diesel (combustível fóssil). A substituição de combustíveis fósseis como o óleo diesel, no processo produtivo agroindustrial, gera uma redução adicional nas emissões de gases causadores do efeito estufa. O resultado final pode ser uma pegada praticamente neutra ou até mesmo negativa de carbono.