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Biometano se destaca como alternativa de baixo carbono para transporte, aponta estudo da EPE

Combustível renovável emite até 2,5 vezes menos CO₂ do que a eletricidade usada em veículos, revela relatório da Empresa de Pesquisa Energética


Publicado em: 04/07/2025 às 11:05hs

Biometano se destaca como alternativa de baixo carbono para transporte, aponta estudo da EPE
Biometano ganha protagonismo na descarbonização do transporte rodoviário

O biometano vem se consolidando como uma alternativa limpa e eficaz para reduzir as emissões de carbono no transporte rodoviário brasileiro. É o que revela a nota técnica “Descarbonização do setor de transporte rodoviário - Intensidade de carbono das fontes de energia”, publicada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME).

O relatório apresenta dados sobre a intensidade de carbono das principais fontes energéticas utilizadas no transporte, com base em análises de ciclo de vida, reforçando o potencial do biometano como vetor de sustentabilidade.

Origem do biometano e vantagens operacionais

Produzido a partir da purificação do biogás gerado por resíduos agropecuários e urbanos, o biometano é um combustível 100% renovável. Ele pode ser utilizado em veículos leves e pesados, aproveitando a infraestrutura já existente do gás natural.

Uma das principais vantagens apontadas no estudo é a possibilidade de produzir o biometano próximo aos locais de consumo, o que favorece a adoção por frotas corporativas e a distribuição em regiões ainda não atendidas por outras fontes de energia.

Fundamentação legal e papel no Programa Mover

A nota técnica foi elaborada para subsidiar o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) na definição das metas do Programa Mover. A iniciativa foi fortalecida com a promulgação da Lei do Combustível do Futuro (Lei nº 14.993/24), que amplia o uso de combustíveis sustentáveis e de tecnologias de baixa emissão.

O objetivo da lei é promover uma mobilidade mais limpa, integrar políticas públicas e valorizar a matriz energética nacional com foco em fontes renováveis.

Desempenho ambiental e potencial de crescimento

Segundo o levantamento da EPE, o biometano apresentou, em 2024, uma intensidade de carbono de 8,35 gramas de dióxido de carbono equivalente por megajoule (gCO₂eq/MJ). A expectativa é que esse valor se mantenha estável ao longo da próxima década.

O dado foi calculado com base nas certificações do Programa RenovaBio, refletindo o desempenho ambiental de unidades com 100% da produção elegível para geração de Créditos de Descarbonização (CBIOs).

Produção nacional e perspectivas de expansão

O mercado de biometano no Brasil ainda está em fase de expansão. Até abril de 2025, 12 unidades produtoras já haviam sido autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Com os investimentos em curso, a expectativa é que até 35 novas usinas entrem em operação até 2027. Isso poderá elevar a capacidade instalada para mais de 2,1 milhões de metros cúbicos por dia.

Comparativo com outros combustíveis

Além do biometano, a publicação da EPE apresenta estimativas de intensidade de carbono para outras fontes energéticas até 2034, incluindo gasolina, diesel, etanol, biodiesel e eletricidade.

A análise segue o conceito “poço-à-roda”, que considera as emissões de gases de efeito estufa desde a produção até o consumo final dos combustíveis, oferecendo uma visão abrangente sobre os impactos ambientais de cada fonte de energia.

Fonte: Portal do Agronegócio

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