Etanol

Vendas de etanol hidratado no Centro-Sul registram recorde em maio

O volume total de etanol comercializado pelas unidades produtoras do Centro-Sul no mercado interno atingiu 2,85 bilhões de litros em maio, com crescimento de 50,64% na comparação com o volume registrado em igual período de 2018


Publicado em: 12/06/2019 às 20:00hs

Vendas de etanol hidratado no Centro-Sul registram recorde em maio

Desse total, as vendas de hidratado no mercado doméstico se destacaram mais uma vez, atingindo 2,05 bilhões de litros. Esse volume representa um novo recorde nas vendas do biocombustível para o mês de maio.

O crescimento de 53,19% nas vendas mensais de hidratado também incorpora o impacto da greve dos caminhoneiros que interrompeu as atividades de produção e vendas por alguns dias nesse período no ano passado.

O volume de etanol anidro direcionado ao mercado interno, por sua vez, alcançou 805,33 milhões de litros em maio, registrando aumento de 44,53% em relação aos 557,20 milhões vendidos no mesmo mês de 2018.

Para Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da UNICA, “o resultado histórico decorre da competitividade do hidratado frente à gasolina e da recomposição dos estoques operacionais dos distribuidores e nos dutos”. No caso do etanol anidro, é oportuno mencionar que a maior entrega do biocombustível pelas unidades produtoras também foi influenciada pela redução da importação de etanol, ampliação da operação de cabotagem e das transferências para atendimento da demanda na região Norte-Nordeste, acrescentou o executivo.

No acumulado da safra, as vendas de etanol pelo Centro-Sul somaram 5,51 bilhões de litros – 3,91 bilhões de hidratado e 1,60 bilhão de anidro. Daquele total, 203,89 milhões de litros foram para exportação e 5,31 bilhões para o mercado interno – com destaque para as vendas domésticas de hidratado que registraram aumento acumulado de 44,65% sobre o último ano safra.

Moagem e qualidade da matéria-prima

A quantidade de cana processada no Centro-Sul atingiu 44,01 milhões de toneladas na segunda quinzena de maio. O resultado é 34,87% superior às 32,63 milhões registradas no mesmo período de 2018. No acumulado da safra 2019/2020 até 1 de junho, a moagem alcançou 128,40 milhões de toneladas, contra 135,58 milhões contabilizadas em igual período do ciclo anterior.

A qualidade da matéria-prima processada na segunda quinzena de maio, mensurada a partir da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), indica queda de 5,92%, atingindo 125,49 kg por tonelada em 2019 contra 133,39 kg verificados na mesma quinzena do último ano. No acumulado até 1 de junho deste ano, o indicador de qualidade atingiu 118,52 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar – 4,14% abaixo do valor apurado na safra 2018/2019.

Com relação à produtividade agrícola, dados preliminares apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) para uma amostra de 75 empresas, indica que o rendimento médio da área colhida em maio atingiu 88,81 toneladas de cana-de-açúcar por hectare, aumento de 5,58% em relação ao índice apurado no mesmo mês de 2018. No acumulado da safra, a produtividade alcançou 84,28 toneladas por hectare, crescimento de 3,00% ante o valor apurado no mesmo período do ciclo 2018/2019 (81,83 toneladas por hectare).

“Apesar do crescimento observado na produtividade acumulada, a maior retração na qualidade da matéria-prima ainda leva a uma redução próxima a 1,30% ou 120 quilos de ATR por hectare colhido até 1 de junho”, explica Rodrigues.

Em relação ao número de usinas em operação, nesse ano 245 empresas registraram moagem até dia 31 de maio, contra 249 unidades industriais em igual data do último ano. Para a primeira quinzena de junho, a expectativa é de que 10 empresas devem iniciar o processamento na safra 2019/2020.

Produção de açúcar e etanol

A produção de etanol hidratado e anidro na quinzena totalizaram 1,42 bilhão de litros e 723,04 milhões de litros, respectivamente. Esse volume decorre da maior moagem na quinzena e, principalmente, do mix de produção mais alcooleiro.

No acumulado desde o início da safra, 66,59% da cana foi direcionada à produção do renovável, confirmando a expectativa de maior atratividade do etanol frente ao açúcar.

Do total produzido, o etanol fabricado a partir de milho foi responsável por 48,59 milhões de litros na quinzena. No acumulado desde o início da safra, foram fabricados 201,06 milhões de litros de etanol, registrando crescimento de 71,95% em relação ao volume produzido em igual período do ano passado.

A produção de açúcar, por sua vez, registrou crescimento de 38,51%, alcançando 1,86 milhão de toneladas na segunda metade de maio ante 1,34 milhão de toneladas produzidas no último ano.

No acumulado desde o início da safra, a produção de açúcar soma 4,84 milhões de toneladas. Já o volume acumulado de etanol alcançou 6,17 bilhões de litros, sendo 1,68 bilhão de litros de anidro e 4,49 bilhões de litros de hidratado.

“As condições de mercado observadas até o momento não geram estímulos para uma intensificação na produção de açúcar, que atingiu apenas 37,73 kg de açúcar por tonelada de cana nesta safra contra um índice de 40,59 kg no mesmo período da safra passada”, lembrou o executivo da UNICA.